Zoom na biomassa, materia organica que vira energia

Biomassa: uma aposta promissora para o futuro da agricultura

A biomassa tem sido cada vez mais utilizada no Brasil, por se tratar de uma fonte energética muito eficiente, que se destaca por sua disponibilidade e por ser sustentável.

A matriz energética no mundo passou por muitas mudanças nos últimos anos; além do uso do petróleo, há uma busca por fontes renováveis. Por isso, a biomassa é de vital importância.

O Brasil, país rico em água e energia solar, é beneficiado nessa situação, pois tem as condições climáticas ideais para a produção de biomassa. Se você quer conhecer melhor essa fonte energética inovadora, continue lendo.

O que é biomassa?

Biomassa é toda matéria orgânica, oriunda de vegetais ou animais, que é usada para produzir energia; como exemplos dessa fonte energética, podemos citar lenha, cana-de-açúcar, etc.

Segundo relatório da ANEEL, cerca de 14% da energia consumida no mundo é oriunda da biomassa, cuja energia vem da queima dessas matérias-primas.

Vale ressaltar que isso não inclui combustíveis fósseis – como o carvão, o petróleo e o gás natural –, apesar de serem de origem vegetal e mineral. Os combustíveis se enquadram em outro tipo de energia.

A biomassa se refere apenas ao que deriva de organismos vivos, enquanto os combustíveis são resultado de transformações que demoram anos para ocorrer.

Assim, o diferencial da biomassa em comparação com os combustíveis fósseis (que não são renováveis) é o fato de ela ser renovável.

A renovação da biomassa acontece devido ao ciclo do carbono: quando queimada, a biomassa libera CO² na atmosfera, e as plantas, por meio da fotossíntese, transformam o CO² nos hidratos de carbono e liberam oxigênio.

Uma dúvida comum é: o que é usado para produzir a biomassa? Resumidamente, são os restos da pecuária, da agricultura e de outras atividades, bem como a parte biodegradável de resíduos sólidos; por exemplo:

●       lenha;

●       bagaço da cana-de-açúcar;

●       papel e papelão usados;

●       serradura de madeira;

●       galhos e folhas de árvores;

●       casca de arroz;

●       lodo de estações de tratamento de esgoto.

Além de ser usada para a produção de eletricidade, a biomassa também é o principal elemento de vários novos tipos de combustíveis e fontes de energia, como o bio-óleo, o biogás e o biodiesel.

Como a energia de biomassa é gerada?

Outra dúvida comum relacionada à biomassa é a forma como a energia é gerada; para isso, existe uma usina.

Semelhantemente às termelétricas, a usina da biomassa converte o calor da queima dos materiais orgânicos em energia. Esse processo pode ser realizado de quatro maneiras:

Combustão

A combustão é a forma mais convencional de produzir energia de biomassa, por meio da queima em altas temperaturas, processo que envolve o oxigênio. O vapor produzido por esse fenômeno move as turbinas, e, assim, produz-se eletricidade.

Pirólise

Na pirólise, há a queima da biomassa em altas temperaturas, mas sem oxigênio; desse modo, o processo de decomposição ocorre mais rápido.

Os resultados da pirólise podem ser líquidos (ex.: o bio-óleo) ou sólidos (ex.: o carvão vegetal); a queima também pode produzir calor e eletricidade.

Gasificação

Na gasificação, a biomassa também é queimada sem oxigênio, mas seu produto final é um gás inflamável chamado gás de síntese.

Esse biocombustível é uma mistura de hidrogênio e monóxido de carbono de alta combustão, usado para produzir energia.

Co-combustão

Essa técnica usa a biomassa para substituir parte do carvão mineral utilizada na produção de energia.

A co-combustão reduz a emissão de poluentes e o nível de poluição nos solos e nas águas, além de diminuir os desperdícios.

Quais são as vantagens e as desvantagens da biomassa?

A biomassa tem vários pontos positivos, especialmente por ser uma fonte renovável. Entre outras vantagens, podemos destacar:

●       tem um custo reduzido;

●       reduz a emissão de gases poluentes;

●       é fácil de armazenar, converter e transportar;

●       pode ser gerada a partir de vários materiais;

●       consegue aproveitar resíduos.

No entanto, nem tudo são flores; a biomassa tem um forte impacto ambiental, podendo comprometer a flora e a fauna de áreas verdes. Outras desvantagens dela incluem:

●       tem menor poder calorífico;

●       contribui para a formação da chuva ácida;

●       tem um custo elevado de equipamentos;

●       é difícil armazenar e transportar a biomassa sólida.

Quanto custa gerar a biomassa?

O baixo custo é um dos benefícios mais atrativos da biomassa. Um relatório da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) fez uma estimativa de custo de expansão das principais fontes energéticas do Brasil entre 2016 e 2025.

De acordo com o estudo, gerar um megawatt-hora (MWh) a partir de biomassa custa, em média, R$ 189,78. Esse valor coloca esse tipo de energia no terceiro lugar entre as fontes analisadas pela EPE.

Os outros destaques entre as mais baratas são a energia eólica (R$ 155,98) e a hidrelétrica (R$ 185,24).

Vale destacar que, entre os recursos com maior potencial para ser usado como biomassa na geração de energia elétrica no país, está o bagaço da cana-de-açúcar.

A importância da biomassa no Brasil

O Brasil é um terreno fértil para a expansão e a produção de energia de biomassa, visto que conta com extensas áreas cultiváveis e com um clima favorável quase o ano todo.

Um exemplo disso é que a lenha já chegou a representar 40% da produção energética primária do país.

E hoje, segundo informações do governo, a biomassa é a terceira maior fonte da matriz energética brasileira, com uma participação em torno de 9%.

O cenário é positivo, e a tendência é melhorar. Estudos realizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) identificaram a biomassa como uma das fontes com maior potencial para diversificar a matriz nacional e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.

Conforme mencionamos, o recurso com maior potencial no país é o bagaço da

cana-de-açúcar, mas há também outras variedades vegetais, como o azeite de dendê, o buriti, etc. Vamos nos aprofundar em algumas opções agora!

Tipos de biomassa usados na geração de energia

Entre as diversas opções existentes no mercado de biomassa hoje, as principais são:

Casca de arroz

Por muito tempo, as palhas e cascas de arroz não tinham um fim específico e acabavam sendo queimadas, causando fortes impactos no meio ambiente.

Nos últimos anos, isso mudou, e a palha tem sido usada para gerar energia em usinas no Sul do país. O resíduo é transformado em partículas e adicionado ao carvão.

Devido à sua rápida combustão e ao grande poder calorífico, a casca de arroz também é uma ótima opção de combustível para as cerâmicas.

O arroz é produzido em vários lugares do Brasil, por isso a disponibilidade desse material para a geração de biomassa é bastante alta.

Casca de coco-verde

O Brasil possui, em média, 273 mil hectares cultivados com coqueiros, cujas cascas são comumente jogadas no lixo. Elas podem passar por trituradores e, depois, serem usadas para substituir a lenha na combustão.

A casca do coco tem muitas vantagens, entre elas o alto poder calorífico na geração de energia; ademais, o pó da casca pode se tornar substrato agrícola e a fibra pode ser transformada em vasos e estofados para carros.

Eucalipto

O eucalipto chega a produzir 25 toneladas de biomassa por hectare em um ano. Essa plantação é bastante utilizada pela indústria farmacêutica; além de sua extração de mel, ele é um dos principais recursos utilizados pelo setor carvoeiro.

O eucalipto também oferece a cogeração de energia elétrica, uma vez que é um produto energético renovável.

Outro ponto positivo é que, em termos de açúcar fermentável, sua composição é a mais favorável para a produção de energia do que a do bagaço de cana-de-açúcar.

Pellets de madeira

Os pellets são um combustível sólido de granulado de resíduos de madeira prensada, muito usado em fornos de padaria e cerâmica, aquecimento de estufas, etc.

Não é preciso cortar árvores para produzir os pellets, pois estes são considerados desperdícios da própria natureza.

Ouriço da castanha

Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (IMPA) afirmou que o ouriço da castanha pode ser utilizado na geração de energia de in natura e como subproduto.

Uma das vantagens do ouriço é a elevada densidade energética; quanto maior for sua densidade, maior será a energia armazenada.

Outro benefício é o fato de ser sustentável, visto que não há necessidade de plantar e depois cortar, como acontece com outras espécies.

A biomassa de ouriço tem potencial para ser aproveitada como lenha em usinas, caldeiras, olarias e indústrias siderúrgicas de fabricação de aço verde.

O futuro vem aí, e com ele está a biomassa!

Assim, podemos dizer que a biomassa é uma fonte de energia que pode ser usada para diversos fins. A produção ocorre na queima de materiais como lenha, resíduos agrícolas, excrementos de animais e até lixo.

A matéria-prima da biomassa pode gerar várias outras fontes de energia, como o carvão vegetal, o etanol e o biodiesel.

É considerada uma fonte de energia renovável, pois o material orgânico que é queimado durante a sua produção é renovado no ciclo do carbono.

As plantas e os animais formam a biomassa; por isso, seu uso é considerado estratégico, afinal é um recurso energético barato, eficiente e que não agride tanto o meio ambiente.

Trata-se, portanto, de uma fonte produtiva e inovadora, que tem forte relação com a agricultura.

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