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Mao verificando dano causado pela cigarrinha do milho

Cigarrinha do milho e seu impacto na agricultura

Você já ouviu falar sobre a cigarrinha-do-milho?

Para entendermos melhor essa praga, vamos a números e dados da cultura do milho no país.

Atualmente, o milho é praticamente cultivado em todo o território brasileiro. Seu plantio, basicamente, ocorre em duas épocas, variando de estado para estado da federação.

A primeira safra, conhecida como safra de verão, ocorre no período da chuva, sendo comum nas regiões Sul e Centro-Oeste, dos meses de outubro a novembro. Na região Nordeste, ocorre no início de cada ano.

A segunda safra, batizada de “safrinha” ou safra de inverno, é realizada entre janeiro e maio nos estados do Sul e Centro-Oeste; no Nordeste, ela acontece nos meses de abril a junho.

Desde a década de 1990 até os dias de hoje, a área cultivada do milho cresceu de 131 milhões de hectares para 192 milhões de hectares, elevando sua produção de 483 milhões de toneladas para 1,1 bilhão de toneladas.

Assim, como toda cultura, o cultivo do milho está amplamente sujeito a pragas, que podem aparecer na forma de fungos, bactérias e também insetos.

Quando falamos de insetos, a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) é considerada uma das pragas mais severas de toda a América Latina. Sua infestação tem aumentado em diversas regiões do Brasil.

Basicamente, ele succiona a seiva das plantas e transmite doenças. Todo esse processo ocorre nos estágios iniciais da cultura. Contudo, alguns sintomas se apresentam também no período de enchimento dos grãos.

Neste artigo, você conhecerá melhor essa praga, bem como os desafios e formas de combatê-la. 

Fique conosco e aproveite a leitura!

Para qualquer outra dúvida, você pode entrar em contato com um de nossos especialistas!

Afinal, o que é a cigarrinha-do-milho?

Inseto de coloração branca-acinzentada, com cerca de 0,5 cm, a cigarrinha-do-milho é um vetor de patógenos que causa danos de forma indireta. 

Assim que o inseto se alimenta, especialmente da nervura central das folhas do milho, ocorre uma injeção de toxinas, com posterior transmissão de fitopatógenos

Essa transmissão se alastra, quando o inseto se alimenta de uma planta já infectada, transmitindo para a próxima, e assim por diante.

Ele pertence à ordem Hemiptera e à família Cicadellidae, com aproximadamente 119 mil espécies em todo mundo, incluindo pulgões, cochonilhas e percevejos.

 A fase embrionária dura de 5 a 10 dias, com uma média de 24 dias para que o inseto atinja a idade adulta. O tempo de vida depende muito de condições climáticas e características do ambiente, mas a média é aproximadamente 45 dias.

Sua reprodução só ocorre em cartuchos de plantas de milho.

Os enfezamentos – como são chamadas as doenças do milho – causadas por esse inseto são de dois tipos nesse caso: enfezamento pálido (causado por espiroplasma) e enfezamento vermelho (causado por fitoplasma). Há, também, a virose da risca raiado fino (MRFV, Maize raiado fino virus).

A cigarrinha-do-milho sobrevive apenas no milho e costuma migrar, através do voo, de lavouras com plantas já adultas para lavouras em estágios iniciais.

Para se ter ideia do tamanho do estrago desse inseto, são observadas perdas de 70% ou mais na produção, principalmente nas regiões Sul, noroeste de Minas Gerais e Triângulo Mineiro.

Comportamento geral da população da cigarrinha-do-milho

Dependendo da época do ano, o comportamento populacional da cigarrinha-do-milho sofre bastante variação.

No cultivo do inverno, a infestação costuma ser alta, com aproximadamente, 5 cigarrinhas por planta. O pico populacional da praga ocorre entre 20 e 30 dias após o plantio do milho.

Já no verão, o cenário é um pouco diferente. Nessa época, o inseto apresenta uma menor densidade, com pico de infestação de, aproximadamente, 2 cigarrinhas por planta.

Você pode conferir um dos estudos aqui.

Enfezamento do milho: características

Os sintomas associados ao enfezamento do milho ocorrem na fase reprodutiva das plantas. Como dito, são doenças transmitidas pela cigarrinha-do-milho. 

Entre os principais sintomas, destacam-se:

  • manchas cloróticas de cor vermelha ou pálida nas folhas;
  • presença de estrias;
  • redução do volume radicular;
  • espigamento múltiplo;
  • redução de entrenós.

Além desses sintomas, algumas plantas podem apresentar ainda falhas na formação das espigas, má granação e emissão de brotos nas axilas.

Para identificação do patógeno, é preciso que a planta seja levada a laboratório. Por meio de uma técnica conhecida como reação em cadeia da polimerase (PCR, em inglês), extrai-se o DNA das amostras foliares.

Em seguida, realiza-se a amplificação com reagentes e posterior visualização em aparelhagem laboratorial especializada, com análise dos resultados.

Afinal, como é feito o controle da cigarrinha-do-milho?

Diante de todo o potencial dessa praga, é preciso encontrar formas de controlá-la e, se possível, erradicá-la.

Em muitos casos, são usadas medidas preventivas para evitar a disseminação da doença. Em locais onde a infestação já está em estágio avançado, busca-se, também, o controle da população, para evitar a migração.

Como ela transmite uma doença vascular, seu controle deve ser feito com o uso de táticas de manejo do próprio inseto vetor.

De maneira geral, utilizam-se o plantio de culturas mais resistentes, os controles químico e biológico, a rotação de culturas e o tratamento das sementes com inseticidas.

Culturas mais resistentes à cigarrinha-do-milho

Nos últimos anos, com o avanço das tecnologias na agricultura, os esforços estão sendo direcionados justamente para o melhoramento genético das sementes, com a produção de culturas resistentes ao enfezamento.

Basicamente, cria-se uma diversidade genética.

Essa diversidade, quando aliada a ambientes propícios, torna-se uma das chaves para o sucesso da escolha de híbridos resistentes.

Isso promove benefícios diretos ao produtor, com  a possibilidade de escolher a melhor opção para sua lavoura e ter como aliado a resistência genética. 

Vale salientar: híbridos mais resistentes e tolerantes não afetam diretamente o inseto, mas são capazes de suportar sua infestação, sem perda severa da produção agrícola.

Controle biológico da cigarrinha-do-milho

No controle biológico, utiliza-se, atualmente, um fungo chamado de Beauveria bassiana

São os chamados fungos entomopatogênicos, de coloração branca, que levam à morte do inseto após contato ou ingestão.

Após esse primeiro contato com o fungo, este adere ao indivíduo e, com o tempo, vai desenvolvendo mecanismos que cobrem o corpo do hospedeiro. À medida que o tempo passa, ele atinge também as estruturas internas do inseto.

A partir daí, ele leva a uma doença, causando obstrução geral e fazendo com que o inseto pare de se alimentar. Assim, o indivíduo infectado é levado à morte.

O fungo tem a capacidade de se multiplicar, podendo ser transportado pelo ar ou pelo contato com indivíduo já mortos.

É uma estratégia complementar, sendo bastante recomendada por apresentar menor deposição de resíduos, taxa alta de mortalidade e preservação dos inimigos naturais do inseto.

Como é feita a aplicação

A pulverização do fungo pode ser feita de forma terrestre ou área. 

É importante que o produtor priorize dias com umidade relativa acima dos 70%, preferencialmente no final da tarde e em dias nublados.

Outro fator que também vale a atenção: a temperatura de conservação do produto. Seguir as indicações de uso do fabricante é crucial para o sucesso de todo o processo.

Apesar de ser extremamente eficiente, esse tipo de controle tem alguns fatores negativos. Entre eles, estão:

  • dependência de condições ambientais, como a umidade;
  • tempo de mortalidade lento, apesar de eficiente;
  • poucos produtos registrados atualmente;
  • dificuldade de encontrar a concentração certa para causar mortalidade.

Controle químico da cigarrinha-do-milho

Existem, no mercado brasileiro, cerca de 27 inseticidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 

A grande maioria leva neonicotinoides, piretroides e organofosforados  em sua composição.

Para a cigarrinha-do-milho, especificamente, utilizam-se os compostos tiametoxam, imidacloprido, lambda-cialotrina, clotianidina e acefato. Espera-se uma eficiência aproximada de 90% no controle do vetor.

Desde a década de 70, há registros de controle químico do inseto. Mesmo assim, o nível de controle da cigarrinha é difícil de ser descrito.

Recomenda-se a aplicação via pulverização foliar, especialmente nas fases iniciais da cultura. Além disso, a aplicação deve ser feita em intervalos curtos, seguindo sempre as indicações do fabricante.

Entre os principais produtos, atualmente no mercado, para o controle químico da cigarrinha-do-milho, estão:

  • Bold;
  • Connect;
  • Adage 350 FS;
  • Poncho;
  • Saluzio 600 FS;
  • Talisman;
  • Sperto;
  • Sectia 350.

Rotação de culturas

Por ser um inseto que atinge apenas a cultura do milho, a rotação de culturas é uma ação bastante eficiente no controle da cigarrinha-do-milho.

Portanto, em regiões onde o milho é cultivado em apenas uma safra, (muitas vezes, após a cultura da soja), há uma densidade menor do inseto.

Sementes com inseticidas

Estudos comprovam que determinados inseticidas, quando usados no tratamento das sementes, levam a um eficaz controle de indivíduos adultos do inseto, em estágios iniciais de desenvolvimento do milho.

Vale salientar que esse não é um método definitivo: é preciso medidas complementares, como as citadas anteriormente, para que todo o processo tenha sucesso!

Você viu por aqui tudo sobre a cigarrinha-do-milho: conceitos e práticas de controle!

Com essa melhor compreensão, você pode empregar a melhor forma de manejo na sua propriedade, garantindo a produção da sua lavoura!

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