Entre os vários fatores analisados na avaliação do risco de crédito no agronegócio, saber o histórico da terra é essencial. Mas não é uma tarefa simples.
O analista, muitas vezes, se baseia apenas nos dados declarados pelo próprio produtor. Mesmo sem agir com má fé – o que, claro, eventualmente acontece -, o produtor pode não ter um controle preciso da sua capacidade de produção. Isso faz com que o profissional de crédito trabalhe com dados imprecisos que podem resultar na falta do recebimento da garantia.
A operação, para ser bem sucedida, tem que ser feita em cima da capacidade real de produção do financiado. Hoje, levanto os principais pontos que precisam ser avaliados na pré-operação do financiamento e a melhor maneira de obtê-los.
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ToggleO que é necessário saber para fazer um bom negócio
Antes de mais nada, é muito importante ressaltar a importância dos dados isentos, obtidos de forma segura (já se preparando inclusive para a chegada da Lei Geral de Proteção de Dados). Apenas através deles você terá uma visão imparcial da real capacidade de um produtor rural.
O primeiro item levado em consideração em uma garantia é a delimitação da área útil de produção. É necessário verificar se a área produtiva condiz com o tamanho que foi acordado.
Também é preciso checar se existe conformidade socioambiental verificando, por exemplo, se não está sendo feito o plantio em uma área originalmente de preservação.
Com a área confirmada, conhecer o histórico da terra é o próximo passo. Caso a terra já tenha sido cultivada, pode-se verificar também quais culturas estavam presentes. Saber que o produtor já plantou a cultura a ser financiada é uma segurança adicional na liberação do crédito.
Por último, ao se iniciar a semeadura, é necessário verificar se o que está sendo plantado é o mesmo que foi acordado. Não apenas na questão da cultura, como também se a área plantada corresponde à totalidade da garantia.
Todos esses pontos são essenciais para que se inicie um contrato com segurança. Mesmo assim, analistas de crédito acabam trabalhando parcialmente com eles por não terem acesso à recursos para checá-los todos. O FIDES, nossa plataforma de segurança em operações financeiras no agronegócio, através do monitoramento via satélites e análise por inteligência artifical, traz todas essas informações prontas para os financiadores, de maneira eficiente e acessível.
O que a análise pré-operação pode evitar
A análise pré-operacional pode evitar grandes dores de cabeça para o analista de risco e crédito no agronegócio. Aqui na TerraMagna já presenciamos vários casos onde grandes dívidas foram evitadas justamente por uma atenção especial nessa fase.
O Grupo AGP, revenda de defensivos e fertilizantes do Mato Grosso, conseguiu identificar que uma de suas garantias tinha apenas 65% de área cultivável, devido à inclinação demasiada da região e áreas de vegetação nativa. Além disso, foi observada a ausência de plantio em todas as áreas cultiváveis nas últimas três safras, ou seja, toda a fazenda teria a produtividade de primeira safra.
Essa avaliação possibilitou que eles corrigissem a estimativa inicial de 50 mil sacas de soja para apenas 25 mil.
Já com a Araguaia, grande empresa brasileira de fertilizantes e produtos agrícolas, foi evitado o prejuízo de R$900 mil através da identificação de plantio. Com base nos alertas de não plantio do FIDES, eles foram capazes de fazer uma verificação in loco com seus agrônomos, o que permitiu uma renegociação das 14.400 sacas de soja ainda em tempo safra, evitando com que a dívida rolasse para a próxima safra.
Esses são apenas dois exemplos de grandes prejuízos evitados antes mesmo que o primeiro broto surgisse na lavoura, através do uso de dados qualificados.
Como funciona na prática?
E na prática, como funciona esse processo de checagem? Essa é uma pergunta que ouço bastante, tanto de novos clientes quanto de interessados no assunto. O processo é bem simples.
Na TerraMagna, o processo padrão de checagem de pré-operação começa com o financiador enviando documentos para identificação da fazenda. Nós delimitamos a área e indicamos o número de hectares cultiváveis para que o financiamento seja feito com base no valor disponível.
No relatório da área, o financiador tem todas as informações que serão úteis na sua projeção de sucesso, incluindo dados como o compliance ambiental, potencial de quebra de safra e índice ZARC da fazenda e outras análises baseadas no histórico de safras anteriores e comparativos com a região.
Levando em consideração a área cultivável, cada cliente determina uma margem de segurança para cobrir eventuais perdas de produtividade devido a fatores naturais e, assim, finaliza o contrato com uma garantia apropriada. Com isso, temos hoje de 0% de default nas garantias monitoradas, contra base de 6% do mercado.
Conclusão
A informação empodera o financiador para tomar suas decisões com bases em dados. O conhecimento do potencial real de produção evita o financiamento maior que a capacidade efetiva do produtor rural, evitando uma série de problemas antes mesmo de finalizar o contrato.
O FIDES é uma ferramenta pronta para uso e validada por grandes players do mercado do agronegócio, aplicável em empresas de financiamento de qualquer tamanho.
Usar a tecnologia para obtenção de dados para avaliar seu prospect é essencial. Sem ela, você está fazendo uma aposta cega com seu dinheiro.