Pulverizador aplicando glifosato na lavoura

Glifosato: saiba tudo sobre esse famoso herbicida

O aumento da população e da necessidade maior de alimentos fez com que a presença de agroquímicos, como o glifosato, se tornasse essencial. 

Muito se ouve falar sobre os defensivos e os seus malefícios. Entretanto, é preciso destacar que, se as áreas de plantio fossem expandidas apenas, os prejuízos ambientais seriam enormes. 

Logo, surgiram alternativas para o aumento da produtividade nos espaços já existentes com a ajuda de herbicidas, defensivos e outros produtos.

Neste artigo, vamos explicar uma das mais famosas substâncias usadas na agricultura: o glifosato. 

Continue a leitura e descubra desde como foi criado até as suas vantagens e desvantagens! 

O que é glifosato?

O glifosato é um princípio ativo, uma molécula desenvolvida para a fabricação de produtos químicos, como os defensivos. 

Ele é um composto organofosforado, ou seja, é um orgânico degradável contendo ligações de carbono-fósforo.

No início da sua descoberta, a substância foi usada na indústria farmacêutica. 

No entanto, ele ganhou popularidade quando passou a ser parte componente dos herbicidas fabricados pela Monsanto (atual Bayer). 

O produto tem amplo espectro como herbicida e também é usado como dessecante. Além disso, o nome tem origem na contração de glicina e fosfato.

Como surgiu o componente

O componente foi descoberto em 1950 pelas mãos do químico Henry Martin, mas, até então, sua função como herbicida ainda não era conhecida. 

Por esse motivo, ele acabou esquecido por um tempo. 

Então, em 1969, John E. Franz, a pedido da Monsanto, realizou algumas experiências com compostos que tinham funcionalidade de herbicida, até chegar ao glifosato. 

Foi em 1974 que o glifosato passou a fazer parte de um dos herbicidas mais populares do mercado, sob o nome de Roundup, pertencente à Monsanto. 

Contudo, em 2000, a patente da empresa expirou, fazendo com que outras organizações tivessem a oportunidade de explorar o componente. 

Atualmente, são dezenas de produtos fabricados com glifosato no mercado. 

Glifosato e a agricultura no Brasil

O glifosato tem um importante papel na agricultura brasileira, pois por meio dele a produção no campo se tornou mais eficaz e otimizada. Isso ajudou a tornar o plantio direto economicamente viável no Brasil e no mundo. 

Devido à sua baixa volatilidade e custos reduzidos, o produto se tornou uma opção acessível aos produtores rurais. 

Inclusive, o defensivo passou a ser amplamente aplicado a partir do plantio de soja transgênica no país. 

Para que serve o glifosato?

O componente atua diretamente no controle de plantas daninhas e restos vegetais quando feita a rotação de culturas. 

A substância também ajuda na decomposição de materiais orgânicos, contribuindo assim para a melhoria do solo. 

Quando está atuando em plantas daninhas, uma das principais características do glifosato é o fato de que ele se desloca rapidamente das folhas para as raízes e para outras partes. 

Consequentemente, isso leva à rápida destruição das plantas invasoras. 

A partir do momento em que o glifosato é aplicado nas plantas, ele penetra rapidamente e se desloca por diferentes partes. 

O comum é que ele se acumule nas regiões meristemáticas, que são locais importantes para o vegetal e podem ser definidos como tecidos nos quais são produzidas as células das raízes.

Alguns dos sintomas comuns que podem ser observados depois da aplicação do glifosato são a clorose foliar e a necrose. 

Enquanto a primeira diz respeito à falta de produção de clorofila, a segunda é a degeneração e morte das células da planta. 

Outras aplicações da substância estão na dessecação de uma cultura e também no chamado ponto-de-agulha. 

Na dessecação da soja, por exemplo, o uso do herbicida é uma prática comum e tem três objetivos principais: uniformidade da área de plantio, controle de plantas daninhas e antecipação da colheita. 

Com o processo de antecipação, o produtor rural consegue realizar a colheita com antecedência e ainda adiantar o plantio do milho safrinha.

No caso do ponto-de-agulha, a aplicação é feita antes de a primeira folha do arroz sofrer com a expansão completa. 

Essa é a última etapa de uso do glifosato na lavoura, porque apresenta alta eficácia de controle e estabelecimento da cultura, sem a interferência de plantas daninhas. 

Existe tolerância de plantas daninhas à substância?

Sim, algumas plantas daninhas são tolerantes ao glifosato. 

Isso significa que elas são de difícil controle e o herbicida não consegue uma atuação eficiente junto delas, mesmo nunca tendo entrado em contato com as plantas. 

O grupo tolerante é composto de trapoeraba, corda-de-viola e erva-quente, que possuem uma genética parecida, sendo a tolerância algo natural da espécie. 

Existem também algumas espécies que apresentam resistência ao glifosato, mas, diferentemente da tolerância, as plantas têm diminuição na resposta ao herbicida que é usado de forma repetida. 

Os exemplos aqui são azevém, buva, capim-amargoso e capim-branco. 

Como é o seu comportamento ambiental? 

O glifosato age de diferentes maneiras de acordo com o ambiente com o qual ele interage. A seguir, vamos explicar alguns deles!

Solo

O solo é considerado um sistema de grande complexidade, afinal é constituído por minerais, matéria orgânica, microrganismos, água e outros. 

Qualquer variação de um desses componentes pode provocar mudanças nos outros.

O glifosato tem como característica ser imóvel, mas isso pode variar conforme o pH do solo. 

Em grande parte dos solos, a substância é absorvida de maneira rápida, mais especificamente nas 4 primeiras horas de aplicação.

O processo de sorção do glifosato, que é absorção e adsorção simultâneas, acontece quase que de forma instantânea. 

Isso contribui para que a retenção da aplicação seja de mais de 90% do total de produto usado. 

No entanto, como já mencionado, esse processo tem duas fases: a instantânea e a outra mais lenta. 

Uma vez que é adsorvido, o glifosato poderá permanecer como resíduo ligado ao ambiente até que aconteça sua mineralização completa. 

O processo pode durar dias ou mesmo meses; tudo dependerá das características do solo.

Água

Os herbicidas podem causar riscos ao meio ambiente quando são transportados na superfície da água, levando toxidade para a flora e fauna. 

Quando se trata do glifosato, as principais formas de dissipação na água são pela degradação microbiológica e pela união com sedimentos. 

Por não se degradar de forma rápida na água, a substância só passa pelo processo quando na presença da microflora da água. 

Diferentemente do seu comportamento no solo, o glifosato sofre um processo de persistência mais curto na água. 

Consequentemente, a sua dispersão é rápida e não acumula altas concentrações no meio hídrico. 

Ar

Quando se trata do ar, a presença do glifosato tem pequena probabilidade, já que os diferentes sais da substância não têm pressão de vapor suficiente e as perdas na superfície para a atmosfera são pequenas. 

No entanto, as gotículas podem estar presentes no ar e é a razão mais provável para que seja detectado glifosato, junto de outros defensivos, na água da chuva. 

Quais as vantagens e desvantagens de se usar glifosato? 

Como todo defensivo utilizado na agricultura, o glifosato traz vantagens e desvantagens na sua aplicação. 

Portanto, antes de determinar o uso, é preciso considerar todos esses pontos. 

Entre as vantagens da substância, temos: 

  • baixo custo e facilidade de aplicação, permitindo o acesso por produtores rurais de diferentes portes; 
  • baixo teor de agentes químicos, ou seja, torna o seu uso mais seguro comparado ao de outros produtos; 
  • baixa volatilidade e mobilidade, não mudando seu estado quando em contato com o solo, por exemplo; 
  • controle de diferentes espécies de ervas daninhas em um curto espaço de tempo. 

Por sua vez, temos também as desvantagens: 

  • não é totalmente ecológico; 
  • o uso excessivo pode levar a danos não só ao meio ambiente, mas também à saúde do ser humano e de animais; 
  • pode provocar a seleção de plantas daninhas resistentes.

Quais cuidados devem ser tomados na aplicação do glifosato? 

Por se tratar de um produto químico, é preciso tomar alguns cuidados na aplicação do glifosato. 

O primeiro deles é seguir as recomendações de segurança para trabalho agro (Norma Regulamentadora 31). 

Antes da aplicação, é importante que os produtores leiam com cuidado as recomendações do fabricante, contidas nas embalagens do produto.

Por exemplo, em caso de aplicações feitas por pessoas, é necessário o uso correto de equipamentos de proteção individual (EPI). 

Inclusive, o ideal é que a proteção seja usada desde o momento de preparação da calda. 

O produto deve ser diluído conforme informações do rótulo, sendo que o mais comum é isso acontecer em tanques com água. 

Vale a pena atentar também às condições climáticas do momento, por isso observe o vento, temperatura e umidade. 

Uma das indicações é que as aplicações sejam feitas nos horários menos quentes do dia e a presença do vento deve ser nula ou quase nula. 

Assim, não haverá a contaminação de lugares indesejados próximos ao local onde é feita a pulverização. 

Conclusão

Neste artigo, foi possível entender mais sobre o papel do glifosato na agricultura e sua importante atuação, especialmente no plantio direto. 

Entretanto, é preciso ter cuidado na hora de usar o produto, buscando seguir sempre as recomendações. 

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