O milho está presente na história alimentar há pelo menos 7.300 anos. Os primeiros registros de cultivo são do México.
Atualmente, em perspectiva mundial, o Brasil é o terceiro maior produtor de milho, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China.
O milho é cultivado e consumido em todos os continentes, perdendo apenas para a produção de trigo e arroz.
No Brasil, a produtividade do milho está em crescimento constante.
Nesse sentido, foram destinados 19,8 milhões de hectares para o plantio da safra 2020/2021, cerca de 70% a mais do que em temporadas anteriores disponíveis em banco de dados.
Ainda nas últimas décadas, a produção rendeu 1,6 tonelada por hectare, enquanto, nos dias de hoje, a produção passa de
5 toneladas por hectare.
A produtividade do milho tem correlação com a quantidade de água disponível a cada safra.
Eventualmente, o fim do período de chuvas pode ocorrer entre março e abril, podendo ocasionar grandes perdas na produção.
A frequência dessa deficiência hídrica, de acordo com a média histórica, é de 20% a 25%.
No levantamento feito pelas Safras & Mercado, a segunda safra de milho de 2022 no Centro-Oeste do país alcançou 52,2% da área estimada de 14,58 milhões de hectares.
O cultivo atingiu 30,2% da área de 14,402 milhões de hectares só na safrinha de 2021.
Em contrapartida, a média de plantio do mesmo período nos últimos cinco anos é 52,5%.
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ToggleO que é a cultura do milho?
Pertencente à família Poaceae, a cultura do milho é classificada nas plantas C-4 – grupo que consegue se adaptar a diversas condições de ambiente.
Basicamente, o milho é uma espécie de cultivo anual. A planta tem as seguintes características: é ereta, cespitosa (que nascem vários brotos), tem estival e baixo afilhamento.
No entanto, o cereal tem seu máximo potencial produtivo em regiões que têm de 24 °C a 30 °C.
Em contrapartida, o solo precisa ter uma disponibilidade hídrica adequada para o cultivo.
Quais são os tipos de milho?
Os grãos de milho variam em formato e tamanho. Nesse sentido, são as diferenças que ajudam a classificá-los.
Dessa forma, os tipos de aplicação podem ser influenciados a depender do tipo de cereal.
O milho é separado em cinco categorias. Entretanto, o que muda mesmo entre os tipos é a estrutura do endosperma e o tamanho do gérmen.
As categorias são:
- Pipoca
Tradicionalmente, é conhecido por milho de pipoca. A sua espiga é menor e produz uma quantidade reduzida de grãos, em forma de gota.
- Doce
Também conhecido por milho-verde. Seu formato é arredondado, possui um gosto adocicado, bem como um alto valor nutritivo.
- Duro ou flint
Destinado para alimentação humana e nutrição animal. Esse tipo de milho é considerado de alta qualidade e rendimento.
- Dentado
Colhido já em sua fase madura. O milho dentado costuma ser utilizado na alimentação animal e na produção de xaropes e álcool.
- Farináceo ou mole
Usado na fabricação de farinhas, o milho-mole tem grãos adocicados, macios e de sabor suave. É constituído de um tecido mole ou farináceo, facilmente moído.
Além disso, é importante saber selecionar o cultivar mais adequado para a sua propriedade.
Também é necessário analisar fatores como clima, as condições ambientais do terreno e o período para plantio, bem como o potencial produtivo do manejo no local.
Assim, o produtor rural pode escolher conforme os tipos a seguir:
Variedades
Devido ao seu baixo custo, é indicado para agricultores com pouco acesso às novas tecnologias.
Híbridos simples
Apesar de serem mais caros, a sua produtividade é uniforme em toda a lavoura.
No entanto, não podem ser replantados, o que obriga ao produtor fazer sua compra a cada plantio.
Híbridos duplos
De menor custo. Ocasionalmente, esse tipo tem como característica uma leve variação na produção de espigas e plantas.
Híbridos triplos
Considerado um investimento intermediário, pois une preço justo e potencial produtivo a níveis satisfatórios.
O uso de tecnologia na cultura do milho
É inegável o poder de influência das novas tecnologias sobre a produtividade do plantio de milho.
Por exemplo, as sementes geneticamente modificadas trouxeram um aumento substancial para produção do cereal no Brasil.
Há, também, a liberação para o plantio comercial. A adesão a esse tipo de cultivar atualmente representa 84% do mercado de sementes.
Isso se deve ao seu caráter produtivo, que também ajuda no controle de insetos e pragas invasoras.
Como otimizar o plantio de milho?
Como resultado, o sistema produtivo do país vem em uma escala crescente, incentivando a profissionalização dos agricultores.
Com isso, o uso de tecnologia no campo só aumenta, o que beneficia o cultivo de milho.
Entre esses benefícios estão:
- uso de cultivares de alto potencial genético, com maior resistência a lagartas e herbicida glifosato;
- manejo integrado de pragas (MIP), plantas daninhas e doenças de forma intensiva;
- uso da análise de dados na elaboração de estratégias para correção do solo;
- aumento no investimento em pesquisas sobre produtividade;
- maior controle nos níveis de erosão e aparecimento de plantas daninhas;
- uso inteligente dos recursos naturais (água e solo) e artificiais (luz);
- otimização no uso de maquinário;
- escolha de sementes transgênicas, devido à sua maior qualidade e ao tratamento industrial;
- compra e adesão de maquinário moderno para auxiliar na produtividade da colheita.
Qual é a época ideal para o plantio de milho?
De maneira geral, a produção de milho no Brasil costuma ser dividida em duas épocas. Entre elas:
- a primeira safra, a de verão;
- a segunda safra, a de inverno, conhecida também por safrinha.
Tradicionalmente, a safra de verão acontece em todos os estados do país durante o período mais chuvoso.
Na região Sul, em agosto, no Sudeste e no Centro-Oeste, entre os meses de outubro e novembro.
Por último, na região Nordeste, o plantio costuma acontecer no começo do ano.
A safrinha, por seu turno, pode variar de acordo com a região.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) classifica a safrinha como a safra de inverno plantada em Rondônia, Tocantins e regiões da Bahia e de Sergipe.
Geralmente, ocorre entre janeiro, março ou abril. O plantio de milho sequeiro é temporário e costuma acontecer em apenas 3 ou 4 meses, quase sempre depois do plantio da soja precoce, predominante no Centro-Oeste e nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
Em síntese, alguns produtores preferem reduzir o tamanho da área do plantio durante a safra de verão.
Entretanto, aumentam o plantio na safrinha para compensar a diminuição, ocasionando maior rendimento das lavouras nas duas colheitas.
Quais são as principais pragas do milho?
O produtor rural deve ter bastante atenção no cultivo de milho, desde o momento do plantio, passando por sua maturidade, até a colheita, haja vista a ação de pragas e doenças que podem influenciar o bom desenvolvimento da lavoura.
No entanto, o uso de herbicidas, inseticidas e fungicidas, além da aplicação de fertilizantes, ajuda no fortalecimento da plantação contra os ataques externos.
Veja a seguir os principais ataques a que a plantação está sujeita:
Lagarta-do-cartucho ou lagarta-militar
O bicho come a folha e rompe o pendão do milho.
A praga começa a se alimentar ainda no período de germinação da semente, se alojando dentro do milho por meio de uma raspagem.
Lagarta-da-espiga
O ataque dessa praga costuma acontecer antes do período de maturação, afetando bastante a produção. Ela se alimenta dos grãos de milho.
Lagarta-elasmo ou broca-do-colo
Os sinais de ataque dessa praga costumam ser mais intensos durante os 30 primeiros dias da contaminação.
Após a ação da lagarta, o milharal dá sinais de estresse hídrico, que vem acompanhada de escassez hídrica.
Além disso, a praga abre galerias na base do caule, prejudicando o crescimento da planta.
Cigarrinha-do-milho
Uma das pragas mais comuns em plantações de milho, a cigarrinha ataca no início do desenvolvimento da planta.
Ela é responsável pelo enfezamento, uma doença que atrapalha a absorção de nutrientes e prejudica o crescimento da planta, afetando a produtividade da lavoura.
Por fim, a melhor maneira de evita-la é não fazer plantações (semeaduras) sucessivas e tardias, bem como fazer repousos de dois ou três meses, entre outros cuidados.
Cercosporiose
Popularmente conhecida por mancha branca, a cercosporiose é a doença mais comum na cultura do milho.
Ocasionalmente, o fungo deixa manchas acinzentadas nas folhas.
O problema é grave e pode levar a mais de 80% de perda da lavoura.
Desse modo, em casos mais severos, pode acontecer o acamamento das plantas.
A melhor forma de evitar a mancha branca é fazendo a rotação de culturas como o algodão, soja, girassol, entre outras.
Também é possível fazer a retirada completa da cultura anterior após a colheita.
No entanto, ainda existem outras doenças que podem atingir a plantação de milho e em que o agricultor deve ficar de olho:
- ferrugem polissora;
- helmintosporiose;
- mancha de diplodia;
- antracnose;
- ferrugem comum;
- podridões;
- doenças causadas por molicutes e vírus;
- ferrugem tropical;
- enfezamentos pálidos e vermelhos, etc.
Para se aprofundar mais no assunto, basta conferir a cartilha criada pela Embrapa em conjunto com o Ministério da Cultura, Pecuária e Abastecimento.
Conclusão
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