Exemplo de uma erosao hidrica causando danos ao solo de culturas agricolas

Erosão: como afeta a atividade agrícola?

Estudos conduzidos pela Embrapa mostraram que as perdas anuais de culturas pela erosão foram estimadas em 0,3% da produção. 

Caso o problema continue a avançar, a redução produtiva pode chegar a mais de 10% até 2050, de acordo com o mesmo relatório.

Com isso, bilhões de dólares são gastos anualmente com fertilizantes para substituir os nutrientes perdidos em virtude da ação erosiva. 

A erosão causada pela água, pelo vento ou mesmo pelo preparo inadequado do terreno é a maior ameaça à saúde do solo, prejudicando não só a produção de alimentos, mas também a disponibilidade futura de terras para agricultura. 

Logo, ela tem impacto direto sobre a saúde humana, a biodiversidade e a subsistência do meio rural.

Neste artigo, vamos explicar como a erosão acontece, seus principais tipos e as formas mais adequadas de manejo para evitar o problema.

O que é erosão? 

A erosão é um processo de desgaste, transporte e sedimentação do solo, indo além da formação de buracos. 

Na realidade, ela pode ser considerada todo e qualquer desgaste do solo em que há o transporte de sedimentos de um lugar para outro; por essa razão, varia desde a retirada de uma pequena camada de terra até a formação de grandes crateras.

De elementos químicos a físicos, todos eles provocam o desgaste dos sedimentos, o que faz com que as camadas de terra se tornem bastante frágeis. 

O contato com a água e outros componentes erosivos concretizam a movimentação de terra para as partes mais baixas do relevo. 

O desmatamento é outra prática comum que leva à erosão do solo; afinal, as árvores ajudam a manter o solo no lugar e, quando são retiradas, o solo e as rochas soltas são empurradas pela ação de ventos e de chuvas.

Quais são os tipos de erosão e suas principais causas?

Existem diferentes causas que levam uma área ao processo erosivo; vale a pena ficar atento a elas para poder se prevenir. 

Erosão pluvial 

A água das chuvas é uma das principais causadoras da erosão pluvial. Isso acontece porque, ao atingir o solo em grande quantidade, as chuvas provocam deslizamentos, infiltrações e transformam a consistência do solo.

Consequentemente, todas essas mudanças levam ao deslocamento da terra, isso onde não há cobertura vegetal da área.

Elas podem acontecer de quatro maneiras distintas: 

  • Splash: quando há um choque entre as gotas de chuva e o solo; é um processo que pode acontecer de maneira gradativa e ir se intensificando com o passar do tempo, o que leva solos e rochas a perderem nutrientes. 
  • Lixiviação: quando a cobertura superficial da terra é retirada por meio da chuva. 
  • Ravinas: quando surgem grandes buracos nas áreas desgastadas. 
  • Voçorocas: quando são formadas crateras que impactam os lençóis freáticos e outros componentes do solo.

Erosão eólica

Esse tipo de erosão ocorre por meio da ação dos ventos, que retiram de forma rápida os fragmentos mais finos da camada superficial de terra. 

É bastante comum em áreas desérticas e semidesérticas. 

Como dissemos, é capaz de retirar fragmentos mais finos, como a areia e o silte, o que deixa o terreno pedregoso e pouco permeável. 

Em locais onde o processo acontece de forma intensa, é possível ocorrer a formação de zonas rebaixadas que são bastante parecidas com os lagos, mas que ficam secas por um longo período. 

Dois exemplos bastante conhecidos são as dunas de areia dos Lençóis Maranhenses e o Deserto do Jalapão, no Tocantins. 

Erosão marinha

A erosão marinha, ou marítima, é conhecida como um processo de desgaste, transporte e sedimentação de rochas e solos litorâneos. 

Ela tem três principais causas: ondas, correntes e marés, estando presente em todo o litoral brasileiro. 

O grande problema é que ela vem se tornando cada vez mais frequente devido à ocupação dessas regiões, às mudanças climáticas e à retirada de areia para uso em pavimentação, por exemplo. 

Erosão glacial

A erosão glacial é causada pela ação do gelo e acontece quando blocos de gelo ou mesmo geleiras se desprendem ou despencam, causando um atrito entre eles e o solo. 

Ao escoarem para as partes mais baixas, esses blocos de gelo acabam criando um fluxo de água, o que leva à formação de rios e riachos, situação comum em países como a Finlândia. 

O derretimento de gelo ocorre na superfície de rochas, em que se agrupam concentrações de sedimentos de cor escura.

Erosão gravitacional 

A erosão gravitacional é comum em áreas montanhosas e também em grandes altitudes e declínios. 

Nas áreas onde o declive é maior, o escoamento da água é impulsionado pelas camadas superficiais, o que contribui para a instabilidade.

Erosão geológica

A erosão geológica também é chamada de erosão natural e não sofre com a interferência do homem. 

Ela atua modelando paisagens por meio de uma combinação de diferentes ações erosivas; é o que acontece, por exemplo, em vales e cânions. 

Quais são os prejuízos causados pela erosão à agricultura?

A erosão pode acontecer em ritmos diferentes, dependendo das circunstâncias; entretanto, independentemente disso, o processo afeta a produtividade da terra e a fertilidade. 

Além disso, ela prejudica a qualidade da água e causa problemas à drenagem desta. 

Cabe lembrar que a umidade é um fator crucial para que o solo seja frutífero, mas a erosão polui as águas subterrâneas, e a estrutura rígida do solo impede que elas fluam para camadas mais profundas. 

Quando a drenagem é deficiente, a erosão aumenta, devido ao solo compactado. Com isso, a produtividade do campo fica reduzida devido ao déficit de umidade. 

Outro efeito que a erosão causa é o aumento no nível de ácidos no solo, porque a estrutura biológica é danificada. 

A partir do momento que a biomassa é retirada na camada superior, o solo não consegue manter o nível de pH aceitável, variando abaixo ou acima das faixas desejadas, o que compromete o crescimento das plantas e culturas intensivas. 

Como controlar a erosão?

A erosão é um processo que traz prejuízos para a agricultura; por isso, é preciso saber como realizar o seu controle de maneira eficiente, evitando, assim, a degradação do solo. 

Pronto para conhecer as técnicas mais eficientes? Confira as dicas a seguir! 

Realize o plantio direto

O plantio direto é uma das metodologias mais eficientes para a melhora na qualidade do solo, evitando perdas causadas pela erosão.

A prática ainda proporciona economia com a fertilização e diminui os custos das operações agrícolas. 

Por não remexer ou mexer minimamente no solo, o plantio direto ajuda a evitar o transporte de partículas pela ação de chuva e vento, por exemplo, preservando, assim, a área. 

Faça o terraceamento

O terraceamento é outra opção para os produtores que desejam evitar a erosão nas áreas de plantio. 

A técnica impede a erosão hídrica em locais acidentados e reduz a perda de solo de maneira substancial, quando comparados com áreas sem terraço. 

A técnica consiste em dividir uma área inclinada em várias rampas. Desse modo, as águas das chuvas, ao ecoarem, vão perdendo a força e removendo menos sedimentos do solo, o que, consequentemente, causa menos impactos sobre ele. 

Foque a rotação de culturas

A rotação de culturas consiste em alternar diferentes culturas vegetais na mesma área. O ideal é que as espécies tenham o mesmo propósito comercial e de recuperação do solo. 

Isso ajuda a evitar o desenvolvimento de pragas e doenças, além, é claro, de ser uma alternativa para prevenir a erosão. 

Ademais, a prática resulta em um maior aproveitamento dos nutrientes do solo, aumentando a diversidade de material orgânico e biológico, protegendo a área de intempéries. 

Faça a adubação verde 

A adubação verde foca a cobertura do solo com material vegetal vivo, sendo uma forma de incorporar resíduos orgânicos na área. 

Tal prática ajuda não só a preservar o solo, mas também a criar uma camada de proteção na área, que evita as perdas pela erosão. 

Sem contar que esse tipo de ação também promove a descompactação e aeração do solo, aumentando a sua capacidade de armazenamento de água e de nutrientes. 

Aposte no valeteamento 

A prática de valeteamento é feita de maneira mecanizada e cria sulcos que ajudam no controle da erosão em pastagens. 

Os sulcos são colocados próximos uns dos outros e auxiliam a distribuir melhor a água pelos terrenos. 

Eles costumam ser pequenos, rasos e estreitos, além de dispostos em nível, medindo cerca de 20 cm de largura e a mesma medida para profundidade. 

Prevenção é o melhor caminho

A erosão é um problema que afeta áreas em todas as partes do planeta, levando a enormes perdas para a biodiversidade e, consequentemente, para a agricultura. 

A perda da produtividade é um dos fatores que mais preocupam os produtores do país, e, por isso, o uso de técnicas de prevenção é a melhor escolha. 

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