A alta nos preços dos fertilizantes já vem preocupando o setor há bastante tempo. Os valores começaram a subir e trazer entraves para as compras em 2021. Para piorar ainda mais o cenário de alta, no dia 24 de fevereiro deste ano, a invasão da Ucrânia pela Rússia trouxe a guerra e fez chegar ao campo aqui no país um agravante: o abastecimento de fertilizantes. Os preços, que já estavam altos antes, dispararam com a ameaça de faltar o principal produto para se plantar com competitividade.
Um dos motivos dos preços dos fertilizantes dispararem no primeiro trimestre de 2022, além da guerra no Leste Europeu, foram os congestionamentos nos portos internacionais. O atraso para abastecer os navios comprometeu a logística, e as entregas ficaram mais lentas.
Uma pesquisa realizada pelo CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostra os reajustes e a alta nos valores dos fertilizantes. Por exemplo, a tonelada de cloreto de potássio foi vendida em média, em março deste ano, por R$ 6.171,50, uma alta de 24,9% se comparado com fevereiro; com relação ao mesmo período do ano passado, o aumento foi de 153,6%. No mesmo levantamento, a tonelada de MAP (fosfato monoamônico) foi comercializado por R$ 7.032,10, um aumento no mês de 40,6%; com relação a março de 2021, a alta foi de 63,6%. O preço da ureia ficou em média R$ 5.844,70 por tonelada em março, 36,8% a mais do valor cobrado no mês anterior; quando comparado com março de 2021, o preço ficou 97,3% mais caro.
Com esses reajustes, cada vez mais nota-se no mercado que distribuidores estão antecipando as suas compras, com receio de ter que encarar mais aumento no valor de insumos e para diminuir os riscos de ficar sem a mercadoria.
O alto gasto envolvendo a nova safra 2022/23 será um desafio que o setor vai enfrentar, mas, com a mesma garra e determinação de sempre, os heróis anônimos do campo se apoiam em novos caminhos para conseguir financiamento para custear a sua produção, mantendo o agro como um importante combustível para a economia do Brasil.