Com o avanço das novas tecnologias, os produtores rurais passaram a ter um aliado no setor de crédito: as fintechs, modalidade que chegou ao agronegócio nos últimos anos. Podemos afirmar que uma fintech é um banco digital com mais tecnologias e burocracia reduzida em relação ao restante do mercado de crédito agrícola.
Um levantamento feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostra o crescimento da atuação das fintechs; em 2019, eram 24 startups financeiras atuando no setor dos agronegócios. Essa pesquisa, denominada Radar Agritech e realizada com parceiros em 2020/21, mostrou que o número aumentou: foram registradas 43 startups com atividades voltadas para crédito, análise, comercialização e serviços financeiros para atender à rede de negócios que integra as atividades ligadas à agropecuária.
Há uma demanda grande por recursos para a agricultura, que está em um momento favorável para expansão, mas que, para crescer, precisa de dinheiro a fim de custear as atividades. Com taxas de juros mais atrativas que as dos bancos tradicionais, as fintechs têm atraído cada vez mais o produtor rural e também os distribuidores de insumos.
Com mais agilidade, facilidade na liberação dos créditos e análise tecnológica, a rapidez em disponibilizar os financiamentos tem sido um diferencial competitivo. As taxas de juros são outro atrativo que tem intensificado a busca por crédito nas fintechs. Um exemplo foi o Programa Nacional de Fertilizantes TerraMagna, considerada uma das maiores fintechs do agronegócio na América Latina, que disponibilizou R$ 500 milhões para as distribuidoras de insumos de todo o Brasil. O programa auxiliou o setor em um momento delicado em virtude da guerra no Leste Europeu, que trouxe risco de escassez de insumos, além da alta nos preços.
Assim, o mercado das fintechs para o agro se mostra promissor, com uma demanda crescente que tem necessidade urgente de disponibilidade de crédito para sua expansão.