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Por que o seguro rural é tão caro?

Tempo estimado de leitura: 3 minutos

Para qualquer tipo de seguro, quanto maior o risco assumido, maior o preço da apólice (o prêmio). No agronegócio não funciona diferente: regiões com maior instabilidade climática e em períodos mais sensíveis possuem apólices mais caras. Todavia, a falta de informações para a apropriada valoração dos riscos intrínsecos a uma lavoura leva a prêmios caros que tornam o seguro muitas vezes inviável, limitando a cobertura a uma pequena parcela da grande produção agrícola do Brasil.

Duas ferramentas estão disponíveis para potencializar o seguro agrícola no Brasil: informações mais granulares, que permitam gerar apólices personalizadas de acordo com o perfil do produtor e a nova política agrícola, com ênfase no subsídio aos prêmios.


Os riscos do agro

Operar como seguradora no agro não é trivial. As perdas da quebra de safra podem atingir todos os segurados de uma mesma região ao mesmo tempo. Uma seguradora que trabalha localmente e cobre uma área de risco pode ir à falência no período de uma safra.

Para estimular essa cobertura, o governa subsidia parte dos seguros rurais, normalmente arcando com até 35% do pagamento das apólices. Em 2019, essa parcela do governo correspondeu a R$440 milhões em um mercado total de R$20 bilhões – maior desde a criação do Programa de Seguro Rural, em 2005 -, atendendo a 58 mil produtores.

“O seguro agrícola é muito caro de ser desenvolvido e de se fazer a avaliação de perda. Não existe padrão: o perito precisa ir até a propriedade [segurada] quando ele é acionado, antes e depois da colheita. O custo operacional é muito alto, paga-se muito sinistro. Isso gera também um prêmio caro [para o produtor] e o governo subsidia para que ele consiga contratar”.

diz Pedro Loyola, diretor de gestão de riscos do Ministério da Agricultura.

A baixa cobertura fica clara quando atentamos para que apenas 10,9% dos mais de 62,9 milhões de hectares com produção rural no Brasil contavam, nesse ano, com proteção de seguro agrícola.

Esse processo é essencial para a proteção do pequeno e médio produtor, que corresponde à quase a totalidade das apólices. Os grandes produtores, com lavouras distribuídas em municípios diferentes tem o risco pulverizado ao, pelo menos, não serem impactos pelos mesmos riscos climáticos em todas suas áreas.


Como a tecnologia muda esse cenário

A busca constante do produtor por diferentes acessos ao financiamento das lavouras, principalmente através de meios com juros livres, vem chamando a atenção dos investidores que se vêem em um cenário onde os rendimentos estão cada vez mais baixos. Mas para aportar, o investidor precisa se sentir seguro.

Os riscos climáticos e a possível derrubada de preços são dois fatores que estão totalmente fora do controle humano. Mas existem diversos outros pontos que entram no cálculo do seguro e que, devidamente analisados com o uso da tecnologia, poderiam ajudar a reduzir substancialmente o custo de uma apólice rural.

Entre eles, por exemplo, o conhecimento de:

  • área efetiva do produtor, não contabilizando áreas improdutivas e de reserva ambiental
  • capacidade produtiva da terra, com comparação com o histórico de produção, possibilitando o conhecimento do potencial de entrega do produtor
  • riscos de quebra não só da região (nível estadual), mas local (nível municipal)
  • risco ZARC de cada fazenda
  • desenvolvimento da área total através do monitoramento remoto, muito mais efetivo e barato do que a amostragem parcial presencial

Todos esses pontos são precisamente analisados e calculados através do uso da tecnologia, permitindo que os riscos previstos na apólice do seguro se limitem exclusivamente à fatores que não são controláveis.


Não é objetivo de ninguém acionar o seguro. Tanto o produtor quanto a seguradora querem uma boa lavoura garantindo uma margem saudável próxima safra e uma renovação mais barata da apólice de seguro. Ter uma produção segurada, obviamente, traz mais confiança.

O uso da tecnologia permite ao investidor conhecer profundamente a lavoura que financia, assim como às seguradoras oferecer prêmios mais justos, uma vez que conhecem melhor os reais riscos de produção. Isso faz com que com os produtores tenham acesso a diferentes veículos de crédito (e mais baratos), visto que o risco clima é mitigado. É um ciclo virtuoso: com o seguro, o crédito barateia e, com o crédito mais barato, há mais margem para pagar a apólice, que pode se reduzir entre safras mediante não-acionamento.

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