As pragas agrícolas são uma grande preocupação para os produtores, entre as quais se encontra o pulgão, que causa uma série de problemas às plantas.
O inseto pode trazer prejuízos à agricultura, levando inclusive à perda da lavoura.
Para se ter uma ideia, de acordo com cientistas, de 10 a 40% da produção agrícola é perdida pelo ataque de pragas e doenças.
Neste artigo, você conhecerá mais sobre essa praga agrícola, que é bastante comum no Brasil.
Continue a leitura e saiba sobre as características do inseto, espécies, formas de manejo e muito mais!
Índice de conteúdo
ToggleO que é o pulgão?
Uma das principais pragas agrícolas, o pulgão ou afídeo é um inseto de porte pequeno e de cores variadas que incluem verde, amarelo-claro, marrom e preto.
Mais de 1,5 mil exemplares da espécie foram encontrados na natureza, cada qual com os seus comportamentos e atacando diferentes tipos de culturas.
Pertencente à família Aphididae, o inseto tem alto poder de multiplicação, ainda mais quando exposto a altas temperaturas e baixa precipitação.
Principais características morfológicas da praga
Esteticamente, as espécies de pulgões podem ser bastante diferentes, porém todos são bem pequenos; o máximo que atingem é 58 mm de comprimento na fase adulta.
O corpo do inseto tem formato oval, não existe divisão clara entre a cabeça e o tronco e ele tem de quatro a seis antenas.
Além disso, alguns representantes da espécie têm asas, e essa parte do corpo é membranosa e transparente, com os pares dianteiros maiores que os traseiros.
Outra característica importante é o aparelho bucal do inseto, que é do tipo picador-sugador e serve como facilitador para consumo da seiva e para introdução de toxinas.
Qual o ciclo biológico do pulgão?
O ciclo de vida do pulgão é considerado muito curto, capaz de complementar uma geração a cada semana e originar até 10 ninfas fêmeas por dia.
Logo, o ciclo biológico é de 5 a 6 dias como ninfa, no qual são verificados 4 ínstares, que são as fases larvais.
Por sua vez, os períodos de reprodução e pós-reprodução variam de 15 a 23 dias e de 3 a 4 dias, respectivamente.
Como acontece o ataque dos pulgões e quais os danos causados?
O ataque dos pulgões costuma acontecer nas chamadas reboleiras, que são as partes mais densas de uma plantação.
A partir disso, eles realizam a colonização e em seguida se dispersam por toda a lavoura. Mas, afinal, quais os danos causados pelo ataque dessa praga nas lavouras?
O primeiro deles é a sucção de nutrientes das plantas, que afeta o desenvolvimento delas e pode levar a deformações e fazer as folhas murcharem, levando à perda da colheita.
O pulgão também libera uma secreção açucarada, que leva ao desenvolvimento de um fungo conhecido como fumagina. Além disso, ele cresce sobre os tecidos da planta, dificultando a fotossíntese.
Muitas das viroses que atacam as plantas têm origem no pulgão. É o caso da chamada Toxoptera citricidus (Tristeza dos Citros) transmitida pelo pulgão preto e a redução do crescimento de plantas, que é causada pelo pulgão verde.
Outro impacto causado pelo pulgão é a sucção da seiva, que em culturas como a do milho pode levar à redução na quantidade de grãos por espiga.
No caso do trigo, a ação da praga leva à diminuição do tamanho das plantas.
Há também a transmissão de um agente fitopatogênico que reduz o potencial de produção do trigo, o chamado Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada (VNAC).
Quais os principais tipos de pulgões?
Existem diferentes tipos de pulgões que atacam as lavouras, sendo eles classificados em monófagos e polífagos.
Os monófagos são aqueles que se alimentam de plantas pertencentes ao mesmo grupo familiar; já os polífagos se alimentam de plantas de famílias distintas.
Mas, quais são os principais representantes da espécie? Conheça a seguir!
Pulgão algodoeiro
O pulgão algodoeiro Aphis gossypii, como o próprio nome diz, é o hospedeiro preferido da cultura do algodão, mas ele também pode atacar mais de 700 plantas.
Entre as suas principais características, estão o comprimento de cerca de 1,3 mm e a coloração, que varia entre o amarelo-claro e o verde-escuro.
A praga tem por hábito viver sob folhas e brotos novos; quando ataca a cultura, as folhas ficam com um aspecto enrugado ou encarquilhado.
Os brotos então ficam deformados e é possível identificar a presença da substância açucarada, que favorece o surgimento da fumagina.
Além do mais, o pulgão algodoeiro é capaz de transmitir alguns tipos de viroses para a planta atacada, como o vermelhão e o mosaico das nervuras.
Pulgão da espiga
O pulgão da espiga, Sitobion avenae, ataca principalmente as culturas de trigo, aveia, centeio e cevada.
A praga dessa espécie mede entre 1,3 e 3,3 mm de comprimento e conta com uma tonalidade que varia do verde-amarelado ao castanho-avermelhado.
Grande parte da população do pulgão da espiga sobrevive ao inverno junto dos cereais atacados.
Geralmente, o seu desenvolvimento ocorre nas panículas (bandeiras) e nas folhas terminais dos cereais.
Entre os danos, estão a alimentação das folhas e a perda do poder germinativo.
Pulgão do milho
O pulgão do milho, Rhopalosiphum maidis, é uma praga que ataca a cultura do milho, mas também do milheto, cereais, entre outras.
Apesar de ser considerada anteriormente uma praga secundária, sua ocorrência passou a ter grande importância, tornando-se um problema real para produtores em algumas localidades do país.
Os insetos são de porte pequeno, com 0,9 a 2,6 mm e vivem em colônias, especialmente dentro dos cartuchos de milho. Eles têm uma cor amarelo-esverdeado ou azul-esverdeado com manchas pretas.
O pulgão do milho é uma espécie com hábito sugador, alimentando-se das partes mais jovens da planta.
Além disso, ele também libera a substância açucarada que causa falhas no processo de polinização e fecundação das espigas, prejudicando assim a formação de grãos.
Pulgão verde
O pulgão verde, Myzus persicae, é um representante da praga que afeta muitas culturas, principalmente as hortaliças brássicas, como brócolis, alface, couve, espinafre e agrião.
Os insetos têm cerca de 2 mm de comprimento, com cores que variam do verde-claro ao verde, com cabeça, antena e tórax pretos.
A praga causa danos diretos e indiretos às culturas. O primeiro inclui a sucção da seiva, que prejudica o crescimento da planta e o encarquilhamento das folhas. Por sua vez, os indiretos incluem a inoculação de vírus, que prejudica a qualidade da cultura como um todo.
Como realizar o controle eficiente desta praga?
O pulgão causa grandes perdas à cultura quando não combatido da forma correta. Mas como realizar um controle eficiente?
Devido às inúmeras espécies da praga, é preciso encontrar aquela técnica que melhor funcionará no extermínio do inseto. Entenda mais sobre algumas das opções!
Controle biológico
Uma das alternativas mais eficientes de combate ao pulgão é o controle biológico.
A ideia desse processo é empregar o uso de predadores naturais da praga onde ela está presente, como a introdução das joaninhas e das vespas, que auxiliam no controle.
A vespa, por exemplo, deposita ovos no corpo do pulgão, dos quais nascem as larvas que se alimentam do inseto, levando-o à morte.
Controle mecânico
O controle mecânico também tem ótima resposta no combate aos pulgões. Caso a população não seja tão grande, essa é uma das melhores metodologias de eliminação direta da praga.
Para isso, é necessário um algodão embebido em água e álcool (ou vinagre) na mesma proporção. A mistura auxilia a retirada de pulgões das folhas.
O processo poderá acontecer toda semana até que a praga seja completamente eliminada.
Caldas naturais
As caldas naturais são uma alternativa aos inseticidas no combate ao pulgão. Existem diferentes tipos de receitas disponíveis, vamos conhecer uma delas, que usa a urtiga.
Ingredientes:
500 g de folhas de urtiga frescas;
10 L de água.
Modo de preparo:
Colete as folhas de urtiga, com proteção para evitar queimaduras na pele.
Misture os ingredientes, colocando as folhas na água por 2 ou 15 dias.
Quando o repouso for de 2 dias, aplique sem diluição.
Se o repouso for de 15 dias, será preciso diluir a solução em mais 10 partes de água (1 litro da solução para cada 10 litros de água).
Controle químico
O controle químico ainda é a opção mais usada no combate a pragas, visto que, além de eficiente, ele costuma ter uma ação rápida.
No entanto, é preciso cuidado para não causar um uso desenfreado, pois isso poderá levar à resistência da praga.
Por isso, o indicado é usá-lo apenas quando a infestação atingir nível de dano econômico.
Lembre-se de sempre consultar um profissional para saber qual o melhor produto para cada caso.
Conclusão
Neste artigo, explicamos mais sobre o pulgão e como a praga pode afetar diversas culturas agrícolas.
São danos diretos e indiretos, como ser vetor de viroses que podem levar à perda da produtividade e redução do valor econômico.
Também falamos sobre alguns tipos de pulgões que podem ocorrer nas plantas e quais as suas principais características.
Por fim, destacamos alguns tipos de controle e manejo da praga.
O ideal é ter sempre bons produtos para ajudá-lo. Se você é produtor rural e precisa de crédito para investir na lavoura, pode contar com a TerraMagna.
Nós facilitamos a burocracia e trazemos uma experiência simples e segura para o dia a dia no campo por meio do crédito rural.
Quer saber mais sobre como funciona?