Risco de escassez de fertilizantes se mantém

Risco de escassez de fertilizantes se mantém

O Brasil conseguiu receber os fertilizantes comprados no ano passado. De acordo com a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), os insumos que chegaram ao país em março, vindos da Rússia representam 13,5% a mais de fertilizantes que no mesmo período de 2021. Foram 685,8 mil toneladas entregues aos portos brasileiros, que estão sendo distribuídas para os mercados consumidores, porém o risco de faltar fertilizantes ainda existe.

Por conta do aumento da demanda o setor agrícola está em crescimento e as lavouras ainda dependem das importações. Situação confirmada em evento sobre a soja, em que Ricardo Tortella, diretor executivo  da ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos) , explicou como é o atual cenário do país com relação aos fertilizantes e mostrou como foi o crescimento de consumo no setor. De acordo com Tortella, nos últimos 15 anos a dependência de insumos importados aumentou de 65% para 90%. A produção nacional supre 20% da necessidade de adubos nitrogenados, 40% dos fosfatados e 5% do potássio, consumido pela agricultura nacional, o restante vem das importações.

As incertezas sobre o abastecimento global de insumos, por causa da guerra continuam no setor. Dependendo do tempo que o conflito durar, as consequências nas lavouras brasileiras poderão ser incalculáveis. O produtor rural e as distribuidoras ainda têm muitas dúvidas com relação a normalização do abastecimento interno, mas são unanimes, querem garantir o fornecimento mesmo com preços mais elevados, para não perderem a competitividade em um momento de aquecimento de demanda. Como equalizar a demanda crescente com o principal produto que garante a produção agrícola, é um dos desafios que o agronegócio precisa resolver o quanto antes.