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Cultura do trigo

Trigo: aprenda tudo sobre essa cultura que bate recordes

O trigo faz parte da família de plantas chamadas gramíneas, sendo o segundo cereal mais produzido e um dos insumos mais comercializados no mundo; fica atrás apenas da produção de milho, superando, contudo, a de arroz.

O grão de trigo é considerado um alimento básico do nosso dia a dia, usado para fazer farinhas e pães; também serve de alimentação para os animais domésticos e como peça fundamental na fabricação de cervejas.

Logo após a divulgação do seu sétimo levantamento, realizado em abril, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) decidiu manter a estimativa das exportações para o ano de 2022.

Do mesmo modo, para o trigo, a previsão considerada é de que o volume exportado entre agosto de 2021 e março de 2022 seja maior que 2,8 milhões de toneladas.

A princípio, o aumento esperado corresponde somente ao período do ano comercial que vai até julho.

Sob o mesmo ponto de vista, a estimativa é que sejam exportadas 3 milhões de toneladas. Como resultado, se a estimativa do estudo for confirmada, a exportação de trigo brasileira terá o maior número da história em tempo recorde.

Em razão de o trigo ser um alimento básico e utilizado na produção de diversos itens, seu cultivo é considerado rentável e financeiramente consolidado não só no Brasil, mas no mundo.

A seguir, neste post, mostraremos a você quais são os principais fatores por trás do desenvolvimento e plantio do trigo.

Qual é a origem do trigo?

O cultivo do trigo é fruto da cultura agrícola típica do Oriente Médio, mais especificamente da Ásia.

A planta é do gênero Triticum,da família das gramíneas – plantas pequenas cujas folhas têm formato de lâminas.

Geralmente, apresenta muitas raízes e caule oco. Suas principais espécies em cultivo são: Triticum monococcum, Triticum durum e Triticum aestivum.

A princípio, o consumo de trigo era feito apenas na forma de grãos, como em uma espécie de papa, sempre acompanhada de peixes e frutas.

Foi por volta de 4.000 a.C. que os egípcios começaram a descobrir o processo que chamaríamos de fermentação.

A partir dessa descoberta, os pães começaram a ser produzidos, revolucionando, assim, o uso de trigo na alimentação humana.

Atualmente, boa parte dos países cultivam e comercializam uma parcela de seu próprio trigo.

De acordo com a USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o consumo mundial do grão só tende a aumentar com o passar dos anos; a prova disso é o consumo de 769 milhões de toneladas apenas em 2020.

O agronegócio brasileiro e o trigo

O trigo veio para o Brasil trazido pelos portugueses, que criaram suas primeiras lavouras na capitania de São Vicente, atual estado de São Paulo, por volta do
século XVI.

A adaptação ao nosso clima foi rápida e eficiente, o que, de certo modo, ajudou ainda mais outras regiões do país começarem a criar suas próprias áreas para o plantio.

No entanto, a cultura do grão só ganhou a devida importância econômica em meados do século XVII, depois do crescente número de plantações no interior de São Paulo e em boa parte do Rio Grande do Sul.

Em razão da grande praga de ferrugem que assolava as produções do século XIX, a cultura quase chegou a desaparecer.

O aumento na produtividade e as grandes mudanças no setor só vieram a ocorrer, de fato, durante o século XX, após incentivos financeiros.

Atualmente, o trigo está presente em 133 mil propriedades rurais do país, chegando a movimentar uma cadeia produtiva que envolve quase 800 mil pessoas.

Ao lado dos fertilizantes, é um dos principais insumos de importação do agronegócio brasileiro.

No ranking mundial, o Brasil fica entre os cinco maiores importadores de trigo. De acordo com dados da Embrapa, nosso consumo atual é de, aproximadamente,
12 milhões de toneladas; só na última safra, produzimos 5,3 milhões de toneladas.

A produção do trigo se concentra mais nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país. Entre os estados brasileiros que mais se destacam tanto em área quanto em volume de produção do cereal estão Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.

Quais são as características do trigo plantado no Brasil?

 

Planta de trigo da espécie Triticum aestivum L. (Foto: Wikimedia Commons)

O trigo cultivado no Brasil é o da espécie Triticum aestivum L.

Suas principais características são estas:

  • composta de caule que varia de 0,5 m a 1,5 m de altura;
  • caule oco e reto (colmo);
  • cerca de 6 a 9 folhas estreitas e compridas;
  • raízes em forma de cabeleira;
  • flores em grupo de 3 a 5 formando flores menores (espiguetas), que se agrupam em número de 15 a 20, compondo as espigas de trigo.

 Como funciona o ciclo da cultura de trigo

 

O ciclo da cultura de trigo é dividido em cinco fases:

Plântula

Nessa fase, ocorre a germinação da semente, isto é, o momento em que a planta começa a tomar forma (entre 5 e 7 dias).

Após a construção, dá-se a fase de plântula, com o aparecimento das três primeiras folhas (de 12 a 16 dias).

Perfilhamento

Com cerca de 15 a 17 dias, abrem-se as primeiras folhas e surgem de 7 a 8 ramos.

Alongamento

Aqui, há o aparecimento do primeiro nó no caule. A planta continua a crescer, e aparece a última folha, também chamada folha bandeira.

No final do processo, entre 15 e 18 dias, há um engrossamento da bainha da planta.

Espigamento

Esse estágio dura entre 12 e 16 dias. Aqui, a espiga já tomou forma, está florida e cheias de frutos, dando início ao enchimento dos grãos.

Maturação

Última fase antes da colheita, a maturação dura de 30 a 40 dias, marcada por enchimento e amadurecimento dos grãos, estágio em que as folhas e espigas secam.

Escala Feekes-Large de crescimento e desenvolvimento de trigo e correspondente formação dos componentes do rendimento de grãos. (Ilustração: Embrapa Soja)

5 fatores que podem prejudicar o desenvolvimento do trigo

 

A seguir, entenda o que você precisa fazer para garantir o bom desenvolvimento da sua lavoura, com rendimento e produtividade.

 

1.   Época de semeadura

Procure saber qual é o melhor período do ano para o cultivo do trigo na sua região, pois, a depender do local ou estado onde está, os hábitos podem mudar drasticamente.

Nesse sentido, o recomendado é verificar, com os órgãos responsáveis pelo zoneamento do seu município ou estado, quais são as melhores práticas.

2.   Espaçamento e profundidade na semeadura

Em relação ao espaçamento, recomenda-se uma distância entre uma semente e outra, uma linha de 17 cm (mínimo) ou 20 cm (máximo). Já quanto à profundidade, as covas devem variar de 2 cm a 5 cm.

Outro ponto em que o produtor deve ficar de olhos bem abertos é a respeito da falta ou do excesso de plantas, que também podem comprometer negativamente o rendimento dos grãos.

 

3.   Solo e seus nutrientes

Assim como os demais fatores, a escolha do solo utilizado no plantio também é fundamental. No entanto, você deve evitar solos cheios de cascalhos e sujeitos ao encharcamento.

Já em áreas do cerrado, o recomendado é tentar corrigir a acidez do terreno e fazer a adubação do solo.

A preparação do solo deve ser realizada pelo menos um mês antes do plantio.

Em caso de o terreno ter servido para outra plantação, é necessário limpá-lo com arado para moer os resíduos e ajudá-los a se decompor, para que, assim, não venham a interferir no crescimento do trigo.

O ideal é que solo tenha uma textura média (argilo-arenoso), seja profundo, drenado, fértil, com pH 6,0, saturação de bases entre 40% e 60% e se localize em áreas planas ou com pouco declive.

4.   Controle de pragas e doenças do trigo

Pragas

Normalmente, a praga mais comum na cultura de trigo é a broca-do-colo, também conhecida como lagarta-elasmo, cujo nome científico é Elasmopalpus lignosellus.

A praga costuma surgir 30 dias após a semente geminar. Para combatê-la, orienta-se utilizar herbicidas à base de:

  • Pendimethalin, para gramíneas, na fase de pré-crescimento da planta;
  • Bentazon ou 2,4 D-Amina ou 2,4 D-Éster, para daninhas de folhas largas, no pós-crescimento da planta, durante o perfilhamento.
     

Doenças do trigo

A doença conhecida por mancha foliar do trigo, ou helmintosporiose, é causada por fungos e mais comum do que se imagina nas lavouras de trigo.

O fungo pode atacar de duas formas: o Bipolaris sorokiniana (Sacc.in Sorok) Schoem não costuma se reproduzir, enquanto o Cochliobolus sativus (Ito & Kurib) Drechs.ex.Dast se reproduz.

Geralmente, os fungos costumam aparecer nas folhas, no caule, nas espigas, nos grãos e nas raízes, podendo dar sinais em qualquer fase do ciclo de desenvolvimento do trigo. 

Os sintomas mais comuns que a doença deixa nas plantas são:

  • manchas alongadas marrom-escuras nas folhas, que se expandem e se unem, de modo a tomar toda a folha;
  • caule e espiga com lesões marrom-escuras;
  • mancha escura nos grãos e uma ponta preta perto das sementes;
  • mancha e podridão nas raízes.

O ataque da mancha foliar do trigo pode reduzir a produção de trigo a quase 50%. Para controlar e evitar seu aparecimento, é bom investir em fungicidas e pulverizações com fungicidas à base de Tebuconozale, Procloraz e Propiconazole.

5.   Colheita do trigo

Geralmente, a colheita do trigo deve ser feita entre 110 e 120 dias após o plantio. Para reconhecer o momento ideal, deve-se observar se a planta atende às seguintes características:

  • coloração amarelada (parecida com a cor da palha);
  • espiga está começando a dobrar;
  • grãos de trigo estão duros e resistentes à unha.

Apesar de não ser produzido em todo o território brasileiro, o trigo já provou todo o seu valor nutritivo ao longo da história, se popularizando e se fazendo presente nos mais diversos produtos, como pães, massas e bebidas.

Além disso, ele ajuda a movimentar e fortalecer o setor do agronegócio na economia nacional e internacional.

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