Quando falamos sobre monitoramento via satélites de uma lavoura, é normal pensarmos no acompanhamento do desenvolvimento da plantação e da colheita. Mas a tecnologia começa seu trabalho muito antes: na análise da área.
A próxima safrinha tem projeção para bater novos recordes de produção e fazer a análise tecnológica para efetivar as áreas de garantia usadas nas vendas a prazo é essencial para o sucesso dos distribuidores de insumo nesse período.
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ToggleAnálise pré-financiamento
Quando um distribuidor vende insumos a prazo para seus produtores – através, normalmente, da operação de barter -, ele formaliza o acordo através de CPRs (Cédula de Produto Rural) como garantia do recebimento futuro. No entanto, de nada vale um documento oficializando a entrega dos grãos se o produtor não tiver capacidade de produzir o que está acordado.
Conhecer a capacidade real de produção antes de formalizar uma garantia é essencial para uma operação segura. Atualmente, com o uso de tecnologias como a de monitoramento via satélites e da análise de dados por inteligência artificial, é possível conhecer todo o potencial da terra do produtor, respondendo à importantes questões, como:
1 – O que o produtor já plantou em sua terra?
É possível checar todo o histórico de produção da fazenda. Isso é importante para deduzir o quanto aquela terra pode produzir e, mais importante, saber quais culturas foram plantadas e quantas vezes. Se a área for de primeiro plantio ou estiver sem receber plantio há muito tempo, sua produção será menor e os custos operacionais maiores, logo, o rendimento também será reduzido. Com a tecnologia TerraMagna, por exemplo, conseguimos verificar o histórico das últimas cinco safras da fazenda.
2 – A área tem algum problema socioambiental?
Áreas indígenas, de quilombola, de preservação ou com algum embargo do IBAMA ou outra instituição ambiental. Todos esses itens são rapidamente verificados, evitando tomar como garantia áreas que não podem ser plantadas ou que podem acarretar multas para o produtor e o distribuidor. Recentemente, compartilhei em um artigo casos de alguns clientes que evitaram prejuízos milionários ao checar o compliance de suas garantias.
3 – A plantação tem potencial para cobrir a garantia do acordo?
Em uma negociação, o distribuidor sempre deve ter uma área de garantia maior do que o valor do acordo que está fechando. Normalmente, trabalhamos com garantias que sejam de 130% do valor total. Isso acontece porque nem sempre a safra vai ter o desempenho máximo e perdas podem ocorrer pontualmente. Com a tecnologia, é possível calcular precisamente qual o potencial de entrega daquele produtor, ou seja, trabalhar sempre com uma margem de erro pra cima, para caso alguma coisa aconteça no meio do caminho.
4 – Quanto vale aquela produção?
Cruzando dados da produção da fazenda com a cotação da cultura durante os anos, é possível saber quanto ela rendeu nos anos anteriores. Mas mais que isso, com a tecnologia é possível prever qual será o rendimento de sacas por hectare naquela cidade específica, cruzar com as cotações atuais da cultura e prever a renda agrícola para a área que será financiada.
Para quantas dessas perguntas você tem a resposta, quando vai financiar uma venda para o produtor rural? E a resposta que você tem é um dado concreto ou uma percepção?
Sofisticar o processo de concessão de crédito é uma maneira de distribuidores e empresas do agro aumentarem seu lucro, uma vez que assim minimizam os riscos e evitam perdas. Os produtores também saem ganhando com a transparência na negociação, conseguindo acesso ao crédito que precisam para financiar suas lavouras.
O agro que trabalha de maneira segura é o agro que cresce sustentável e está pronto para bater novos recordes a cada safra, sem prejuízo para nenhum dos envolvidos.