A irrigação por superfície consiste no uso da gravidade para a distribuição de água no solo. Aplica-se uma lâmina de água diretamente na superfície a ser irrigada, criando, assim, um potencial hídrico entre essa superfície e as camadas do perfil do solo.
Em alguns locais, o método também é conhecido como irrigação por gravidade.
Trata-se, na verdade, de um dos métodos de irrigação mais antigos da história da humanidade. De acordo com estudos, as civilizações antigas da Mesopotâmia prosperaram devido ao método de irrigação por superfície.
Embora antigo, o método ainda é um dos mais utilizados no mundo. No Brasil, as regiões Nordeste e Sul lideram com 56,8% e 57,2% de uso da técnica, respectivamente.
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A técnica apresenta também um menor custo de implementação, se comparada a todos os demais métodos de irrigação. Ela é indicada para solos com textura mais fina (os chamados argilo-arenosos), com declividades pequenas e uniformes.
Contudo, para fazer o uso do método de forma eficiente, é importante que o produtor conheça todas as características do seu solo e da região, levando em conta todos os parâmetros, indicações, vantagens e desvantagens.
Se aplicada de forma incorreta, a irrigação por superfície pode influenciar diretamente no desenvolvimento da cultura, ocorrendo a baixa eficiência na aplicação.
Que método de irrigação você, produtor rural, utiliza no seu negócio?
Tem interesse em saber mais sobre os métodos de irrigação? Tem vontade de aplicar a irrigação por superfície em algum projeto, mas não sabe por onde começar?
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Afinal, como funciona o método de irrigação por superfície?
Como comentamos no início de nosso artigo, o método de irrigação por superfície distribui a água no solo através da gravidade, cobrindo a área a ser irrigada de forma gradual. Em outras palavras, a água se movimenta e infiltra no solo, a partir de uma extremidade.
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Existem, atualmente, três tipos de aplicação para o método de irrigação por superfície. São eles: sulcos, faixas e inundação. Vamos conhecer melhor cada um de forma separada a seguir.
Lembrando que cada um deles possui características próprias, funciona de forma diferente e tem recomendações específicas.
Irrigação por superfície: sulcos
A irrigação por superfície utilizando sulcos consiste, basicamente, na abertura de vários canais em paralelo, seguindo sempre a linha de plantio. Posteriormente, esses canais são inundados, movimentando-se nas direções vertical e lateral.
Por fim, a irrigação atinge todo o perímetro molhado.
Este sistema apresenta algumas limitações, como:
- Necessidade de avaliações frequentes e correções de dimensionamento;
- Não pode ser deslocado para outras áreas;
- Devem ser adotadas medidas para controle da erosão;
- Não é adequado para solos permeáveis, que possuem pouca profundidade.
Irrigação por superfície: faixas
Neste método, são construídos diques, definidos pelo nível do terreno, que, posteriormente, são inundados, limitados por diques paralelos. As faixas podem ser construídas em nível gradiente longitudinal, com declividade transversal nula.
Isso garante a uniformidade na distribuição da água.
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Deve-se sempre tomar cuidado nas primeiras irrigações por faixas, principalmente em solos que não apresentem uma boa estrutura. Tudo isso por causa das elevadas vazões aplicadas às faixas.
Irrigação por superfície: inundação
Antes de qualquer coisa, é preciso salientar que o sistema de irrigação por superfície de inundação é indicado para regiões com restrição na disponibilidade de água. Uma das suas grandes vantagens é, justamente, a economia de água.
Aqui, o método é aplicado em tabuleiros de forma contínua ou intermitente, com inundação total da área.
Componentes de um sistema de irrigação por superfície
Entre as partes que compõem um sistema de irrigação por superfície destacam-se as fontes hídricas, as estruturas para medição, controle e derivação da água, as parcelas irrigadas e as estruturas de drenagem para o excesso da água.
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Etapas da irrigação por superfície
Existem etapas específicas que compõem toda a irrigação por superfície. Atualmente, elas são divididas em etapa de avanço, infiltração e recesso. Assim como os tipos de irrigação por superfície explicados anteriormente, vamos conhecer cada etapa de forma separada.
Etapa de avanço
É a primeira etapa de todo o processo. É a fase em que as faixas e os sulcos são inundados de forma homogênea. Aqui, é importante que a distribuição da água seja uniforme, como forma de garantir as etapas seguintes do processo de irrigação por superfície.
Etapa de infiltração
Na etapa de infiltração, a lâmina é uniformemente espalhada, estabilizando-se. É também onde o fluxo de água é encerrado. Como o próprio nome diz, ocorre a infiltração da água no solo, desde a superfície até suas camadas mais profundas.
Etapa de recesso
Aqui, ocorre a finalização do escoamento total da área. Ainda ocorre absorção e transporte de água no solo, e o local está pronto para receber a cultura a ser cultivada.
Quais as vantagens da irrigação por superfície?
São diversas as vantagens apresentadas pelo método de irrigação por superfície. O primeiro, como citamos anteriormente, é em relação ao seu custo (muito menor, se comparado a outros tipos e métodos de irrigação).
Entre outras vantagens, podemos citar também:
- Operações de manutenção mais simples;
- Baixa influência de ventos no processo;
- Pouca demanda de energia (que também influencia em seu custo total);
- Pode ser aplicado a diversas culturas;
- Não é necessário água limpa para sua execução.
Quais as desvantagens da irrigação por superfície?
As desvantagens são pontos que devem ser levados em consideração na hora de instalar qualquer sistema. Em outras palavras, é preciso que tudo seja levado à “balança” na hora da tomada de decisão.
São elas:
- Baixa eficiência (se comparada aos métodos de irrigação mais convencionais. Por isso, devem ser realizadas reavaliações de campo para manter a eficiência de toda a aplicação);
- Menor controle da lâmina da água e da quantidade da mesma na área;
- Pode levar à acidez do solo;
- Pode levar também à salinização do solo, com o uso de altos volumes de água e vazão;
- No método do sulco, por exemplo, pode ocorrer baixa na uniformidade de distribuição da água, diminuindo a eficiência.
Afinal, onde a irrigação por superfície funciona melhor?
De forma geral, recomenda-se aplicar o método da irrigação por superfície em solos que apresentam baixa velocidade infiltração, com topografia plana ou que contenham apenas pequenas declividades.
Como dissemos diversas vezes, é importante que toda a superfície do terreno seja irrigada. Vale ao produtor, com ajuda de outro profissional responsável da área, escolher o melhor método para aplicar no seu negócio.
O desempenho de qualquer método de irrigação depende muito do dimensionamento e da operação.
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Dessa forma, o que preciso levar em conta para realizar a escolha da irrigação por superfície?
Antes de qualquer tomada de decisão, avalie os seguintes pontos:
- O tipo do seu solo e o relevo: como dissemos, relevos mais planos facilitam todo o processo e aumentam a eficiência da irrigação por superfície.
- Investimento: por ser uma técnica que demanda menos investimento, a irrigação por superfície é perfeita para produtores rurais que tenham ainda pouca capacidade de investir em algo mais complexo.
- Mão de obra elevada: o sistema de irrigação por superfície demanda uma alta mão de obra.
- Tamanho do imóvel rural: antes de qualquer coisa, é necessário salientar que esse método é aplicável tanto para áreas pequenas quanto para áreas maiores. A diferença é que, para áreas maiores, o controle de água deve ser bem maior.
O que podemos concluir?
A irrigação por superfície pode ser a escolha perfeita para aumento de produtividade e diminuição de perdas em alguns casos. Em locais, por exemplo, que têm baixo índice pluviométrico, a irrigação por superfície pode ajudar.
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