O controle de tiririca é fundamental para evitar problemas na lavoura, afinal essa planta daninha é muito resistente e pode se desenvolver em diferentes condições de clima e solo, trazendo muitos prejuízos.
Não é à toa que a tiririca é considerada a planta daninha mais nociva do mundo todo!
A primeira ação que o produtor rural deve tomar é saber identificar corretamente a tiririca em sua fazenda, para, assim, fazer o devido controle.
Você pode conferir isso e muito mais continuando a leitura deste artigo!
Leia também: Praga: como combater o que gera tanto prejuízo
Índice de conteúdo
ToggleCaracterísticas da tiririca
A tiririca é uma planta daninha muito lesiva e de difícil controle. Além disso, ela tem alta capacidade de reprodução.
Existem diversas espécies do gênero Cyperus. Os produtores devem estar atentos à identificação de cada uma das espécies. Veja a seguir as características das principais.
Cyperus rotundus
Também conhecida como tiririca, tiririca-vermelha, tiririca-de-três-quinas ou capim-dandá, a Cyperus rotundus é uma espécie muito hostil.
Muitos produtos se questionam por que a Cyperus rotundus é de difícil controle. A resposta parte de seu alto potencial de dispersão, sua alta reprodução e sua rusticidade.
A Cyperus rotundus possui caules do tipo rizoma e bulbo, com formato triangular, liso e sem ramificação. Suas folhas são menores que o eixo da inflorescência.
A inflorescência apresenta formato de espiga, e sua coloração é vermelho-ferrugínea.
A propagação da Cyperus rotundus ocorre por rizomas, tubérculos, bulbos e sementes.
Cyperus esculentus
A Cyperus esculentus também é conhecida como tiririca-mansa, tiririca-amarela, tiriricão, junça ou junquinho. Sua propagação ocorre por sementes e estruturas caulinares presentes no solo.
Essa espécie apresenta um caule sem pelos e em formato triangular. Seus caules são subterrâneos e podem ser do tipo rizoma, tubérculo ou bulbo.
Suas folhas são estreitas e pontiagudas. Sobre sua inflorescência, pode chegar a ter 10 raios primários, com 6 centímetros e até 15 espiguetas avermelhadas.
Pode chegar a até 40 centímetros de altura.
Cyperus difformis
A Cyperus difformis também é chamada pelos nomes tiririca-do-brejo, três-quinas, junça e junquinho, e sua propagação é por sementes.
As tiriricas dessa espécie são verdes e menores que o eixo de sua inflorescência. Seu caule não apresenta pelos nem ramificação, é aéreo (escapo), trígono e com cor esverdeada.
Sua inflorescência apresenta cor amarelada, mas com a maturação muda para
castanho-escuro. No cume de seu caule, há 3 brácteas verdes com base avermelhada.
As brácteas têm tamanhos diferentes: uma muito longa, outra mediana e a última muito curta.
Além das espécies explanadas acima, existem outras como a Cyperus distans, Cyperus flavus, Cyperus iria e Cyperus odoratus.
Na medicina tradicional, a tiririca é usada para o tratamento de infecções, inflamações, diarreia e dores no estômago.
Problemas que a tiririca pode causar a uma produção agrícola
De acordo com informações da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária), a tiririca (Cyperus rotundus) é a principal espécie invasora mundialmente falando, já que está presente em todos os continentes.
A tiririca pode ocasionar vários problemas. Destacamos 4 deles:
Ser hospedeira de pragas, fungos e nematoides
A tiririca pode ser hospedeira de pragas como a cochonilha. Esse inseto é um pesadelo para muitos produtos e uma das pragas mais graves nas lavouras.
Além disso, também pode hospedar fungos e nematoides.
No caso dos fungos, eles podem destruir as lavouras e reduzir a produtividade. Já os nematoides — vermes que habitam no solo, na água e nos animais — podem causar danos gravíssimos às plantas hospedeiras.
Competição com outras plantas
A tiririca compete com outras plantas por água, nutrientes e luz solar. Nesse sentido, ela afeta a sobrevivência da planta hospedeira (no caso, sua cultura agrícola).
Assim, pode ocorrer a redução da produtividade e a qualidade dos alimentos pode ser afetada.
Alelopatia
A Cyperus rotundus é capaz inibir o desenvolvimento das plantas ao seu redor por meio da liberação de toxinas — processo chamado de alelopatia.
Um estudo sobre alelopatia no manejo de plantas daninhas identificou que estas podem reduzir de 30% a 40% da produção agrícola e o custo do manejo pode chegar a 30% das despesas totais da produção.
Prejuízos financeiros
A partir dos problemas que apresentamos, temos que uma grande infestação de tiririca pode gerar graves prejuízos financeiros para o produtor agrícola.
De acordo com informações da Embrapa, se o controle de plantas daninhas não for realizado, o dano financeiro pode ultrapassar os 90%.
Dito isso, a tiririca é considerada uma das maiores inimigas do agricultor. Ela é uma erva daninha invasora que pode acarretar grandes danos ao ecossistema e prejuízos financeiros.
Veja também: Crotalária: uso na adubação verde e no combate a nematoides
Como controlar a tiririca?
A tiririca é uma planta daninha difícil de controlar, pois consegue suportar uma variedade de condições de clima e solo. Por isso, é importante combinar diferentes técnicas de combate, como: remoção manual, rotação de culturas, melhorar a drenagem do solo e realizar o controle químico.
Veja a seguir mais sobre cada uma dessas estratégias.
Remoção manual
A remoção manual é indicada para infestações pequenas de tiririca. As raízes devem ser removidas completamente para evitar que a planta daninha cresça novamente.
Esse tipo de controle reduz a infestação, mas não a elimina, já que o fungo pode permanecer no solo.
Caso a infestação seja muito grande, a remoção manual será muito dispendiosa e ineficaz, sendo necessárias outras estratégias de combate à tiririca.
Rotação de culturas
A tiririca é uma planta daninha que pode permanecer no solo por vários anos. A rotação de culturas pode contribuir para a redução da infestação, tendo em vista que culturas diferentes têm necessidades diferentes.
Com isso, a probabilidade de a tiririca se estabelecer no ambiente é menor.
Melhorar a drenagem do solo
A tiririca costuma se desenvolver com facilidade em solos mal-drenados e úmidos. Uma drenagem do solo adequada pode contribuir para a redução da infestação da planta daninha.
Controle químico
O controle químico é o procedimento mais apropriado para combater a tiririca. Ele pode combater uma infestação de Cyperus rotundus de forma rápida e eficiente.
Os herbicidas são os produtos utilizados para essa tarefa.
Atualmente, existem vários herbicidas disponíveis no mercado para controlar a tiririca. O produtor deve ler e seguir as instruções do produto e obedecer às normas de segurança.
É preciso ficar atento, pois alguns herbicidas podem lesar outras plantas. Por isso, faça uma pesquisa prévia antes de escolher o herbicida ideal, para controlar a tiririca sem atingir outras plantas.
Benefícios do uso de herbicida para controlar a tiririca
Muitos produtores usam veneno caseiro para matar tiririca. No entanto, nem sempre essa estratégia é a melhor escolha para combater essa planta daninha.
Especialistas afirmam que o melhor veneno para tiririca é o uso de herbicidas, já que são substâncias químicas com capacidade de eliminar ou reduzir plantas daninhas.
Dentre as vantagens do uso de herbicidas para combater a tiririca, ressaltamos:
- Rapidez;
- Eficácia;
- Eficiência;
- Praticidade.
Mas fica um alerta: apenas um engenheiro-agrônomo pode indicar o uso de herbicida, e sua manipulação deve obedecer rigorosamente às normas de segurança.
Tipos de herbicidas para controle de tiririca
Herbicidas seletivos
Os herbicidas seletivos combatem as plantas daninhas sem causar danos às culturas.
O Imazapir é um princípio ativo utilizado em herbicidas indicados para eliminar as plantas daninhas da família Cyperaceas (tiririca).
O Sempra é outro herbicida que pode ser utilizado. A base de Halossulfurom-metílico é eficiente para esse controle.
O herbicida Sempra deve ser manuseado com cuidado. O produtor deve utilizá-lo sempre obedecendo às instruções da bula.
Outros herbicidas seletivos para combater a tiririca são:
- Bentazon;
- Ethoxysulfuron;
- Diclosulam;
- Triclopyr.
Herbicidas não seletivos
Os herbicidas não seletivos são aqueles que eliminam as plantas daninhas, mas causam efeitos nocivos às culturas agrícolas.
O glifosato é um herbicida não seletivo muito usado na agricultura, principalmente nas culturas de algodão, soja e milho.
Os herbicidas à base de glifosato são os mais indicados para o controle da tiririca. Além do glifosato, outros herbicidas não seletivos são Paraquat, Diquat entre outros.
Saiba mais: Murcha-de-fusarium: doença provoca danos produtivos de até 80%
Cuidados ao escolher o herbicida para combater a tiririca
A escolha dos herbicidas utilizados para o controle da tiririca depende do tipo de cultura em que o produto será aplicado e também do tamanho da infestação da planta daninha.
O produtor não deve esquecer que a tiririca é uma planta daninha muito resistente, e seu controle pode ser dificultoso.
Existem variados tipos de herbicidas no mercado, e cada um deles age de maneira específica e demanda um tipo de aplicação.
O uso de herbicida em excesso pode gerar problemas ao meio ambiente e à saúde humana.
Por isso, para a aplicação, devem ser utilizados os seguintes EPIs (Equipamento de Proteção Individual):
- Viseira facial;
- Luvas de segurança;
- Respiradores;
- Bota de segurança;
- Avental;
- Jaleco e calças hidrorrepelentes.
A aplicação de herbicidas sempre deve ser orientada por profissionais bem preparados.
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