A covid-19 intensificou o ensino à distância. Com o isolamento social, as escolas e faculdades tiveram de desenvolver ações rápidas para as aulas on-line. A modalidade de ensino remoto não é novidade; no século XIX, a Universidade de Chicago já oferecia formação para quem não podia frequentar as escolas: eram os cursos por correspondência. Em seguida, vieram os telecursos, veiculados nas emissoras de televisão e rádio. Atualmente, os ambientes virtuais e os recursos para uso por meio da internet são diversos, favorecendo que o aluno escolha o melhor horário para se dedicar aos estudos.
O agronegócio cresceu na formação on-line; o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) é uma das instituições que formam para o setor, com mais de um milhão de alunos estudando à distância em mais de 100 cursos ligados às atividades rurais.
Durante o programa Educa Agro, do Senar, Daniel Carrara, diretor-geral do serviço de aprendizagem, conversou com Frederic Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância; os dois são experientes e sabem como a formação EAD foi desafiadora; no início, “tinha o preconceito e a resistência, hoje em dia é imprescindível para um agro tecnificado com as dimensões territoriais do país. O setor precisa de profissionais capacitados”, disse Carrara.
Na formação à distância, a motivação, a disciplina e a autonomia são os pontos positivos, embora ainda haja uma limitação de acesso a redes.
Os assuntos abordados na formação rural à distância são muitos. A fertilização do solo é um dos temas que tem ajudado o produtor rural a melhorar sua produtividade na lavoura. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por exemplo, oferece um curso específico sobe fertirrigação, com foco na aplicação de fertilizantes e agroquímicos via água de irrigação, em seu ambiente virtual de aprendizagem. No Senar, o curso Agricultura de Precisão na Distribuição de Corretivos e Fertilizantes oferece, em uma das suas aulas, o uso da barra de luzes, tecnologia por meio da qual é possível obter mais uniformidade e precisão na distribuição de corretivos e fertilizantes no solo, o que gera economia de insumos.
Os institutos de educação à distância voltados para o agronegócio têm cada vez mais ofertado assuntos para a melhor formação do campo. Cabe ao produtor rural escolher e decidir em que área quer ampliar seus conhecimentos e capacidades. Em tempos de guerra, ter conhecimento sobre como adubar com economia, por exemplo, pode ajudar a alavancar os negócios da lavoura.