Em 2020, os produtores rurais viram um cenário comercial inédito para a venda de commodities. Com o dólar acima da casa dos R$5,00, somado ao aquecimento da demanda interna e externa, o lucro de suas produções se multiplicou.
Estimulados pelo momento positivo e para poder atender à alta demanda, produtores investiram em estrutura, logística e novas tecnologias. O crédito concedido para investimento no período entre julho e dezembro de 2020 foi de 39,57 bilhões de reais, um expressivo aumento de 44% referente ao mesmo período no ano anterior, segundo o Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2020/21 do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Desse total, mais de 10 bilhões de reais, cerca de 26,5% do total, foram contratados por pequenos e médios produtores através dos programas Pronaf e Pronamp.
Por outro lado, se a alta do dólar permitiu que os produtores lucrassem mais, ela também teve seu peso na hora do custeio da produção, uma vez que a compra de grande parte dos insumos agrícolas é dolarizada.
Como crédito para custeio, foram contratados 67,8 bilhões de reais entre julho e dezembro de 2020, 12% a mais que no ano anterior.
No total, entre custeio, investimento, comercialização e industrialização, segundo dados da SICOR e do Banco Central, foi contratado um total de 125 bilhões de reais em crédito rural na safra 2020/21, um aumento de 18% referente à safra passada.
“Quando a gente fala de crédito, estamos falando daquilo que possibilita todos os outros insumos. O crédito é o proto-insumo para o agronegócio.” comenta Bernardo Fabiani, diretor executivo da TerraMagna.
Com estimativa de um novo recorde de produção para a safra de grãos em 2021, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), esse crescimento do crédito rural com destaque para o investimento mostra um Brasil preparado para continuar sendo uma potência mundial na agricultura.