A eletrostática, em seu conceito básico, envolve o estudo de cargas elétricas que não estão em movimento (estado de repouso, na Física). O conceito e a aplicação vêm sendo utilizados na agricultura desde a década de 1960, no que chamamos de pulverização eletrostática.
Trata-se, em suma, da transferência de carga elétrica para as gotas da pulverização do produto a ser aplicado na lavoura, reduzindo, assim, as perdas nessas aplicações, através da força de atração entre as gotas do produto (causado pela carga elétrica) e a superfície da planta.
Desenvolvida nos Estados Unidos, a pulverização eletrostática chegou ao Brasil na década de 80, em equipamentos conhecidos na época como ElectroDyn. Inicialmente, o equipamento era desenvolvido para pequenas aplicações a baixos volumes.
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Reduzir as perdas em aplicações de defensivos agrícolas não contribui apenas para o equilíbrio do meio ambiente, mas também tem influência direta no bolso do agricultor.
Estudos mostram que os índices de perda na pulverização podem chegar a 60% (A. Chaim et al.) comprometendo, assim, toda a aplicação. Dessa forma, em busca do equilíbrio e da sustentabilidade, a pulverização eletrostática surge como uma excelente alternativa para combater os problemas relacionados à prática.
Você já ouviu falar sobre essa técnica de aplicação de defensivos agrícolas? Tem dúvidas sobre o assunto? Pretende aplicar a tecnologia em seu negócio e não sabe por onde começar?
Tenho a resposta para o seu problema!
Nós, da TerraMagna, preparamos um artigo com os principais tópicos, dúvidas e curiosidade sobre o assunto, para você aprender tudo sobre a pulverização eletrostática e ficar por dentro das novidades dessa tecnologia.
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ToggleAlguns conceitos de eletrostática para você entender o processo
Nosso objetivo, é claro, não é dar uma aula de Física para você. Contudo, é importante que você tenha em mente alguns conceitos básicos relacionados ao assunto. Eles vão te ajudar a entender melhor a pulverização eletrostática.
Para isso, a seguir, apresentamos um breve resumo sobre o assunto, com tipos de eletrostática e alguns exemplos.
- Lembre-se de que cargas opostas sempre vão se atrair. Consequentemente, aquelas que têm a mesma polaridade vão se repelir.
- Toda carga de um corpo induz a formação de uma carga igual, mas oposta em corpos aterrados mais próximos (nesse caso, os corpos aterrados próximos seriam as próprias plantas).
Dessa forma, quando você induz a eletricidade a uma partícula do defensivo, ele será automaticamente atraído para as plantas. A eficiência do processo de eletrificação depende do aparelho (como veremos adiante) e do processo utilizado para tal feito.
Como funciona o processo de eletrificação das gotas?
A unidade de medida utilizada para quantificar a quantidade de energia em uma gota de água é chamada de milicoulomb por quilograma (mC kg –¹). Na sua forma ideal, para uma boa condutividade, uma gota deve apresentar valores acima de 1,0 mC kg –¹.
Atualmente, existem três processos envolvidos na pulverização eletrostática: eletrificação direta, indireta e a realizada pelo efeito corona.
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Eletrificação direta
Nesse caso, a calda a ser pulverizada encontra-se sob alta pressão. Não há nenhum sistema de indução próximo ao bico de pulverização, sendo necessário isolar o tanque e as tubulações que serão utilizadas.
A voltagem de eletrificação do aparelho utilizado na aplicação deve ser alta, suficiente para criar um campo eletrostático intenso.
Eletrificação indireta
No sistema de eletrificação indireta, as gotas produzidas adquirem uma carga de polaridade oposta ao eletrodo de indução, ou seja, são atraídas para ele. A calda de pulverização permanece, no início, neutra.
O eletrodo de indução é instalado na ponta do jato. Ao passarem pelo bico, as gotas adquirem carga.
Porém, nesse tipo de pulverização, ocorre uma desvantagem. Como as gotas são atraídas pelo eletrodo, acabam causando corrimento, o que torna todo o sistema ineficiente. Como forma de resolver, deve-se instalar bicos eletrostáticos pneumáticos.
Ele carrega as gotas para longe da zona de atração do eletrodo.
Pulverização pelo efeito corona
Apesar de não ser muito indicado para o uso na agricultura em larga escala, a pulverização pelo efeito corona funciona por meio de um eletrodo pontiagudo, submetido a tensões altas. É um processo eficiente em gotas com diâmetros inferiores a 20 micrômetros.
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Pulverização, deriva e pulverização eletrostática
É impossível não abordarmos a questão da deriva, quando estamos falando de pulverização.
A deriva é um problema muito comum. Ela gera problemas de desperdício, prejuízo econômico, além de riscos sérios para o meio ambiente.
Nela, a trajetória da gota do insumo é desviada da sua trajetória, fazendo com que o produto não atinja seu alvo.
A razão para isso acontecer está ligada ao próprio transporte das gotas no aparelho pulverizador e pela ação do vento. A pulverização eletrostática tenta justamente corrigir esses problemas de perdas, fazendo com que a planta absorva a quantidade ideal de insumo.
Estudo mostram que a pulverização pode reduzir as perdas por deriva em até 50% (Zhou et al., 2012), mantendo um equilíbrio entre gotas mais grossas e gotas mais finas.
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Afinal, quais são as principais vantagens associadas à pulverização eletrostática?
Existem diversas vantagens associadas ao uso da pulverização eletrostática na lavoura. Vamos conhecer algumas delas?
- Melhor absorção dos defensivos pela planta, evitando desperdícios;
- Economia de água no geral;
- Menor perda por evaporação, pelo solo e por deriva;
- Melhor cobertura;
- Menores riscos de contaminação;
- Redução no consumo de combustível.
Existem desvantagens associadas à prática da pulverização eletrostática?
A principal desvantagem da prática está associada ao seu custo-benefício. O custo do equipamento ainda é relativamente alto. Lembrando que ela pode ser realizada por pulverizadores de barra, axial, aéreos e costais.
Vale salientar que a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolveu um aparelho de pulverização eletrostática que pode ser adaptado a qualquer aparelho convencional costal.
A tecnologia desenvolvida ajuda diretamente as médias e pequenas propriedades. Com esse aparelho, os pequenos produtores passam também a ter acesso a tecnologia.
Ele é indicado para culturas de pequeno porte, além de permitir aplicações de tratamento fitossanitário, como fungicidas, acaricidas e inseticidas.
Os aparelhos costais tendem a ser mais baratos que os restantes do mercado. De forma geral, os preços desses aparelhos variam de R$ 150 a R$ 2.000.
Pulverização eletrostática: exemplo prático
Estudos recentes mostram que a pulverização eletrostática vem evoluindo ao longo dos últimos anos. São testados diversos aparelhos, vazões e coberturas, com o intuito de encontrar a melhor arquitetura de aplicação.
E os resultados têm sido fantásticos.
Estudos recentes da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) confirmaram que a pulverização eletrostática tem melhorado e muito a deposição correta de agrotóxicos, contribuindo diretamente para o equilíbrio ambiental e a sustentabilidade.
Eles mostram que a técnica melhorou a cobertura, a densidade das gotas e, consequentemente, o controle de pragas nas culturas do trigo e do milho. Os volumes selecionados para aplicação foram de 100 L/ha e 150 L/ha.
Confira o estudo completo clicando aqui.
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Conclusão
O que podemos concluir do nosso artigo?
Apesar de ainda apresentar alguns problemas, a pulverização eletrostática se mostra eficiente na redução de perdas na aplicação de insumos agrícolas. E isso tem consequências positivas, pois aumenta o nível de controle de pragas de outras doenças.
Claro, assim como qualquer outra técnica, é preciso que se desenvolvam ainda mais tecnologias a respeito, capazes, por exemplo, de formar gotas com maior intensidade de carga.
Antes de querer aplicar a técnica em seu negócio, faça um levantamento de custos para ver se o investimento vale a pena. Outro fator a ser considerado é a real necessidade de seu plantio.
E tudo isso deve ser bem planejado.
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Vale salientar que a maior parte dos gastos do agricultor está no controle de pragas. Ou seja, quanto mais eficientes forem as aplicações, melhores serão os produtos e mais capital haverá no bolso do produtor brasileiro.
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