Talvez você não saiba, mas, em 22 de maio, é celebrado o Dia da Diversidade, conforme instituiu a Organização das Nações Unidas (ONU).
Amplamente conhecido e divulgado, o termo “biodiversidade” é bem comum, principalmente quando o assunto é preservação ambiental.
Em 1986, o termo ganhou força após a sua utilização em um relatório do entomologista E. O. Wilson.
No entanto, a junção de “diversidade” e “biológica” foi criada um ano antes, em 1985.
Consequentemente, a partir do uso feito pelo entomologista, a palavra “biodiversidade” tornou-se conhecida mundialmente.
Atualmente, ela está sempre ligada a ações de defesa da vida no planeta.
Em outras palavras, a biodiversidade, ou diversidade biológica, envolve toda a variedade de formas de vida disponíveis na Terra, como plantas, aves, mamíferos, insetos, microrganismos e muitos outros.
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ToggleAfinal, o que é biodiversidade?
Em síntese, a biodiversidade é o conjunto de todos os seres vivos existentes, desde plantas e animais até microrganismos.
Trata-se de uma enorme aldeia de diferentes espécies, todas vivendo e interagindo com equidade, cada qual em seu ambiente.
De maneira idêntica, a variedade e os tipos de organismos podem variar de acordo com seus hábitats ou regiões ecológicas.
Ainda não se sabe ao certo quantas espécies vegetais e animais existem no mundo.
Entretanto, até o momento, os cientistas já conseguiram classificar 1,5 milhão de espécies.
Afinal, a diversidade de vida do planeta inclui uma grande variedade genética entre as espécies de flora, fauna, fungos e microrganismos.
O Brasil é considerado, entre os especialistas do setor ambiental, o país mais rico em biodiversidade do mundo, tendo em vista que aproximadamente 20% das espécies conhecidas e categorizadas estão presentes em nosso território.
Quais são os tipos de biodiversidade?
A diversidade de vida, genes e tipos é dividida em três grandes níveis:
1) Diversidade genética
Quando há indivíduos de uma mesma espécie, mas que não são geneticamente semelhantes.
A explicação é simples: apesar da semelhança entre os indivíduos, cada um possui uma estrutura genética diferente.
Por exemplo: alguns podem ter olhos azuis e outros, castanhos; um pode ser mais alto e magro enquanto o outro é baixo e mais forte, etc.
Ao passo que evoluímos, a genética também faz o mesmo. Por isso, existe uma grande variedade de vida espalhada pelo planeta ou em uma região.
2) Diversidade orgânica
Abarca os indivíduos que possuem um rastro evolutivo em comum.
Por analogia, esse grupo de seres adquiriu características próprias e únicas, que não foram encontradas em outras espécies e seres vivos, apesar de terem o mesmo gene ancestral.
Entretanto, possuir uma relação genética não significa que sejam iguais na aparência.
Pelo contrário, quer dizer que, em algum momento da evolução, algumas características se destacaram, tornando-se predominantes e únicas em alguns seres vivos.
Em contrapartida, os cientistas já mapearam cerca de 1,75 milhão de espécies.
No entanto, de acordo com as estimativas iniciais, ainda podem existir aproximadamente de 10 a 30 milhões de espécies na Terra a serem descobertas.
3) Diversidade ecológica
Refere-se ao viver harmônico entre as espécies.
Isso acontece quando as populações de uma mesma espécie e de espécies diferentes vivem pacificamente, formando um tipo de comunidade.
Essas comunidades se juntam para formar ecossistemas vivos, que chamamos biomas, que podem ser os desertos, as florestas e os oceanos.
Do mesmo modo, cada ecossistema é responsável por uma variedade de espécies, e algumas são únicas.
É por isso que, quando um ecossistema é ameaçado, as espécies que ali vivem também estão correndo perigo.
Amazônia e a importância da biodiversidade brasileira
A Floresta Amazônica é a maior reserva de biodiversidade do mundo.
No entanto, nem a sua grandeza escapa do avanço brutal do desmatamento.
De acordo com o Greenpeace, o alerta de desmatamento de agosto de 2019 ao mês de abril de 2020 indica uma perda de 5.483 km² de vegetação nativa, considerado o maior aumento do índice dos últimos cinco anos. É quase o dobro do que foi registrado em 2019, no mesmo período.
Enquanto o desmatamento avança, a vida e a diversidade das florestas morrem.
É inegável que a perda de biodiversidade ou a destruição do meio ambiente impactam de forma direta a vida em comunidade.
Basta dar um “googling” e você, provavelmente, vai encontrar alguém ligando a pandemia do covid-19 a impactos ambientais, bem como os transtornos climáticos ou a intensidade em que estão acontecendo. Fato que há anos vem sendo sinalizado pela ciência.
Todas as vezes em que destruímos ecossistemas, estamos facilitando o aparecimento ou o desenvolvimento de novas doenças, que, posteriormente, podem vir a se tornar epidemias ou pandemias.
Eventualmente, isso acontece no decorrer da transformação de ambientes naturais, pois estamos cada vez mais expostos a novas formas de doenças, principalmente de origem animal.
Antes de elas surgirem, não possuímos defesas naturais nem medicamentos. De repente, temos um alerta de saúde pública em níveis críticos de infecção e transmissão.
Por fim, um ecossistema forte e protegido só traz benefícios a médio e longo prazo tanto para os seres humanos quanto para o funcionamento equilibrado do planeta.
Por que a biodiversidade é importante?
A princípio, essa pergunta deve ser relacionada ao chamado “serviço ecológico”, que não é fornecido apenas pela Floresta Amazônica, mas, sim, todos os biomas.
Contudo, a importância desse tesouro natural fica mais evidente quando se projeta a Amazônia desmatada.
Imagine o impacto que seria o desaparecimento de inúmeras espécies e uma vasta área de floresta ainda existente.
Sem dúvida, os dias ficariam mais quentes, devido à maior quantidade de gás carbônico presente no ar.
Além disso, haveria o agravamento de fenômenos naturais, como o efeito estufa ou os sinais do aquecimento global.
Portanto, não restam dúvidas de que a biodiversidade é um item fundamental para se manter o equilíbrio ou estabilidade entre biomas e ecossistemas presentes.
Ademais, é uma fonte imensa de insumos que movimentam tanto a economia quanto as atividades agrícolas, como pecuária, pesqueira e florestal.
Certamente, até aqui já entendeu o que é biodiversidade.
O mais interessante é que ela serve de base para a indústria da biotecnologia.
Não acredita? Vamos te provar!
A biodiversidade está presente na fabricação de remédios, cosméticos, enzimas para pães, queijos, vinhos, cervejas, em hormônios e sementes agrícolas e até na indústria têxtil e na produção de detergentes.
Ou seja, o seu valor vai além da contribuição:
- ecológica;
- genética;
- social;
- econômica;
- científica;
- educacional;
- cultural ou recreativa.
Assim, para entender tamanha importância e evitar sua perda, é preciso conhecê-la.
Fatores que ameaçam a conservação da biodiversidade
Ocasionalmente, falar em ataques à biodiversidade é se envolver em esferas e aspectos econômicos, sociais, culturais e até científicos.
Entretanto, a situação toma proporções maiores em regiões tropicais.
Imediatamente, vem à cabeça o alerta dos cientistas de que a população humana está crescendo em proporções desigual em relação àquilo que conseguimos suprir e produzir.
Com isso, a pressão econômica empurra cada vez mais a conversão de florestas tropicais a abrirem espaço para novas áreas de moradia e plantios.
Como resultado, diante da ocupação humana e de pressões econômicas, a Mata Atlântica, atualmente, está reduzida a menos de 10% de sua vegetação original.
Entre os principais processos que contribuem para a perda de biodiversidade estão:
- introdução de espécies exóticas ou forasteiras;
- perda total ou diminuição de hábitats;
- exploração desenfreada de plantas e animais;
- contaminação por poluentes no solo, na água e no ar;
- Uso de monoculturas na agroindústria e em programas de reflorestamento;
- desmatamento;
- mudanças climáticas.
Conclusão
Definitivamente, a espécie humana tem uma relação de dependência com a biodiversidade para manter a sua sobrevivência.
Como explica a ONU, tudo está conectado: o ar que respiramos, os alimentos que comemos, a energia que gastamos e os materiais que criamos para facilitar o nosso dia a dia.
Contudo, tudo depende da biodiversidade, de modo que não poderíamos respirar sem o oxigênio gerado pelas plantas.
No entanto, apesar do alerta, ainda colocamos o equilíbrio biológico em risco.
Ainda segundo a ONU, aproximadamente 25% de todas as espécies do mundo correm risco de extinção, devido à ação humana.
Em suma, um ambiente ecologicamente conservado e equilibrado gera uma diversidade de recursos muito superior a ser consumida.
Desse modo, a busca por uma consciência ecológica é vista como vantajosa para todos os seres humanos, seja de forma direta, seja indiretamente.
Por fim, mais do que aprender o que é biodiversidade, é importante entender como ela pode ser referenciada tanto em números, por suas diferentes e abundantes categorias biológicas, quanto em sua riqueza de hábitats e paisagens, tudo isso somado à sua riqueza de genes e recursos.