O herbicida é conhecido e recomendado para o controle das plantas daninhas nas plantações.
Existem várias versões de herbicidas disponíveis no mercado, e a aplicação pode ser muito positiva para as lavouras.
No entanto, o manuseio desses agroquímicos requer cuidado e responsabilidade, visto que podem afetar as culturas ou gerar resistência das plantas daninhas a eles.
Assim, é essencial que você entenda o mecanismo de ação de cada tipo herbicida, como funciona e como aplicá-lo da melhor forma na lavoura.
Preparamos um artigo completo que servirá como um guia básico com tudo o que você precisa saber sobre os herbicidas. Vamos lá?
Índice de conteúdo
ToggleO que é um herbicida?
Herbicida é um agente biológico ou químico capaz de matar ou suprimir o crescimento de espécies que causam danos às plantações.
É muito comum que plantas indesejadas e prejudiciais cresçam em meio à plantação e acabem afetando o crescimento e o rendimento das culturas.
Além disso, elas comumente trazem transtornos na colheita e na venda dos produtos, que podem perder a qualidade em comparação com outras culturas que estão saudáveis.
Quando o espaço é pequeno, como uma horta, é possível tentar controlar a infestação tirando-as manualmente. Porém, em casos mais graves e em ambientes maiores, apenas os herbicidas podem ser eficazes contra o problema.
Como o herbicida funciona?
Segundo a Embrapa, existem muitos trabalhos sendo realizados no Brasil envolvendo fungos patogênicos das espécies daninhas, com resultados promissores.
Um exemplo de agentes biológicos são os fungos e outros microrganismos, enquanto as substâncias químicas são orgânicas, envolvendo a maioria dos herbicidas utilizados atualmente.
Já os produtos inorgânicos são os utilizados para controle de plantas daninhas no passado, como o NaCl e o H2SO4.
Para ser considerado eficaz, o herbicida aplicado às folhas de plantas daninhas deve cumprir os seguintes pontos:
- ser retido pela folhagem;
- penetrar/ultrapassar a cutícula da planta;
- mover-se nos espaços com água ao redor da célula;
- entrar na célula, passando através da membrana celular;
- atingir o local de ação, geralmente uma enzima;
- ligar-se à espécie-alvo e inibi-la.
Quais são as vantagens e desvantagens de um herbicida?
Segundo a Embrapa, as perdas estimadas causadas pelas plantas daninhas podem chegar a mais de 90% caso nenhum controle seja realizado.
Por isso, usar um herbicida é essencial, pois ele consegue inibir o crescimento dessas plantas. Além desse ponto positivo, vamos citar algumas outras vantagens e desvantagens:
Vantagens
- o herbicida previne a interferência precoce das daninhas;
- tem controle efetivo nas linhas de semeadura;
- é flexível quanto à época de aplicação;
- pode ser aplicado em áreas extensas;
- auxilia na redução do tráfego de máquinas;
- tem um rendimento operacional elevado;
- exige uma menor necessidade de mão de obra.
Desvantagens
- é necessário o uso de equipamentos adequados, o que é um investimento elevado;
- é preciso mão de obra capacitada; a falta de capacitação de funcionários e produtores induz a uma aplicação problemática;
- qualquer herbicida apresenta algum nível de toxidez para o ser humano e para o ambiente;
- o herbicida pode permanecer no ambiente por um longo período, podendo causar prejuízos a plantações cultivadas em rotação.
Como um herbicida se classifica?
Os herbicidas são classificados de acordo com determinadas características.
Assim, é possível estabelecer grupos afins com base em seletividade, época de aplicação, translocação, estrutura química e mecanismo de ação. As classificações são:
Seletivos
Os herbicidas seletivos são aqueles que, sob algumas condições, são mais tolerados por determinadas espécies ou variedades de culturas do que por outras.
Ex.: 2,4-D é mais tolerado para cana-de-açúcar; atrazine para o milho; fomesafen para o feijão; imazethapyr para a soja, entre outros.
Vale ressaltar que a seletividade é sempre relativa, pois depende do estádio de desenvolvimento das plantas, das condições climáticas, do tipo de solo, da dose aplicada, e vários outros pontos.
Não seletivos
Os herbicidas não seletivos são aqueles que atuam indiscriminadamente sobre todas as espécies de plantas.
Ex.: diquat, praquat, glyphosate. Normalmente, são recomendados para uso como dessecantes ou em aplicações dirigidas.
Vale destacar que, por meio da biotecnologia, é possível fransformar um herbicida não seletivo em seletivo para determinado biótipo de uma espécie, como a soja transgênica resistente ao glyphosate.
Época de aplicação de um herbicida

Outra forma de classificar um herbicida é pelas épocas de aplicação. São elas:
Pré-plantio
Também chamada de pré-plantio incorporado (PPI). Os herbicidas aplicados nessa época têm a finalidade de controlar a população inicial de plantas daninhas.
A maioria são produtos não seletivos para a cultura, produtos voláteis, de curto residual, sendo muito utilizados como dessecantes.
Pós-plantio
Os herbicidas aplicados pós-plantio são aqueles cuja pulverização ocorre após a emergência das plantas daninhas e o plantio da cultura. Assim, a aplicação do herbicida tem objetivo foliar em relação às espécies infestantes.
Desse modo, é importante que a cultura da lavoura tenha boa tolerância à exposição direta do produto.
Translocação dos herbicidas
Nessa classificação, um herbicida é categorizado quanto à translocação. Esse termo se refere ao modo como ocorre o deslocamento da substância ao interior da planta.
Existem dois tipos de herbicidas de translocação:
Herbicida de contato
O herbicida é de contato quando atua no local onde penetra nas plantas ou próximo dele, por exemplo: paraquat, diquat, lactofen, etc.
O fato de um herbicida entrar em contato com a planta não é suficiente para que ele exerça sua ação tóxica.
Ele precisa entrar no tecido da planta, atingir a célula e depois a organela, na qual atuará para que seus efeitos possam ser observados.
Herbicida sistêmicos
Um herbicida também pode se movimentar nas plantas pelo xilema, pelo floema ou por ambos.
Quando o movimento do herbicida é via floema ou floema e xilema, ele é considerado sistêmico.
Esse tipo de herbicida é capaz de se movimentar em grandes distâncias na planta, como é o caso de 2,4-D, glyphosate, imazethapyr, flazasulfuron, nicosulfuron, picloram, etc.
Mecanismo de ação do herbicida
Nessa categoria, a divisão do herbicida tem como base a forma como ocorre o primeiro evento metabólico das plantas após a aplicação do produto; isso se chama mecanismo de ação.
Para compreender melhor essa classificação, vamos primeiro entender o que é modo de ação.
Modo de ação é o conjunto de eventos metabólicos decorrentes da aplicação dos herbicidas na planta.
Desse modo, a primeira lesão bioquímica ou biofísica que resulta na morte da espécie daninha ou ação final do produto é considerada mecanismo de ação.
É importante lembrar que um mesmo herbicida pode influenciar vários processos metabólicos na planta; no entanto, é a primeira lesão que ele causa na planta que caracteriza o seu mecanismo de ação.
O mecanismo de cada herbicida é:
Herbicida auxínico
Os herbicidas auxínicos, quando aplicados em plantas sensíveis, causam mudanças metabólicas e bioquímicas, podendo levá-las à morte.
Esses produtos interferem na ação da enzima RNA-polimerase e, depois, na síntese de ácidos nucleicos e proteínas.
Herbicidas inibidores do fotossistema I
Esse tipo de herbicida tem a capacidade de captar elétrons provenientes da fotossíntese (no fotossistema I) e formar radicais livres.
Esses radicais são instáveis e rapidamente sofrem oxidação. Durante o processo de
auto-oxidação, são produzidos radicais de superóxidos.
Estes sofrem o processo de dismutação, para formarem o peróxido de hidrogênio e, assim, inibirem as daninhas.
Herbicidas inibidores do fotossistema II
Esses herbicidas se ligam à proteína D-1 e impedem o fluxo de elétrons e a transformação da energia luminosa em ATP e NADPH.
São necessários para fixação do CO2 e o crescimento das plantas.
Herbicidas inibidores da PPO
Atuam por necrose foliar da planta tratada em pós-emergência, após 4-6 horas de luz solar.
Os primeiros sintomas são manchas verde-escuras nas folhas, dando a impressão de que estão encharcadas pelo rompimento da membrana celular e derramamento de líquido. Depois desses, sintomas segue-se a necrose.
Herbicidas inibidores do arranjo dos microtúbulos
Esse tipo de herbicida inibe o crescimento da radícula e a formação das raízes secundárias.
São eficientes apenas no uso pré-emergência, porque a sua ação principal é o impedimento da formação do sistema radicular das plantas.
Que cuidados devem ser tomados com um herbicida?
O herbicida, como qualquer pesticida ou agrotóxico, deve ser usado com cuidado e segurança para não prejudicar o ambiente nem a saúde de quem aplica.
A toxicidade pode ser imediata ou crônica. Para proteger-se dos efeitos desses produtos, que podem ser de elevada toxicidade, observe as seguintes medidas preventivas:
- leia com atenção as instruções do rótulo antes de abrir a embalagem; verifique as particularidades e a classe toxicológica;
- não derrame o produto, nem coma, beba e fume durante o manuseio dos herbicidas;
- aplique sempre a favor do vento e quando este estiver com baixa velocidade;
- sempre utilize os equipamentos de proteção (máscaras, luvas, macacão, botas especiais, etc.);
- sempre use camisa de manga comprida e não lave o pulverizador em córregos ou nascentes;
- tenha pulverizadores próprios e evite usar os que foram empregados com herbicidas hormonais, como o 2,4,5-T, na cultura do algodão;
- descarte adequadamente as embalagens para evitar que sejam usadas pela população para colocar água e alimentos.
Invista na proteção das suas culturas
Como você viu ao longo deste artigo, o herbicida é um auxiliar na segurança da sua plantação, pois mantém as espécies prejudiciais longe.
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