Sabe qual é a real importância do manejo de plantas daninhas? Impedir que o rendimento e a produtividade da sua lavoura sejam gravemente comprometidos.
Além disso, a ausência do manejo pode aumentar o custo de produção, gerar entraves durante a colheita, depreciar o produto e abrir espaço para o surgimento de pragas e doenças.
De acordo com dados fornecidos pela Embrapa, caso não haja o devido controle, essas plantas podem chegar a mais de 90%, e só na produção de grãos as perdas podem variar de 13% a 15% do total.
Isso acaba sendo desvantajoso, principalmente se levarmos em consideração que as expectativas para a produção de grãos, por exemplo, está bastante positiva.
O terceiro prognóstico do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) mostra que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deve somar 296,2 milhões de toneladas.
Estamos falando de um recorde da série histórica, com alta de 12,6% (ou 33,1 milhões de toneladas) em comparação ao que foi produzido em 2022.
Então, recomendamos que o produtor rural aproveite que o ano só está no começo e comece a planejar técnicas eficientes para tratar o manejo de plantas daninhas. Neste artigo, falaremos exatamente sobre isso! Boa leitura!
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ToggleQuando surgiu o conceito de manejo de plantas daninhas?
A primeira vez que começaram a perceber e falar sobre ervas daninhas foi ainda na antiguidade, afinal, o homem estava dando início às atividades agrícolas.
Na época, entenderam que deveriam separar as plantas úteis (cultivadas) daquelas que não teriam serventia (invasoras).
Hoje em dia, as plantas daninhas são todas as que impedem o desenvolvimento das cultivadas e, claro, trazem prejuízos para a lavoura como um todo e ao financeiro.
Normalmente, essas plantas costumam crescer em condições adversas, por exemplo, ambientes secos e úmidos, temperaturas baixas ou altas e diferentes tipos de solo.
Além disso, têm a capacidade de produzir diversas sementes viáveis e tipos de dispersão, sem contar a resistência a pragas e doenças.
Ao todo, existem 350.000 espécies de plantas conhecidas; 3.000 são cultivadas e aproximadamente 250 são plantas daninhas; cerca de 40% pertencem a apenas duas famílias: Poaceae (gramíneas) e Asteraceae (compósitas).
Agora que já sabe a origem do conceito de plantas daninhas, melhor explicar qual é a melhor técnica de manejo para lidar com elas de forma efetiva. Para isso, temos o plantio direto. Explicaremos a seguir; acompanhe!
Como o plantio direto ajuda no manejo de plantas daninhas?
O plantio direto é uma técnica de manejo do solo diferenciada que visa reduzir os danos da agricultura. Os benefícios são vários:
- Eliminar ou reduzir as operações de que envolvem o preparo de solo;
- Manutenção da cobertura morta (palha): maior umidade, menor erosão, efeitos nas plantas daninhas, entre outros;
- Rotação de culturas, que pode quebrar ciclo de pragas, doenças e plantas daninhas.
Essas características exercem influências positivas para eliminar as plantas daninhas com menos danos ambientais. A palha é considerada o principal ponto do plantio direto, já que interfere no crescimento da população das plantas invasoras.
Herbicidas para o controle de plantas daninhas
Também existe outro método igualmente eficiente para o manejo de plantas daninhas: a aplicação de herbicidas.
Isso é válido especialmente em grandes culturas como soja, milho e cana-de-açúcar, em que a dessecação bem feita é indispensável.
Por isso, o recomendado é que todo agricultor saiba reconhecer quais plantas daninhas costumam aparecer com mais frequência, a fim de escolher os produtos corretos. As mais comuns são: grama-de-seda, capim-amargoso e trapoeraba.
O ideal é dar preferência aos herbicidas dessecantes (glifosato, paraquat ou glufosinato) em conjunto com os herbicidas residuais.
Em uma única operação, a dessecação e a aplicação do herbicida residual (ou
pré-emergente) podem ser feitas ao mesmo tempo. O objetivo é manter a cultura livre de ervas daninhas principalmente no início do seu ciclo.
O uso de herbicidas residuais também reduz a pressão de seleção de plantas daninhas resistentes ao glifosato, o que é considerado um grande problema do plantio direto.
Novamente, é extremamente importante conhecer bem o campo e realizar um bom planejamento agrícola. Tudo pode ser feito com antecedência, o que é ótimo para economizar e evitar desperdícios.
A seguir, veja como realizar o manejo de plantas daninhas (plantio direto) em culturas como soja, milho e cana-de-açúcar.
Soja
Apesar de a palha ser uma alternativa eficaz, ainda assim é recomendado ter atenção às plantas daninhas que aparecem mesmo no plantio direto.
O uso de herbicidas pré-emergentes (diclosulam, chlorimuron, metribuzin, etc.) na dessecação ou na pré-emergência da soja é indispensável.
O capim-amargoso, por exemplo, é uma planta daninha muito problemática no cultivo de soja. Para que se tenha ideia, pode ocasionar perdas de até 40% em produtividade na cultura.
Durante o pré-plantio e com o amargoso antes da perenização, o ideal é aplicar o inibidor da ACCase.
Agora, se o capim-amargoso já estiver perenizado, é recomendada a aplicação sequencial: a primeira com inibidor da ACCase, e a segunda com um produto de contato, como o Paraquat.
Depois que a soja for devidamente implantada, está liberado aplicar pré-emergentes (Spider ou Dual Gold) e pós-emergentes inibidores da ACCase.
Milho
Para o período de pré-emergência, é recomendado aplicar atrazina +
s-metolachlor. Essa combinação proporciona o controle de gramíneas na cultura do milho; sem dúvidas, o mecanismo de ação é mais eficiente.
No pré-emergente, a aplicação de amicarbazone demonstra resultados positivos, especialmente se estiver lidando com corda-de-viola ou outras plantas daninhas de folhas largas e sementes grandes.
O isoxaflutole também apresenta boa ação em gramíneas e algumas espécies daninhas de folhas largas, mesmo sobre palha ou com estiagem.
O capim-amargoso também compromete a lavoura do milho. O manejo em
pré-plantio é exatamente igual ao da cultura da soja.
Atenção apenas ao intervalo de 15 dias entre o graminicida e o plantio de milho!
Após a implantação da cultura, associar o Soberan ou Callisto à atrazina é uma ótima escolha; por outro lado, o nicosulfuron não é eficiente para combater o capim-amargoso.
Cana-de-açúcar
Todo produtor sabe que existe diferença entre o cultivo com palha ou sem palha na cultura da cana-de-açúcar.
Com a presença de palha do cultivo de cana anterior, por causa da proibição da queima para a colheita, houve mudança na comunidade infestante da lavoura.
Antes, existia bastante predomínio de plantas daninhas de folhas estreitas, com a palha; no entanto, há maior domínio de folhas largas, cujas sementes conseguem atravessar a palha.
Para o controle de corda-de-viola, pode-se utilizar herbicidas como:
- Amicarbazone (1225 g i.a. ha-1);
- Diuron + hexazinone + sulfometuron (1386,9 + 391 + 33,35 g i.a. ha-1);
- Amicarbazone + isoxaflutole (840 + 75 g i.a. ha-1);
- Sulfentrazone (900 g i.a. ha-1);
- Imazapic (154 g i.a. ha-1);
- Tebuthiuron + isoxaflutole (900 + 75 g i.a. ha-1).
Além disso, caso necessário, também está liberado o uso dos herbicidas saflufenacil e mesotrione para o controle de plantas daninhas na palha em cana-de-açúcar.
Cuidado durante o manejo de plantas daninhas no plantio direto
Todo agricultor também sabe que, para o plantio direto, o solo não exige grandes preparos. Por outro lado, é um cuidado importante e de utilidade para o manejo de muitas plantas daninhas.
Em casos extremos, os produtores de grãos não têm alternativa senão preparar o solo para controlar plantas daninhas mais agressivas. O capim-amargoso, por sinal, apresenta grande resistência.
Por isso, é extremamente importante manejar muito bem a lavoura e, principalmente, as plantas daninhas mesmo com o plantio direto.
Nesse caso, é indicado o uso de pré-emergentes e culturas de cobertura/adubação verde na entressafra. Tais práticas evitam a germinação das ervas daninhas resistentes ao glifosato, por exemplo, grande problema em áreas de plantio direto.
Por fim, recomendamos que o agricultor não use nenhum tipo de herbicida por conta própria. Se possível, procure conversar com um profissional agrícola para encontrar uma solução
Como pode ter notado, as plantas daninhas não deixaram de existir (não por enquanto), mas existem métodos de combate e controle extremamente eficientes disponíveis no mercado.
Não espere a situação se agravar para tomar medidas importantes e eficientes, evitando, assim, gastos e dor de cabeça.
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