Existem alguns cereais que são mais conhecidos, como o milho e a soja, porém você conhece o sorgo?
Vamos aos números: o sorgo fica na quinta posição entre os cereais mais produzidos no mundo.
Além disso, a cultura também é plantada no Brasil, até porque o cereal consegue se adaptar bem a diferentes ambientes e condições.
O sorgo é mais conhecido por ser matéria-prima para alimentação de animais. No entanto, o cereal também pode ser usado como alimento para humanos na fabricação de biscoitos e pães.
Por ter uma boa demanda, o grão é um investimento bastante interessante para produtores rurais que querem apostar nessa cultura.
O sorgo é capaz de se adequar até a condições desfavoráveis, o que resulta em uma boa produção.
Então, o que acha de conhecer mais sobre essa cultura de alta produtividade? Acompanhe este artigo e conheça mais sobre esse grão tão versátil!
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ToggleO que é sorgo e qual a origem desse grão?
A princípio, os indícios apontam que o sorgo é um cereal originário da Etiópia e de uma parte da Ásia.
O cereal começou a ser cultivado entre 3 e 5 mil anos atrás e era utilizado como alimentação animal.
O sorgo (Sorghum bicolor L.) é um grão muito rico em fibras, taninos e ácido fenólico.
A cultura é bastante antiga, mas apenas a partir do século XIX é que se espalhou para outros continentes — inclusive veio para o Brasil no século XX.
A expansão da cultura começou ainda nos anos 1970 e rapidamente se espalhou para os estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia.
Também podemos encontrar plantios experimentais na região do Pará.
Contudo, nos últimos anos, o cereal ganhou bastante espaço em Goiás e no território mineiro, principalmente por ser uma opção interessante para a segunda safra (a safrinha).
Assim, os dois estados são as principais regiões produtoras do país, sendo que Goiás lidera a produção.
A estimativa é que a produção cresça cerca de 7,3% na próxima safra. Com isso, a produtividade pode chegar a mais de 3 toneladas por hectare.
O norte de Minas Gerais é uma região propícia para o cultivo do sorgo, sobretudo pelo baixo índice de chuvas.
Além do mais, o grão tem grande resistência aos períodos de estiagem e é muito usado na silagem.
Para que serve esse tipo de grão?
Por ser um cereal com alto valor nutricional, o grão pode ser usado tanto na alimentação humana quanto como alimento para animais.
A composição química do sorgo é de 71% de amido resistente (que reduz os níveis de colesterol, triglicerídeos e glicemia), 11% de proteínas, lipídios e fibra alimentar.
O grão é utilizado para produção de ração animal nos países desenvolvidos.
Por outro lado, nos países subdesenvolvidos, o cereal ainda faz parte da alimentação humana, como na produção de farinha e amido industrial.
Outras aplicações do sorgo são na produção de silagem, cultivares na plantação de etanol e açúcar, pastejo extensivo e na fabricação de vassoura por meio da panícula.
Quais são os tipos que existem?
O sorgo é classificado em 5 grupos. Veja cada um deles e suas características.
Sorgo Granífero
Esse é um tipo de sorgo caracterizado por ter um porte mais baixo, medindo até 170 cm de altura.
A produção da panícula (cacho) ocorre na parte superior, em que os grãos ficam compactados.
Depois da colheita do cereal, o restante da planta é incorporado ao solo ou é utilizado como pastejo ou feno por ainda estar verde.
Sorgo Sacarino
Diferentemente do granífero, o tipo sacarino tem plantas de porte alto e superior a 2 metros de altura.
O cultivo é voltado para silagem ou produção de etanol e açúcar, uma vez que seus colmos são doces, suculentos e ricos em açúcares.
Entretanto, a panícula tem uma quantidade muito pequena de grãos.
Sorgo Forrageiro
Também é um sorgo de porte alto, assim como o sacarino, e as plantas ultrapassam 2 metros de altura.
Porém, a produção de forragem é maior e muito usada para alimentação de gado, pastejo, fenação e cobertura morta.
O sorgo forrageiro teve uma adaptação muito boa ao Agreste nordestino, sobretudo no Sertão de Pernambuco e Alagoas.
Sorgo Vassoura
Como o nome já sugere, o cultivo é voltado para a fabricação de vassouras, pois a panícula da planta já tem essa forma. Contudo, as outras partes são aproveitadas para alimentação animal.
É um tipo mais regionalizado e cultivado principalmente no Rio Grande do Sul. Em determinadas regiões do país, tem o nome de “melga”.
Sorgo Biomassa
A biomassa é um produto usado na produção de energia. Por isso, o sorgo desse tipo tem um alto poder calorífico, bastante similar ao eucalipto, capim-elefante e à cana.
O material é usado em usinas termelétricas e indústrias para gerar energia para consumo próprio.
Qual a melhor época para o cultivo?
Antes de mais nada, o produtor precisa decidir se o cultivo é para a safra ou se prefere fazer isso no período da safrinha.
Se a produção é para a primeira safra, a semeadura deve ser feita no começo dos períodos de chuva.
Caso a produção seja para a safrinha, o plantio se inicia após a colheita da safra.
Desse modo, é recomendável que a semeadura aconteça entre setembro e novembro, a depender do início das chuvas na região.
Porém, a produtividade costuma ser maior quando a semeadura é realizada no meio desse período, em que as condições estão favoráveis — mais precisamente no mês de outubro.
O sorgo é uma cultura de dias curtos, fazendo com que o plantio tardio possa acarretar em fotoperiodismo. Assim, o porte da planta é reduzido e afeta a produção de matéria.
Quais fatores influenciam na produtividade da lavoura?
Afinal, como ter uma alta produtividade no cultivo do sorgo?
Descubra quais fatores influenciam nessa cultura!
Clima
O sorgo é uma planta bem adaptável a diversos climas. Dessa forma, o cultivo tolera altas temperaturas e seca até o clima mais frio, como na região gaúcha.
O sistema radicular do sorgo é ramificado e profundo e faz com que a extração de água do solo seja mais eficiente. Porém, o déficit hídrico afeta o seu crescimento.
No geral, a planta precisa de temperaturas acima dos 18º C durante a fase de florescimento, mas as melhores condições de cultivo ficam entre 26 e 30º C.
Escolha do terreno
O solo para a produção do sorgo deve ser poroso, pois isso facilita o enraizamento e a infiltração da água na terra.
Outro ponto importante é fazer a rotação de culturas. Essa é uma prática útil de manejo para manter a qualidade do solo e aumentar a produtividade no campo.
Calagem
A química do solo é outro fator que merece atenção. Por isso, a aplicação de calcário deve ser feita para equilibrar a química da terra.
A presença de alumínio deixa o solo ácido e limita a produção, então é preciso adicionar o calcário para manter o equilíbrio.
Nesse contexto, é necessário realizar a coleta de material para que a análise revele o tipo de terreno.
Preparo do solo
A preparação do solo é uma etapa fundamental para a germinação e bom desenvolvimento da planta.
O sistema convencional de cultivo indica aração e duas gradagens — a primeira depois de arar e a segunda para nivelar o terreno.
Além disso, nas operações de preparo, pode ser incorporado calcário, herbicidas e outros mecanismos para ajudar no desenvolvimento e proteger a plantação.
Tratamento de sementes
A proteção das plantas começa pelo tratamento das sementes.
Combinação de produtos e insumos agrícolas antes da semeadura: é assim que começa o combate a pragas e prevenção de doenças.
Adubação do solo
Antes de tomar qualquer atitude, lembre-se que a adubação só pode ser feita após a análise do solo. É isso que vai identificar quais nutrientes são necessários para o desenvolvimento da planta.
Utiliza-se 300 kg de adubo com fórmula 4-20-20 por hectare.
A aplicação da cobertura é feita com 150 kg de sulfato de amônio a cada hectare e somente quando as plantas tiverem entre 30 e 40 centímetros de altura.
Quais pragas atingem a cultura do sorgo?
As pragas e doenças causam grandes prejuízos na agricultura. Por isso, o preparo de sementes e do solo são fases indispensáveis.
Entre as pragas que podem atingir as lavouras de sorgo, estão:
- larva-arame;
- bicho-bolo;
- pão-de-galinha;
- corós;
- cupins subterrâneos;
- lagarta do cartucho;
- broca-da-cana;
- lagarta da panícula;
- pulgão-verde;
- lagarta elasmo.
Já as doenças mais comuns são causadas por fungos, vírus ou bactérias, entre as quais:
- risca bacteriana;
- estria bacteriana;
- helmintosporiose;
- podridão-do-colmo e pedúnculo;
- antracnose do colmo;
- podridão-seca-do-colmo
- doença açucarada do sorgo;
- mosaico da cana-de-açúcar (causada por vírus);
- ferrugem;
- míldio.
Doenças, pragas e ervas daninhas afetam qualquer produção agrícola e podem trazer grandes prejuízos no campo.
Sendo assim, é importante adotar medidas como a rotação de culturas, investir em biotecnologia e seguir as recomendações de técnicos e especialistas.
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