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fazendeiro analisando a planta para investigar o inoculante na soja

Inoculante na soja: mais produtividade e menos custo!

O inoculante na soja serve, basicamente, para permitir que os microrganismos e as plantas se associem. 

Mais do que isso, a inoculação auxilia no fornecimento de nitrogênio (N), principal nutriente para o bom desenvolvimento da soja, por meio do processo de simbiose. 

No entanto, é preciso ter cuidado durante o processo, pois um descuido pode comprometer os principais benefícios para a soja. 

Por falar nisso, de acordo com dados da Conab, a produção este ano deve alcançar volume recorde de 153,5 milhões de toneladas, 22,2% ou 27,9 milhões de toneladas a mais do que na safra anterior

Então, caso o agricultor queira aproveitar as boas projeções, precisa aprender a utilizar o inoculante da forma correta. Neste artigo, explicaremos para que serve e como utilizá-lo. Boa leitura! 

O que é inoculante para soja?

O inoculante nada mais é do um produto de base biológica, ou seja, composto de microrganismos que proporcionam inúmeros benefícios às plantas.

Resumidamente, a inoculação serve para permitir a associação entre microrganismos e plantas. 

Desse modo, o Bradyrhizobium spp. (especialmente Bradyrhizobium japonicum) é o principal tipo de inoculação usado em práticas agrícolas. 

Esse microrganismo promove a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) atmosférico na planta. Por sinal, o produtor rural não precisa se preocupar em substituir a adubação nitrogenada em culturas leguminosas. 

Nesse tipo de associação, são formadas as estruturas nas raízes da soja, os nódulos, onde deverá ocorrer o FBN, cujo maior truque é acertar na hora em que for aplicar essa biotecnologia no campo. 

Por sinal, vale lembrar que 78% dos gases da atmosfera são formados por nitrogênio; portanto, é fácil perceber que existem diversas fontes dele por aí.  

Além disso, os microrganismos incorporam naturalmente o nitrogênio, e a moeda de troca é justamente o carbono gerado durante o processo de fotossíntese das plantas. 

Em suma, a relação funciona da seguinte maneira: a cada 1 tonelada de grãos, são necessários 80 kg de nitrogênio, que as bactérias poderão disponibilizar para a planta. 

Mas, claro, outras bactérias também podem fixar o nitrogênio, como as diazotróficas, que o fazem quando há nódulos.  

Aliás, podemos até mencionar que o Brasil foi um dos primeiros países a investir em pesquisas da FBN. Essa iniciativa foi crucial para o entendimento e descobertas sobre esse mecanismo biológico. 

A título de curiosidade, um dos microrganismos recebeu um nome abrasileirado, 

Azospirillum brasilense

Outras práticas, inclusive, já demonstram resultados igualmente positivos: a
coinoculação de Bradyrhizobium spp., Rhizobium spp. e Azospirillum brasiliense

Quais são as vantagens do inoculante na soja?

Hoje em dia, há diversos estudos que comprovam que os benefícios do inoculante da soja vão além da assimilação de nitrogênio. Ele pode aumentar a resistência da soja às condições ambientais:

  • Resistência às estiagens
  • Permite maior absorção de água e outros nutrientes indispensáveis para as plantas
  • Apresenta efeito positivo na produção de fito-hormônios, responsáveis por alterar a taxa de crescimento das raízes, melhorando, assim, o desenvolvimento das plantas;
  • Aumento da simbiose com outras bactérias que estimulam o crescimento de plantas (BPCP), que podem ser encontradas naturalmente nos solos

Como fazer o uso de inoculantes?

Cientista fazendo inocculação na soja.

Atualmente, os agricultores encontram inoculantes da soja de origem líquida ou turfosa. Não há motivos para se preocupar; funciona basicamente da mesma forma que um tratamento convencional para sementes. 

Desse modo, o produto deve ser aplicado uniformemente por toda a superfície da semente para obter o resultado máximo da fixação biológica do nitrogênio. Antes de aplicá-lo, no entanto, é interessante seguir o passo a passo: 

  • Na embalagem, deve constar o número de registro do produto no MAPA;
  • O produto deve estar dentro do prazo de validade;
  • De acordo com a legislação do Brasil, os inoculantes devem conter uma concentração mínima de 1,0 x 109 células viáveis de rizóbios por grama ou mL do produto;
  • Identificação de uma ou duas das quatro estirpes de bactérias que são recomendadas para o Brasil;
  • O inoculante da soja deve ser armazenado em local fresco e arejado; 
  • A inoculação deve ser realizada na sombra; 
  • Depois que as sementes forem inoculadas, não devem ser expostas ao sol e ao calor;
  • A inoculação da soja não pode ser feita dentro de caixas semeadoras;
  • O agricultor deve inocular a soja e semeá-la em seguida;
  • Não utilizar menos de 100 mL de inoculante líquido por saca de 50 kg de sementes;
  • Ao usar inoculante turfoso, é permitido utilizar uma solução açucarada a 10% para aumentar a aderência.

Como usar o inoculante para soja aliado ao tratamento químico de sementes?

O agricultor não precisa pausar o tratamento químico das sementes para aplicar o inoculante. No entanto, é essencial rotacionar os mecanismos de ação dos produtos para não causar danos. 

Isso porque utilizar produtos que tenham o mesmo princípio ativo pode provocar pressão de seleção na comunidade microbiana dos solos, gerando prejuízos incalculáveis na atividade agrícola.

Produtos desse tipo causam danos funcionais ao solo e ao ecossistema – na maioria das vezes, impossíveis de reverter: 

  • alta toxicidade;
  • baixa degradabilidade;
  • elevada mobilidade no solo.

Por fim, não importa qual seja a sequência de tratamento químico, a inoculação deverá ser o último processo de toda a operação. 

É recomendado adicionar uma dose maior de inoculante para a soja. O objetivo é reduzir os efeitos nocivos que algumas substâncias químicas podem exercer sobre a população das bactérias inoculadas.

Caso seja necessário, o agricultor poderá utilizar o cobalto e o molibdênio para realizar o tratamento das sementes. Ambos atuam para a fixação biológica de nitrogênio. 

Os nutrientes podem ser aplicados via foliar até 15 dias após a emergência. Segundo orientação da Embrapa, devem ser aplicados de 12 a 25 g/ha de molibdênio e de 2 a 3 g/ha de cobalto.

O que considerar antes de usar o inoculante na soja?

A seguir, elaboramos uma lista das principais questões que o produtor rural deverá considerar antes de optar pelo uso do inoculante na soja. Confira! 

  1. A aplicação de inoculantes é obrigatória em áreas de primeiro cultivo de soja, ou em áreas não cultivadas há anos.
  2. A reinoculação anual pode proporcionar ganhos de até 8% no rendimento da soja. 
  3. Quando o agricultor faz uma boa inoculação, dispensa o uso de fertilizantes nitrogenados, independentemente do estágio da cultura. 
  4. Hoje em dia, existem produtos com função de adesão e proteção das bactérias. Por sinal, é possível até prolongar o período de viabilidade da bactéria, mas é preciso antes confirmar os dados das pesquisas e experimentar.
  5. Não é recomendado semear “no pó”, porque, além de sensibilizar as bactérias, não é a condição ideal para a semeadura.
  6. A inoculação para soja pode ser feita no sulco de plantio. Antes, deve ser considerada a dose de, no mínimo, 2,5 vezes a dose do inoculante usada nas sementes de cultivares de soja e diluída em no mínimo 50 litros de água/chá.

Quanto custa o inoculante para soja?

O custo dos inoculantes para soja, de modo geral, não é caro; o agricultor deve fazer uma pesquisa antes apenas por causa da variação de um estado para outro, por exemplo. 

Além disso, também recomendamos para que atente à concentração de microrganismos no produto, o que facilitará a prática da inoculação. Portanto, confira preço, qualidade e dose. 

Para exemplificar, a diferença entre um inoculante para soja turfoso e o líquido é, basicamente, a praticidade de aplicação. 

O inoculante líquido costuma vir na quantidade ideal para usar durante o tratamento das sementes. Já o turfoso exige a preparação de uma solução açucarada a 10% para que o produto apresente boa fixação à semente.

Como pode ser notado, a inoculação é uma prática que permite a fixação biológica de nitrogênio e ainda aumenta os mecanismos de defesa da soja. 

Além disso, também ajuda a reduzir os custos com a lavoura, é de fácil aplicação e bastante eficiência. Antes de usá-lo, o produtor deverá escolher o melhor produto e fazer a inoculação da forma recomendada neste artigo. 

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