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Danos causados por la nina 2022

La Niña 2022: o que esperar do fenômeno este ano?

O La Niña 2022 é parte de um fenômeno ligado à temperatura do Oceano Pacífico e à pressão atmosférica. Quando as águas ficam mais frias, é esperado que os eventos relacionados ao La Niña aconteçam. 

A agricultura brasileira é um setor econômico fundamental ao país. Somente em 2021, mesmo sob efeitos do La Niña, a agroindústria movimentou R$ 743,3 bilhões.

Por isso, fatores climáticos são determinantes para a agropecuária, cuja estrutura produtiva é diretamente impactada por mudanças na agrometeorologia.

Com certeza você já ouviu falar desse evento, ou de seu irmão gêmeo, o El Niño. Os dois fazem parte do fenômeno ENOS, e, em todos os anos em que ocorrem, é comum serem amplamente noticiados.

Isso porque eles trazem mudanças no clima, alterando os padrões de chuva e temperaturas.

O resultado para o produtor agrícola pode ser positivo ou negativo, dependendo do evento, tipo de cultura ou época do ano.

Mas o que esperar do La Niña para 2022? Confira neste artigo!

Leia também: Estações agrometeorológicas: transforme a sua lavoura

O que é o ENOS?

O El Niño-Oscilação Sul (ENOS), ou simplesmente como El Niño, é um fenômeno que se refere à temperatura das águas do Pacífico e à pressão atmosférica.

É dividido em duas fases:

  • El Niño: fase de temperaturas das águas do Pacífico tropical quentes e pressão do Índice de Oscilação Sul negativo.
  • La Niña: fase de temperaturas das águas do Pacífico tropical frias e pressão do Índice de Oscilação Sul positivo.

Na prática, associa-se o comportamento da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico tropical com os campos de pressão atmosférica, representados pelo Índice de Oscilação Sul

Essa associação altera todo o padrão de circulação geral da atmosfera, impactando as condições climatológicas de cerca de 20 regiões no mundo.

No caso do Brasil, o clima é afetado nas seguintes localizações:

  • parte norte da região Nordeste;
  • leste da Amazônia, na faixa tropical;
  • faixa extratropical da região Sul.

A principais anomalias estão relacionadas ao regime de chuvas, mas modificações nas temperaturas também são comumente registradas.

Assim, vários desvios que acontecem em relação ao clima normal, ou as chamadas anomalias climáticas persistentes, costumam durar de 6 a 18 meses. 

Anomalias climáticas: El Niño e La Niña

As anomalias climáticas se relacionam com o fenômeno ENOS, em suas variáveis El Niño ou El Niña.

Geralmente, as anomalias associadas ao El Niño e La Niña afetam as mesmas áreas na mesma época do ano, mas de formas opostas. 

Dito isto, em áreas com muita chuva em anos de El Niño, os anos de La Niña podem ser secos, e vice-versa.

O nome El Niño vem desde o século XVIII, quando foi usado pela primeira vez por pescadores peruanos. 

Eles usaram o termo para se referir às águas quentes do Oceano Pacífico ao longo da costa da América do Sul no final de dezembro. 

A água quente é chamada de El Niño, expressão espanhola que significa “o menino”, para aludir ao Natal e ao “Menino Jesus”.

Mas o que os pescadores observaram como águas mais quentes era apenas parte de um sistema maior. 

Na realidade, a atmosfera trabalha mecanicamente sobre a superfície do oceano, redistribuindo anomalias de temperaturas, criando fluxos de pressão e na forma de ventos que interligam diferentes regiões do globo terrestre. 

O ENOS é uma manifestação dessa instabilidade do sistema oceano-atmosfera, que opera com temperatura, pressão e ventos

Os eventos ENOS são irregulares, podendo ocorrer em intervalos que vão de 2 a 10 anos. Eles podem ser fortes, moderados, fracos ou neutros.

O que é La Niña?

Enquanto o El Niño aquece o mar, o La Niña promove o resfriamento anormal das águas superficiais no Oceano Pacífico equatorial central e oriental. 

Outros nomes como, “El Viejo” ou “Anti-El Niño”, também têm sido usados para se referir a esse resfriamento, mas o termo “La Niña” é mais popular e usado pelos meios de comunicação.

As temperaturas habituais da água de superfície na região são em torno de 25 °C, mas, durante o La Niña, essas temperaturas caem para cerca de 22 ºC a 23 °C.

As águas mais frias se estendem em uma faixa estreita ao longo da Linha do Equador, seguindo a costa do Peru até o Oceano Pacífico central.

Imagem de Satélite NOAA da temperatura do oceano, faixa em azul indica presença do La Niña
Fonte: Coral Reef Watch

Como o El Niño, o La Niña pode variar em intensidade, apresentando episódios mais intensos como o que ocorreu em 1988/89, e outros mais brandos, como o de 1995/96.

O La Niña tem sido observado com maior variabilidade, enquanto El Niño tem um padrão mais consistente, com base em avaliações de características meteorológicas e climáticas de eventos passados.

Nos anos de La Niña, a circulação das chuvas enfraquece. O bloqueio dos ventos atmosféricos diminui à medida que a pressão muda.

Isso fez com que a frente fria, a principal causa das chuvas no sul do Brasil, passe rapidamente pela região Sul ou se dirija para o oceano. 

Esse movimento dos ventos e da frente fria acaba causando seca na região Sul, porém levando umidade ao Nordeste.

Os efeitos do El Niño e La Niña 2022

Quando saem as notícias de que um evento El Niño ou La Niña ocorrerá, surge uma grande preocupação por parte dos agricultores das regiões afetadas. 

Diante do possível impacto desses fenômenos, há grandes expectativas sobre o que pode ser feito, especialmente no Sul do Brasil, em que os anos de El Niño são excessivamente chuvosos e os de La Niña são secos. 

Embora o impacto ocorra durante todo o período operacional do campo, duas épocas do ano são mais relevantes.

São elas: 

  • primavera e início do verão (outubro, novembro e dezembro), no primeiro ano do evento; 
  • outono e inverno (abril, maio e junho), ano seguinte ao evento. 

Portanto, nesses momentos, há uma chance maior de chuvas acima do normal no El Niño e abaixo do normal no La Niña.

A precipitação pluvial é uma das principais causas de variações no rendimento das culturas e da produção agrícola. Geralmente, a primavera é a estação que sofre o maior impacto.

Chuvas excessivas ou secas podem afetar agricultores e mercados agrícolas inteiros.

A chuva determina a melhor época para semear, o manejo das culturas, a melhor época para a colheita e afeta o processo de armazenamento e transporte do produto.

Dependendo da época do ano em que um evento ENOS ocorre e atinge o pico, ele pode beneficiar ou prejudicar a produção.

Por exemplo, certas culturas podem se beneficiar quando ocorrem mais chuvas durante o plantio, floração e enchimento de grãos

No entanto, para outras culturas, as chuvas durante esse período podem levar a doenças e perda da qualidade dos grãos.

No sul do Brasil, o El Niño tende a beneficiar as safras de verão de soja, milho, feijão e pastagens, enquanto prejudica as safras de inverno de trigo, cevada, aveia, triticale e canola.

Já o La Niña faz o oposto, favorecendo as safras de inverno e prejudicando as já citadas safras de verão.

La Niña 2022: o que ele causa no Brasil?

Um campo verde com o céu repleto de nuvens cinzas de chuva e tempestade, efeito do La Niña 2022.
Fonte: Pixabay

Em um evento raro, a primavera de 2022 verá um terceiro La Niña consecutivo, outra preocupação para a agricultura no sul do Brasil.

A última semana de inverno viu uma anomalia de temperatura de –0,9 °C na superfície do Pacífico equatorial central, usada para definir se El Niño ou La Niña está presente.

Esse valor está no extremo superior da faixa de baixa intensidade, muito próximo aos níveis moderados, indicando a presença de La Niña em 2022.

Desse modo, vários modelos climáticos do Satélite NOAA e da Universidade de Columbia indicaram 82% de chance de La Niña para o trimestre de outubro a dezembro, 18% de chance de evento neutro e 18% de chance de El Niño.

O pico do La Niña é esperado para os meses de outubro, novembro e dezembro. E a região Sul pode ser a mais impactada. 

A produção agrícola dos estados do Sul já foi afetada ao longo dos dois últimos anos devido ao fenômeno, gerando preocupação, principalmente aos produtores de grãos.

No Sul, são esperadas chuvas regionais e fortes no curto prazo até meados de outubro. Isso aponta para chuvas irregulares no começo da primavera, seguidas por secas severas.

Este é o terceiro ano consecutivo do evento e, assim como em anos anteriores, deve afetar a safra de milho e prejudicar a produtividade em várias áreas.

Ao contrário do Sul e Sudeste, o Nordeste tem pouca variação de temperatura e precipitação em um curto período devido à sua localização próxima à Linha do Equador.

Ainda assim, o La Niña em 2022 anuncia o início da estação chuvosa em setembro e outubro.

A previsão é de um verão com chuvas acima da média na maioria dos estados do Nordeste, com alguma variação nas temperaturas possivelmente abaixo da média em diversas áreas.

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Depender do clima deixa muitas expectativas ao produtor rural e distribuidor de insumos. 

Com um terceiro ano seguido de La Niña em 2022, já sabemos que as chuvas desproporcionais e a seca extrema podem trazer prejuízos.

O melhor a fazer é estar preparado. Para isso, conte com a ajuda de quem se preocupa em oferecer as melhores opções para que você possa se manter seguro diante de qualquer desafio.

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