Manter uma lavoura de café exige conhecimentos específicos, mas com grandes retornos financeiros.
O café é uma das culturas plantadas mais comuns e importantes do Brasil, e a história do país foi acompanhada pelo desenvolvimento das lavouras de café.
Hoje, o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, e os estados que mais produzem são Minas Gerais, São Paulo e Paraná, nessa ordem.
Porém, o café está espalhado por todo o país, que conta com mais de 280 mil produtos de café registrados.
Entenda melhor sobre as lavouras de café no Brasil e veja como planejar sua produção!
A história do café no Brasil
O café fez parte da história do Brasil. O grão chegou ao país em 1727, principalmente na região Norte.
O ciclo do café levou ao aumento da quantidade de lavouras de café durante o Império e, nos anos seguintes, se espalhou também pela região Nordeste, desceu para o Vale do Paraíba, em São Paulo, e em Minas.
Os imigrantes europeus, em sua maioria, vieram ao Brasil para trabalhar nessas fazendas de café e de outras culturas; em 1845, o país já era o maior exportador de café do mundo.
O café também foi responsável pelo surgimento de muitas cidades pelo Brasil, pois reunia muitos imigrantes em um só local.
Ou seja, o café esteve presente em diversos pontos da história brasileira e continua relevante para a economia até hoje.
Atualmente, o grão de café é conhecido como uma soft commodity (junto com açúcar, cacau e algodão), mas também é vendido como produto único tanto para comércio exterior quanto para o nacional.
Lavoura de café e seus tipos produzidos no Brasil
O Brasil é reconhecido no mundo todo como referência na produção de café, tanto pela quantidade exportada quanto pela qualidade dos grãos.
Os grãos de café cultivados no Brasil são das espécies arábica e conilon (robusta); a primeira representa 67% da produção nacional, e a segunda, 33%.
Esses grãos são produzidos principalmente para exportação, mas também podem ser encontrados no mercado nacional.
Essas duas espécies são plantadas no Brasil principalmente pela tolerância ao clima e por terem uma produtividade maior.
Café arábico
O café arábico é um grão de maior qualidade, mas as lavouras de café desse tipo são destinadas, em sua maioria, para exportação.
Por isso, o café tradicional do Brasil geralmente não é feito com esse tipo de grão, pois essa espécie tem um valor mais elevado no produto final.
O sabor e o aroma são bem característicos, mais fortes do que os cafés consumidos pela maioria das pessoas aqui.
Assim, entra em mercados de produtos especiais em muitos casos, o que é positivo para o produtor, que consegue ganhar dinheiro com exportação e com venda nacional.
Café conilon (variedade robusta)
O café conilon tem um valor mais baixo no mercado e, por isso, é um grão muito utilizado para produção de café solúvel e em cápsulas, tanto no Brasil quanto no mundo.
É bastante exportado, mas é mais comum em produções voltadas ao mercado interno. Por isso, pode ser encontrado mais facilmente no mercado.
Dentro da variedade robusta também existem outros tipos de grãos, mas esse é o mais comum deles, representando cerca de 33% da produção brasileira.
Uma lavoura de café do tipo conilon tem também benefícios práticos, como bom desenvolvimento em locais mais quentes e secos, e, por isso, conseguir ser implantada em regiões mais centrais do país.
Planejamento de lavoura de café: por que é importante
As lavouras de café precisam de planejamento para o plantio e acompanhamento do desenvolvimento da plantação; por isso, é preciso ter conhecimentos específicos de acordo com a espécie do grão.
Assim, muitos produtores optam por contratar pessoas especializadas no plantio de café para aumentar a produtividade e melhorar os cuidados com a plantação.
Outro auxílio que um profissional qualificado pode oferecer é a busca por diversidade de espécies plantadas.
Apesar de os dois tipos apresentados acima serem os mais comuns, também existem outros grãos que podem oferecer diferentes oportunidades no mercado.
Por exemplo, grãos considerados especiais têm um valor de mercado maior e o produtor pode atingir um público específico, aumentando seu retorno de investimento.
O planejamento para a lavoura de café exige atenção em pontos como:
- clima do local;
- que tipo de grão se adequa a esse clima;
- qual grão é mais indicado para o mercado atual;
- de quais tipos de cuidados a lavoura precisa;
- quais os cuidados necessários com pragas e ervas daninhas;
- entre outros pontos.
Características para considerar para uma boa plantação de café
A lavoura de café é, de maneira geral, de fácil cultivo no Brasil, pois não sofre tanto com alterações do clima e exige poucos preparos com o solo e com acompanhamento.
Porém, como qualquer tipo de plantação, o desenvolvimento depende de cuidados específicos que influenciam no crescimento e na qualidade final do grão. Acompanhe os principais pontos de atenção.
Clima
A temperatura é um dos fatores mais importantes do plantio do café. Cada um dos tipos de grãos plantados no Brasil depende de um tipo de clima.
O café arábico, por exemplo, precisa de um clima mais fresco e, por isso, é indicado que seja plantado em altitudes entre 450 e 800 metros e com temperatura entre 18ºC e 22ºC.
A variedade robusta, da qual o conilon faz parte, é plantada em locais mais quentes, com temperaturas entre 22 e 26ºC e até 450 metros.
Também por causa da temperatura, é indicado que a lavoura de café seja plantada nas regiões mais altas da propriedade, para evitar as geadas, que se acumulam na parte mais baixa da propriedade.
No quesito umidade, os grãos plantados no Brasil são bastante tolerantes a secas e, com uma média de umidade padrão, já conseguem prosperar adequadamente, mantendo a produtividade esperada.
Solo
A preparação do solo é um passo importante para todos os tipos de culturas plantas e no café é a mesma coisa.
A profundidade mínima para plantação de café deve ser de 1,2 metro (120 cm) para que árvores cresçam saudáveis.
O solo de plantio também não pode ser compactado, pois isso dificulta o crescimento das raízes e o desenvolvimento da plantação.
Por isso, antes do plantio, é preciso fazer o processo de subsolagem ou coveamento (40 × 40 × 40 cm), para tirar a parte compactada.
Outro tratamento indicado é o uso do calcário para correção do pH do solo, para torná-lo mais fértil e aumentar a troca de nutrientes para as plantas.
Plantas de cobertura
O uso de plantas de cobertura entre as linhas de café é uma técnica muito utilizada para preservar o solo e também dificultar o crescimento de plantas daninhas, de maneira geral.
As plantas de cobertura contribuem com a manutenção do solo em temperatura e em erosão. O ideal é que haja uma mistura de plantas, para manter também a quantidade dos nutrientes no solo.
Entre as principais plantas de cobertura, é possível citar: brachiaria ruziziensis, milheto, crambe, crotalaria ochroleuca, nabo-forrageiro
Colheita da lavoura de café
O momento da colheita é um dos mais importantes de uma lavoura de café e, se não for feita corretamente e no tempo certo, pode comprometer a produtividade final da safra.
A colheita precisa ser feita quando os grãos estão vermelhos ou amarelos, que indicam sua maturação e que, portanto, estão prontos para serem retirados das árvores.
Isso acontece nos períodos de seca, entre abril e setembro, dependendo de quando foi feito o plantio e de como a lavoura foi planejada.
Também é preciso avaliar a quantidade de umidade do grão, que deve estar entre 45% e 55% do grão. Com essa média, o grão é chamado de “cereja”, tanto pela cor quanto pelo formato.
A maneira como a colheita é feita também faz toda a diferença, pois muitos grãos podem acabar sendo danificados ou perdidos; isso diminui muito a produtividade e, consequentemente, o retorno do investimento.
Os tipos de colheita mais comuns são a mecanizada e a manual, com técnicas de derriça (em que as pessoas tiram os grãos manualmente diretamente em sacos ou no chão, em cima de uma manta).
Investimento na lavoura de café em planejamento e gestão
O café, de maneira geral, é um ótimo produto dentro do mercado de agronegócio e consegue trazer ótimos retornos financeiros aos seus produtores.
Como conta com mercado externo e interno, também é possível ter diferentes estratégias de negócios, o que pode definir os tipos de grãos e outros detalhes importantes da produção.
Por isso, o investimento de gestão e o controle da lavoura de café precisam ser prioridades para conseguir um produto de qualidade.
Uma das maneiras de fazer isso é o uso da tecnologia para controle, biotecnologia para qualidade, acompanhamento de colheita, insumos, entre outros pontos.
Contratar um profissional especializado no cultivo de café também é uma opção que faz toda a diferença pois, como vimos, esse tipo de grão, apesar de ser de fácil cultivo, precisa de atenção em detalhes específicos.
Se você, agricultor, precisa investir em sua lavoura de café, que tal utilizar o crédito agro para isso? O retorno é certo e você tem condições especiais do agronegócio.
