O calcário agrícola é um ótimo recurso para fazer a correção correta do solo. Só para ter uma ideia, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), 140 milhões de hectares de terras brasileiras estão degradados.
Isso corresponde a 16,5% do território nacional. No mundo, 33% do solo sofre degradação de moderada a alta, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
A degradação pode ocorrer por diversos motivos: contaminação, queimadas irregulares, mal uso, desmatamento, entre outros. No entanto, dependendo do caso, há algumas medidas para reverter.
É justamente sobre isso que conversaremos neste artigo. Antes de tudo, é importante apenas explicar que solo está longe de ser apenas um punhado de terra; quem pratica a agricultura entende que existem diversas complexidades. Boa leitura!
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ToggleQual a importância do calcário agrícola?
O solo tem diversas camadas e características físico-químicas que podem interferir em sua qualidade e, também, no desenvolvimento das culturas.
Uma delas é o valor do pH, escala que mede a acidez ou basicidade de uma solução ou matéria. Mas o que isso tem a ver com a agricultura?
O solo extremamente ácido praticamente impede a fixação de nutrientes (consequentemente, a disponibilização para as plantas também). O resultado é o surgimento de elementos tóxicos.
Menos nutrientes e elementos tóxicos comprometem a produtividade agrícola, gerando prejuízo aos agricultores. O crescimento das raízes das plantas é prejudicado, afinal, ficam mais fragilizadas e suscetíveis a tombamentos.
Mediante esses problemas, ao detectar que o solo está mais ácido do que deveria, o recomendado é corrigi-lo. A melhor forma é realizar a técnica do calcário agrícola.
Entender como ele atua, como realizar a aplicação, quais os tipos e benefícios é um dever. Confira nos próximos tópicos!
O que é o calcário agrícola?
O calcário nada mais é do que uma rocha sedimentar, constituída em maior parte de carbonato de cálcio. Hoje em dia, é utilizado por diversas indústrias produtoras de cal, brita, cimento, tintas, entre outras.
A título de curiosidade, em 2022, devido ao aumento dos preços dos insumos e à constante necessidade de corrigir o solo entre safras, agricultores paranaenses usam o calcário para aumentar a produtividade e reduzir perdas nas lavouras.
Segundo a Federação da Indústria do Estado do Paraná (FIEP), o uso desse minério na agricultura do estado aumentou em torno de 30%. Portanto, podemos concluir que os impactos são positivos para quem adota essa técnica.
Como usar o calcário agrícola?
Quando o agricultor aplica o calcário agrícola no solo, há um aumento considerável dos níveis de cálcio e magnésio. Ambos são indispensáveis para o bom desenvolvimento das culturas.
Além disso, reduz a quantidade de elementos nocivos como o alumínio e o manganês.
A aplicação é feita por meio da técnica de calagem, que contribui para a distribuição do calcário sobre toda extensão de terra. Explicaremos a seguir.
Como fazer a calagem?
A calagem só deve ser feita após análise da coleta de amostras do solo. A partir do resultado, será necessário escolher qual tipo de calcário será usado para sua correção.
A escolha será baseada no quociente de magnésio em cada um dos tipos e da granulometria (estudo da distribuição das dimensões dos grãos de um solo).
Depois de escolher o tipo, é o momento de definir a quantidade de calcário. Caso seja necessária uma dose mais alta, o recomendado é dividir a aplicação em duas partes, a fim de evitar a perda do produto.
O calcário agrícola deve ser distribuído de forma uniforme pelo solo e incorporado à terra em uma profundidade de 17 a 20 cm. O processo deve ser realizado até três meses antes do plantio.
Como o calcário precisa de umidade para fazer efeito, em algumas regiões pode ser necessário realizar uma nova aplicação antes desse prazo. Por isso, é tão importante elaborar um bom planejamento agrícola para otimizar o uso dessa substância.
Por fim, a análise e a dosagem devem ser realizadas a cada plantio. Pensando em médio e longo prazo, diversas aplicações de calcário dentro do prazo ajudam a amenizar a acidez do solo, já que a tendência é penetrar cada vez mais fundo.
Quais as vantagens da calagem?
A calagem não só melhora a produtividade do plantio e o fornecimento de nutrientes às plantas, como também apresenta outras vantagens interessantes. Veja!
- O produto é mais barato; o saco de 50 kg custa em média R$ 50.
- O calcário pode ser usado como fertilizante.
- Promove o desenvolvimento de microrganismos.
- Elimina os efeitos tóxicos de ativos químicos como o manganês (Mn), o Ferro (Fe) e o alumínio (Al).
- Potencializa a eficácia do adubo.
- Estimula o crescimento radicular das plantas (maior absorção de nutrientes e água).
- Proporciona resistência da plantação mesmo durante os períodos de estiagem.
Aplicação incorporada e artificial: qual a melhor?
A resposta é: depende! O agricultor deve levar em consideração quais são os seus objetivos.
Aplicação incorporada de calcário agrícola
A aplicação incorporada é realizada após as operações de aração e gradagem.
Aplicação superficial de calcário agrícola
A aplicação superficial é realizada sobre a superfície do solo sem revolvimento.
Ao optar pela calagem incorporada, uma das vantagens é a baixa solubilidade. Já a calagem superficial se torna mais benéfica por não oferecer tantos danos à estrutura do solo devido ao distúrbio.
De qualquer forma, pode-se esperar um aumento considerável da capacidade produtiva do solo.
Quais cuidados devem ser tomados durante a calagem?
Apesar de a calagem ser uma técnica extremamente vantajosa, durante sua aplicação, o agricultor deverá tomar alguns cuidados.
Um dos problemas recorrentes é a supercalagem, ou seja, aplicação de calcário agrícola acima do nível recomendado. Isso pode acontecer por conta de má distribuição, incorporação ou dimensionamento do insumo.
Essa condição pode ocasionar a mineralização excessiva da matéria orgânica, tornando-a muito mais suscetível ao processo de lixiviação, processo em que os nutrientes se movem no perfil do solo, se perdendo entre as camadas mais profundas.
Além disso, o excesso de cálcio causado pela supercalagem proporciona o aparecimento de deficiência de manganês nas plantas.
Conheça os 3 tipos de calcário agrícola
Basicamente, todos os tipos de calcário utilizados na agricultura têm carbonato de cálcio em quantidade suficiente para corrigir a acidez do solo. O que difere um do outro é a concentração de magnésio e a granulometria.
Calcário calcítico
O calcário calcítico é um dos que apresenta maior teor de óxido de cálcio e menor concentração de magnésio (menos de 10%). É recomendado para solos que apresentam menos necessidade de magnésio e maior necessidade de cálcio.
Calcário magnesiano
O calcário magnesiano é considerado intermediário, com concentração de magnésio em torno de 10% a 25%. Costuma ser o mais indicado para solos que têm teor equilibrado de cálcio e magnésio.
Calcário dolomítico
O calcário dolomítico apresenta alta concentração de magnésio, acima de 25%. É um dos mais indicados para solos com teor de magnésio abaixo do ideal.
Calcário filler
Por último, temos o calcário filler. Essa categorização está ligada à diferença granulométrica.
Os três tipos de calcário agrícola podem estar na versão filler; a diferença é que ele é muito mais fino que o convencional. Isso faz com que atue de forma mais rápida no solo. Por isso, o agricultor pode usá-lo no plantio direto.
Como é notado, o calcário agrícola é uma das substâncias mais recomendadas e seguras para equilibrar o solo gastando pouco e preservando mais o ambiente. Mas nem por isso deve ser aplicado sem antes um estudo e cuidado.
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