homem a frente de um computador com elementos graficos mostrando calculos da depreciacao

Depreciação: entenda o que é e como calcular

A depreciação é um dos conceitos financeiros mais importantes para qualquer negócio, e isso não seria diferente com o mercado agricultor e pecuário.

É a partir desse cálculo que é possível entender custos de produção, calcular impostos e taxas e definir estratégias de investimento para o crescimento de um negócio. 

Entender a depreciação não é algo simples, já que são muitos os pontos levados em consideração. 

Porém, é importante conhecer o conceito para ter um negócio mais sustentável a longo prazo e entender quais aspectos merecem investimento. Acompanhe!

O que é depreciação?

A depreciação é um mecanismo de contabilidade utilizado para atribuir custos financeiros a um ativo tangível ao longo de toda a sua vida, considerando sua desvalorização. 

Em outras palavras, é um cálculo feito para determinar o quanto algo está valendo com o passar do tempo, considerando que perde seu valor monetário com o desgaste ou com o surgimento de novos bens como ele (torna-se obsoleto com o tempo). 

São considerados ativos tangíveis tudo aquilo que existe na vida real, ou seja, que pode ser tocados. São os imóveis, as máquinas, os veículos, entre outros. 

No caso do agronegócio, são considerados ativos tangíveis todos os maquinários utilizados (colheitadeiras, adubadeiras, aspersores, etc.) e também outros insumos que precisam ser trocados por desgaste. 

Também é preciso considerar que muitos ativos são um investimento. Mesmo que se desvalorizem, podem trazer retorno financeiro que compense essa perda monetária com sua depreciação. 

Para que serve o cálculo de depreciação?

O cálculo da depreciação é uma maneira de padronizar essa desvalorização, pois leva em consideração pontos específicos do ativo em questão. 

Por isso, cada tipo de ativo tem uma taxa de depreciação específica, calculada de acordo com as características de cada um. 

O cálculo de depreciação contábil é aplicado nos bens essenciais para o funcionamento do negócio. 

No caso do agronegócio, abrange todos os maquinários, imóveis, automóveis, entre outros ativos que se desvalorizam com o tempo. 

A perda de valor de um ativo é calculada periodicamente, reduzindo seu valor até que chegue a um valor irrisório. 

Por ser um cálculo de desconto percentual, o valor nunca chegará a zero, pois sempre terá um residual. 

Calcular a depreciação dos ativos é uma das maneiras de entender custos e despesas, mas também serve para a redução do lucro contábil da empresa, que pode deduzir o custo dos ativos. 

Saber ao certo o quanto cada ativo tangível desvalorizou faz com que o cálculo do lucro final esteja de acordo com a realidade.

Assim, o negócio também paga seus impostos e taxas de acordo com seu real ganho no período, já descontada a desvalorização daquilo que adquiriram. Por isso, precisa ser calculado de acordo com as taxas pré-estabelecidas. 

Taxas de depreciação

Como o cálculo da depreciação também é inserido no lucro final e deduzido do ano fiscal, foram criadas taxas padrões para cada tipo de ativo tangível. 

Assim, todos os negócios precisam realizar esse cálculo utilizando a mesma taxa de desvalorização, fazendo com que a perda do valor seja padronizada. 

As taxas de depreciação são definidas pela Receita Federal e podem ser encontradas nos sites oficiais da Receita. Algumas taxas de depreciação anuais são:

  • Edifícios: 4%
  • Máquinas: 10%
  • Equipamentos: 10%
  • Móveis: 10%
  • Veículos: 20%
  • Computadores: 20%

Essas taxas de depreciação são calculadas pelos órgãos competentes levando em consideração diferentes pontos, como: tipo de ativo, tempo para obsolescência, tempo de lançamento de novas versões, o desgaste natural do seu uso, valores de manutenção, entre outros. 

Assim, calcula-se quanto aquele ativo perde de valor com o tempo e, a partir disso, gera-se a taxa de depreciação, utilizada para a realização do cálculo de depreciação. 

Tipos de depreciação

Outro ponto importante sobre o assunto é que não existe apenas um tipo de taxa de depreciação. 

Isso porque, para calcular a depreciação, é preciso considerar muitos fatores, que variam muito de acordo com o ativo.

Por isso, além da taxa, também é preciso saber qual é o tipo de depreciação que aquele ativo sofre. 

Depreciação linear

É a mais comum, pois considera a desvalorização aos poucos, de acordo com o tempo de uso. 

É o método mais utilizado pelas empresas para realizar o cálculo, sendo considerada a que melhor representa a perda de valor real. 

Também é a mais fácil de ser calculada, aplicando o percentual definido. 

Acelerada

É utilizada para empresas com alto uso de seu maquinário, considerando principalmente indústrias que produzem de 16 a 24 horas por dia (dois a três turnos). 

Por terem o uso mais intenso, seu desgaste também é maior e, por isso, o cálculo é feito de maneira diferente, já que se entende que sua desvalorização também será maior. 

Depreciação acumulada

É utilizada para somar a depreciação de todos os ativos da empresa. É um cálculo que considera as taxas de todo o maquinário como uma só após a soma, e é esse valor que entra no balanço financeiro para dedução fiscal. 

Gerencial

É um cálculo de uso interno, e não para dedução de impostos. A depreciação gerencial é utilizada quando um ativo já passou do seu tempo de vida útil ou já se tornou obsoleto no mercado. 

Com a depreciação gerencial, o proprietário consegue calcular as possibilidades de venda desse ativo, pois, mesmo sendo considerado obsoleto, continua gerando valor. 

Assim, é possível continuar calculando seu valor de acordo com o nível de desgaste, mesmo que essa taxa já tenha ultrapassado o esperado. 

Como calcular a depreciação linear

Por ser o mais utilizado (recomendado para muitos tipos de ativos) e também um dos mais simples, vamos mostrar o cálculo de depreciação linear.

Na depreciação linear, a taxa de depreciação é 100% dividida pelo tempo de vida útil do ativo. 

Assim, se um ativo tem vida útil de 10 anos, sua taxa de depreciação é de 10% ao ano, por exemplo.

A partir disso, é possível calcular a depreciação anual de uma ativo, que será descontado na dedução fiscal. 

Depreciação anual = (Custo de aquisição – Valor residual) / Vida útil

A depreciação do ativo é alocada como um custo; assim, são descontados do valor do lucro total do ano fiscal, já que não entram como lucro, e sim como custo, ou seja, “perda” de dinheiro. 

Vale lembrar que nem sempre a depreciação linear é a mais indicada. Por isso, é importante ter um contador especializado em seu negócio para entender todos os cálculos e realizar as deduções fiscais da maneira correta. 

Como isso acontece no agronegócio?

No agronegócio, a depreciação dos ativos é um fator de atenção, pois os maquinários são um investimento caro e, por isso, é preciso ter na ponta do lápis o quanto estão desvalorizando. 

São considerados ativos tangíveis do agronegócio:

  • tratores;
  • plantadeiras;
  • colheitadeiras; 
  • adubadeiras;
  • aspersores; 
  • utensílios diversos;
  • instalações e edificações;
  • animais de trabalho;
  • veículos da frota da fazenda, e outros itens que sofrem desvalorização; 

Algo que é importante considerar no mercado do agronegócio é que os maquinários utilizados geralmente têm longa vida útil, porém se tornam obsoletos com muita rapidez. 

Como os dois fatores são considerados na hora de calcular a depreciação, é importante entender esses dois conceitos de acordo com cada ativo. 

Um exemplo disso são só maquinários automatizados ou com funcionamento à base de softwares específicos, que utilizam novas tecnologias para funcionarem. 

Como estão sempre em desenvolvimento, é preciso também considerar que podem se tornar obsoletos mais rapidamente. 

Por outro lado, os softwares de automatização também têm atualizações que podem ser feitas pela empresa, aumentando a vida útil e tirando o maquinário da obsolescência naquele momento. 

Ou seja, no agronegócio, é preciso considerar muitos fatores antes de fazer um investimento, sendo a depreciação um dos principais. 

Afinal, ninguém quer gastar muito dinheiro em um maquinário com vida útil muito reduzida ou que precisará ser trocado em pouco tempo. 

Da mesma maneira, também é preciso considerar as novas tecnologias, que podem aumentar a vida útil e o retorno por investimento. 

Investimento no agronegócio

Não tem como fugir: o agronegócio precisa de investimentos para manter sua produtividade e lucratividade

Por isso, todo agricultor ou pecuarista precisa ter na ponta do lápis a depreciação de seus ativos, para entender o momento ideal de fazer sua troca. 

Além disso, também é preciso calcular seu retorno do investimento considerando a vida útil e a obsolescência de seus maquinários, para saber se realmente vale a pena aplicar o dinheiro. 

Isto é, os cálculos de depreciação no mercado agro são complexos e exigem conhecimentos específicos para que não haja perda de dinheiro. 

Por isso, uma das indicações é contar com contadores especializados no agronegócio para fazer esses cálculos de investimento e também para a dedução fiscal. 

Fale com nossos especialistas da TerraMagna e entenda os investimentos que podem ser feitos em seu negócio para que você não perca dinheiro com a depreciação de seus ativos!