Um solo saudável é decisivo para o bem-estar de uma plantação, e você, trabalhador agrícola, sabe bem disso! Por isso, é essencial praticar a análise de solo.
Essa é uma atividade que incrementa os elementos mais importantes do solo para a produtividade da sua safra.
Quando sua terra não estiver em condições ideais para o plantio, será com a análise de solo que você vai resolver isso, ou, então, garantir que sua produção tenha menos surpresas ruins e que a safra seja de qualidade.
Aqui, você vai aprender a análise de solo completa! Vamos lá?
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ToggleO que é a análise de solo?
A análise do solo é um conjunto de práticas que envolvem diversos processos químicos que definem a disponibilidade e a existência de nutrientes em determinado espaço.
Afinal, muitas vezes a falta de nutrientes impede que um cultivo se desenvolva de acordo com as expectativas.
Nesse cenário, é preciso avaliar as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, que são fundamentais para a nutrição das safras.
Vale destacar que a análise de solo é um dos passos para que outros processos existam – por exemplo, a calagem.
Isso porque, sem a análise, é quase impossível saber quais as quantidades exatas que devem ser utilizadas para tratar o solo e a planta.
Uma objeção que muitos agricultores têm é: só de olhar eu consigo saber se o solo está saudável ou não! Desculpe te decepcionar, mas não é bem assim…
Não é possível determinar com precisão as características do solo apenas por meio da observação visual. Por isso, a análise é importante, pois ela provê dados para determinar e prevenir problemas nutricionais.
Outra notícia ruim é que a falta de nutrientes não só deixa as plantas fracas, como também ajuda na propagação de pragas e doenças.
A ausência dos elementos necessários para a sobrevivência é tão séria que há um princípio na agricultura conhecido como Lei de Liebig, ou Lei do Mínimo, que aborda isso.
Essa lei afirma que o desenvolvimento de uma planta fica limitado quando há nutrientes faltando ou deficientes, mesmo que todos os outros elementos estejam presentes.
A Lei do Mínimo nasceu no século XX, por meio dos avanços nos estudos da ciência, feitos por Carl Sprengel, no início do século XIX, e anos depois foi popularizada por Justus von Liebig.
Ou seja, há anos os estudiosos já sabiam: não dá para viver sem a análise de solo, pois ela dará os subsídios para que os agricultores saibam como nutrir bem as plantinhas.
Qual é o objetivo da análise de solo?
Se podemos resumir em poucas palavras qual o objetivo dessa prática, seria: diagnosticar com precisão as condições do solo, tanto químicas quanto físicas.
Assim, você conseguirá obter informações como teor nutricional, acidez e o tamanho das partículas.
Com esses dados em mãos, será possível entender a fertilidade da terra, verificar a necessidade de quais nutrientes a planta precisa, se é necessário ou não a adubação e se é essencial fazer a calagem.
Desse modo, o trabalhador conseguirá ter uma alta produtividade aliada à preservação do meio ambiente, com terra fértil e conservada.
Assim, essa análise cumpre o objetivo de manter as melhores condições para as culturas crescerem e se desenvolverem. Então, se alguém perguntar: análise de solo, para que serve? A resposta é simples: nutrição e crescimento!
Quais são os tipos de análise de solo?
Existem vários tipos de análise de solo, e uma completa precisa ser química e física, os dois tipos mais utilizados. A seguir explicamos mais sobre cada uma:
Física
A análise física do solo também é chamada de granulométrica. Ela é responsável por definir as frações minerais da terra e, assim, verificar as porcentagens de argila, silte e areia.
Com os dados dessa análise, podemos classificar o solo dentro das categorias estabelecidas pelo Ministério da Agricultura — dois exemplos conhecidos são: arenoso e argiloso.
Conhecendo o tipo de solo, entende-se qual é a necessidade de água, o índice de erosão da terra e a mecanização mais adequada para o plantio.
Esses cuidados são interessantes, pois evitam que o produtor sobrecarregue o solo com excesso de água ou que intensifique uma erosão usando o maquinário errado.
Química
A análise química do solo analisa com precisão como estão os macro e micronutrientes, afinal, o plantio direto e o convencional influenciam na questão dos nutrientes do solo.
Desse modo, é preciso entender como estão e do que os macronutrientes e os micronutrientes do solo precisam.
Uma notícia que mostra a importância disso é que grande parte dos solos brasileiros não apresentam condições químicas naturais adequadas para o bom crescimento das culturas.
Assim, a mensuração é feita em cima de todo nutriente que a planta precisa em grande quantidade (no caso, os macronutrientes) e aqueles em que é preciso doses menores (os micronutrientes).
Análise química da planta
Além dos tipos químico e físico, há um terceiro: a análise química da planta ou do tecido vegetal, menos comum no território nacional.
Nesse tipo de análise, é observada a interação entre solo, planta e clima, e o trabalho é em busca de que o manejo seja todo adequado ao que os três demandarem.
Analisando esses tópicos, os resultados são ainda mais assertivos e mostram se há deficiências, toxicidades e busca pelas questões causadas pela deficiência de nutrientes.
De todos os órgãos da planta, a costuma folha costuma ser a que demonstra melhor o estado nutricional de carência.
Como é feita a análise do solo?
E se essa prática é tão importante, a pergunta que não quer calar é: como fazer a análise do solo?
São necessários alguns passos e critérios para fazer a amostragem, que serão enviados a um laboratório para executar as análises. Os passos são:
Definir o local da amostragem
O primeiro passo é coletar amostras do terreno que vai receber o plantio; para isso, faça a divisão da área total, mais heterogênea, em partes homogêneas (chamaremos essas partes de glebas).
As glebas serão delimitadas com base em textura, coloração, relevo, vegetação, adubação e calagem de anos anteriores.
Vale destacar que as áreas escolhidas para a retirar as amostragens deverão ser percorridas em zigue-zague de forma aleatória.
É preciso também limpar o local antes de colher as amostragens. Certifique-se de eliminar capins, pedras e demais resíduos.
Além disso, evite partes nas quais houve queima de restos culturais ou tocos, presença de formigueiros ou cupinzeiros, depósito de adubos e deposição de fezes e pastagens.
Colete várias subamostras
A cada área homogênea, o ideal é coletar cerca de 15 a 20 amostras simples que possam ser colocadas em um balde limpo.
Em seguida, quebre os torrões no balde e tire pedras ou outros resíduos e misture bem, até formar uma amostra composta. Depois, selecione de 250 a 500 gramas para enviar ao laboratório.
Essas amostras compostas precisam ser acondicionadas em sacos plásticos e enviadas ao laboratório contendo as seguintes informações:
- nome do solicitante e da propriedade;
- endereço;
- número da amostra;
- data da coleta;
- profundidade;
- local de coleta;
- cultura existente;
- o que será plantado na área
- tipo de relevo.
Separe os dois tipos de amostra
As amostras costumam ser separadas em dois tipos: as compostas, que são as várias coletadas — delas, se retiram cerca de 500 gramas para enviar para o laboratório; e as simples, que são a porção coletada em cada ponto da gleba. Para essa coleta e separação, são necessárias ferramentas específicas, como:
- enxada;
- pá reta;
- tubo de sonda de amostragem;
- trado caneca;
- pá de jardinagem.
Faça na época certa
É difícil definir uma época boa ou ruim para a análise do solo; o importante é que você observe as melhores condições e, com base nisso, faça a coleta:
É preciso fazer de 3 a 6 meses antes do plantio; conte com o tempo de coleta e retorno do laboratório, ou seja, faça com antecedência para realizar a correção de acidez do terreno!
Evite amostragens coletadas logo após o uso de fertilizantes.
Envie a laboratórios confiáveis
Para o envio das amostras, embale-as em sacos plásticos para evitar contato externo, e, para garantir a confiabilidade do laboratório, veja se o órgão tem certificações fornecidas por instituições públicas e privadas.
Uma delas é o Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade; as certificações podem indicar se um laboratório é confiável ou não!
Foque a periodicidade das análises
É indicado que a frequência da análise do solo seja anual; caso haja a necessidade, as correções podem ser feitas na próxima safra.
E não se esqueça de guardar as análises para poder compará-las e observar se a correção está surtindo efeito.
A amostragem pode ser feita em intervalos de um a quatro anos, podendo variar em razão do manejo aplicado!
Análise de solo – Solos férteis e saudáveis são possíveis!
Esperamos que esse conteúdo tenha te ajudado a perceber que, com a análise de solo, é possível identificar melhorias que vão contribuir para que seu solo seja mais fértil e saudável.
E o investimento nessa prática pode ser altamente rentável para você que quer ter safras cada vez mais produtivas.
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