maos pegando uma figura criada escrito CO2 e outros termos sustentaveis representando CBIO

CBIO: saiba tudo sobre o crédito de descarbonização

Você já fez uso do CBIO? Não sabe nem o que é?
Não é de hoje que pautas como sustentabilidade e preservação dos recursos naturais têm tido cada vez mais espaço em fóruns e debates acerca do futuro da vida humana e também do agronegócio mundial.

Como sabemos, altas emissões de carbono na atmosfera geram impactos profundos, que alteram não só o clima, mas também a vida nos oceanos, entre outros problemas.

Diante disso, foram criadas diversas medidas para incentivo de práticas que batam de frente com o problema, com a intenção de mitigar ou mesmo extinguir a ação desse gás nocivo na atmosfera.

Surgem aí os mercados de compensação de carbono, com o estabelecimento de metas de descarbonização no planeta, além de incentivar também o aumento da produção de biocombustíveis na matriz energética dos países ao redor do mundo.

Relacionado: Produtor, você já ouviu falar de Bioenergia?

No Brasil, esta prática é conhecida como CBIO (Crédito de descarbonização de Biocombustíveis). Trata-se de um ativo (commodity ambiental) emitido por empresas licenciadas no país e representa uma tonelada de CO2 que deixa de ser emitida na atmosfera.

Aqui no país, tudo é feito dentro das regras estabelecidas pelo programa RenovaBio, administrado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). 

Nos Estados Unidos, o crédito referente é o Low Carbon Fuel Standard (LCFS). Já na União Europeia conta com o Renewable Energy Directive (Red). 

Assim como o CBIO, todos são resultado da crescente conscientização dos impactos da ação humana no equilíbrio do clima e da natureza. 

Quer saber mais sobre essa prática e como você pode contribuir com ela?

Nós, da TerraMagna, preparamos este artigo completo para você!

Fique conosco!

Condições de crédito rural que cabem no seu bolso? Distribuidor de insumos, não deixe de conferir as opções que a TerraMagna oferece para você!

CBIO: como tudo funciona na prática

Antes de falarmos do CBIO diretamente, você precisa compreender como funciona a política do RenovaBio.

Renovabio: instrumento para a sustentabilidade

No ano de 2015, em Paris, foi realizada a COP-21, ou 21ª Conferência do Clima. Entre outras pautas e objetivos discutidos no evento, a principal ideia desse encontro é justamente renovar o acordo entre os países para reduzir a emissão de gases do efeito estufa (o CO2).

O acordo substituiu o antigo Protocolo de Kyoto, entrando em vigor no ano de 2020. Foram 196 países que participaram do evento, inclusive o Brasil.

Saiba mais: Você sabe por que a soja é considerada uma Commodity?

Assim, para que o país cumprisse tudo o que foi acordado durante o evento, instituiu-se a Política de Biocombustíveis na Política Energética Nacional, a RenovaBio, pela Lei n.º 13.576 de 2017. Em suma, são três pontos principais:

  • Certificação de produção de biocombustíveis;
  • Metas de descarbonização;
  • Crédito de descarbonização (CBIO).

A RenovaBio foi formulada no país com o objetivo de valorizar os efeitos sociais, econômicos e ambientais dos biocombustíveis, quando comparados aos combustíveis fósseis. 

Em outras palavras, a finalidade é justamente aumentar a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira, através dos CBIOs.

Para o país, a meta é aumentar a participação de bioenergia na matriz energética para aproximadamente 18% até 2030.

Além disso, a expectativa do governo é que as empresas participantes do programa emitam cerca de 590 milhões de CBIOs até o ano de 2030, representando um ganho de 2,6 bilhões anuais para todo o setor.

Além dessa lei, existe também a portaria 419/2019, que tem como função regulamentar todo o serviço de escrituração do CBIO. Ela abrange:

  • O registro de todos os dados relacionados aos CBIOs;
  • A criação do crédito;
  • Manutenção das contas individuais (engloba controle de dados e titularidade de créditos);
  • A aposentadoria dos créditos de descarbonização.

Para você entender melhor todo o processo, vamos a um exemplo prático.

Exemplo prático para melhor entendimento

Atualmente, grande parte dos carros são abastecidos com gasolina. Contudo, existe também a opção de abastecer com etanol (formado a partir da fermentação de açúcares presentes na cana-de-açúcar). 

O etanol é produzido através de recursos naturais; dessa forma, ele emite menos CO2 que a gasolina (formada a partir de combustíveis fósseis). Portanto, quando abasteço meu carro com etanol, eu estou contribuindo diretamente para o processo de descarbonização.

Assim, todo o CO2 que não é emitido na atmosfera tem um valor, que é organizado pela B3 (a bolsa de valores brasileira).

Relacionado: Produtor, conheça mais sobre a FIAGRO

CBIO B3: como funciona essa interação?

Todas as empresas que produzem biocombustíveis no país (etanol, biodiesel, etc.) passam por um processo de certificação, conhecida como Nota de Eficiência Energética Ambiental.

A partir daí, terão o direito de emitir um título, o CBIO.

A B3 é responsável por criar o ambiente para negociação desses títulos, que acontecem dentro do ambiente da bolsa de valores. Basicamente, ela coloca toda a estratégia da RenovaBio em prática!

Os créditos de descarbonização não possuem data de vencimento; eles duram até que o detentor solicite a sua aposentadoria.

Saiba mais: Conheça a CBIO serpro

Quem são os agentes de compra dos CBIOs?

Atualmente, pela lei, o agente obrigado a fazer a compra dos CBIOs são as distribuidoras de combustíveis. A compra deve ser feita na proporção de combustível que foi comercializado no ano anterior.

Para outros compradores que também têm interesse, é importante sempre avaliar se esses títulos se encaixam no perfil e nos objetivos. Até hoje, os CBIOs nunca tiveram grande valorização; porém, para pequenos investidores, ele ainda é bastante especulativo.

Como eu posso realizar a compra de CBIOs?

A B3 disponibiliza, como dito anteriormente, todo o ambiente para que possam ser feitas negociações a respeito desses ativos. É possível consultar, por exemplo:

  • Volumes que foram depositados em algum período escolhido;
  • O estoque diário acumulado;
  • As negociações finalizadas em um período escolhido;
  • A aposentadoria por volume, também por um período anteriormente escolhido.

Certo, mas como eu realizo a compra?

Vale lembrar que as negociações a respeito dos CBIOs já estão sendo realizadas desde maio de 2020, e qualquer pessoa pode investir.

Todos os interessados devem contatar uma instituição financeira do seu conhecimento. É preciso seu intermédio para efetivação das negociações. Lembrando que a B3 não tem permissão para fazer a indicação dessas instituições.

Saiba mais: CBIO Santander

Quais as vantagens e desvantagens do CBIOs?

Em relação às vantagens, o assunto é praticamente óbvio: o crédito de descarbonização contribui para redução de emissão de carbono na atmosfera, com impactos positivos para as presentes e futuras gerações do planeta.

Saiba mais: Contabilidade no agronegócio: saiba tudo sobre

Além disso, existe também uma perspectiva de valorização desses títulos, já que o mercado está em ascensão e possui alta tendência.

Por fim, como não possuem prazos de validade, esses títulos de crédito só serão retirados quando aposentados pela distribuidora, o que facilita sua comercialização.

Entre as desvantagens, a de maior destaque é justamente o fato de o CBIO ser algo recente; ou seja, seu investimento pode ser considerado um risco.

CBIO preço e panorama atual

Como vimos, o CBIO teve seu primeiro ano de negociação em 2020 e atingiu a meta de 14,9 milhões de toneladas de CO2. Desde sua implantação, os CBIOs foram vendidos entre R$ 15 e R$ 209,50.

Até o momento, o número de títulos disponibilizados ao mercado é de 28,89 milhões.

Estes valores do CBIO hoje são suficientes para o cumprimento de 80,3% da meta oficial da RenovaBio para 2022.

Os preços apresentaram baixa na primeira quinzena de agosto de 2022. Os créditos foram negociados entre os valores de R$ 88,60 e R$ 179,00. Mesmo com esses valores, o preço está acima da média histórica.

Atualmente, são 312 unidades produtoras de biocombustíveis no país. Destas, 267 utilizam apenas a cana-de-açúcar, cinco processam cana e milho, quatro apenas milho e
32 biodiesel. 

Desde a implantação do RenovaBio no país, mais de 67,92 milhões de CBIOs já foram emitidos.

Para o sucesso do RenovaBio, é preciso que fatores como o uso eficiente de insumos, melhorias constantes do ambiente de produção e o sucesso das cadeias produtivas estejam em equilíbrio.

Além disso, órgãos como o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) têm fundamental importância na implementação e sustentação do programa.

O primeiro, no tocante à promoção de políticas públicas para o setor, e o segundo, como braço direito do ponto de vista de pesquisa tecnológica. Basicamente, é preciso a união de aspectos econômicos e ambientais, em prol do desenvolvimento econômico do país.

É uma política que beneficia todos os lados da cadeia produtiva.

Relacionado: Tudo o que você precisa saber sobre direitos creditórios

Saiba mais sobre a TerraMagna

A TerraMagna trabalha com tecnologias exclusivas para a concessão de crédito para distribuidores e também produtores.

Trazemos, em nosso blog, conteúdos que ajudam o homem do campo a entender melhor a complexidade do agronegócio.

Por meio de uma plataforma própria, nossos especialistas avaliam a lavoura do produtor, desde o plantio até a colheita, permitindo, assim, conhecer todas as suas necessidades.

E aí, quer saber mais sobre o assunto e consultar todas as condições oferecidas pela TerraMagna? 

Fale com nossos especialistas!