De acordo com dados da Conab, a exportação de soja alcançou US$ 6,03 bilhões em julho de 2022 (21%).
A alta no preço dos produtos do setor (aproximadamente 33,5%) foi responsável por essa alta das exportações, já que o volume exportado caiu 9,4%.
Essa queda ocorreu nas exportações de grãos de soja, que passaram de 8,67 milhões de toneladas em julho de 2021 para 7,52 milhões de toneladas em julho de 2022 (–13,3%).
Com produção de 14,11 milhões de toneladas inferior à safra de 2020/2021
(–10,2%), a safra 2021/2022 disponibilizou menos grãos para exportação neste ano.
De qualquer forma, as exportações de soja em grãos bateu o valor recorde para os meses de julho, US$ 4,71 bilhões (18,2%), por causa dos preços elevados (36,3%), o que também pode ser considerado consequência de uma disponibilidade menor para o mercado internacional.
E é sobre este assunto que falaremos neste artigo: os principais recortes sobre a exportação de soja. Boa leitura!
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ToggleExportação de soja: quando tudo começou
Historicamente, a exportação de soja começou a ser inserida comercialmente no Brasil na década de 60, no Rio Grande do Sul.
Nos últimos 50 anos, passou a fazer parte de diversas regiões do país.
As regiões que merecem destaque são os cerrados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste, que seguem os caminhos da migração rural de empreendedores e pequenos produtores.
Entre os principais motivos que podem ter colaborado com esse movimento estão:
- Alta na cotação da soja no mercado internacional, a partir dos anos 70. Isso fez com que esse grão se tornasse bastante competitivo no exterior.
- Facilidade para mecanizar essa cultura. Cada vez mais a tecnologia tem invadido os campos para otimizar a produção.
- Estabelecimento de uma rede de pesquisa de soja articulada, inclusive no Centro-Oeste.
- O começo da substituição de gorduras animais por óleos vegetais.
- Demanda por soja na produção de ração para aves e suínos.
- Política agrícola de incentivo à produção, principalmente a concessão de crédito agrícola.
- Rede privada eficiente no suprimento de insumos: sementes, corretivos, inoculantes, fertilizantes e agrotóxicos.
- Agricultores empreendedores com mais capacidade gerencial.
Por que o Brasil se destaca na exportação de soja?
A soja pode ser considerada uma das culturas mais importantes para nós. Há 4 anos, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de produção.
Somos donos da maior extensão territorial destinada ao plantio e à plantação de soja.
Durante uma boa safra, são produzidas em média 140 milhões de toneladas de grãos de soja, em uma área de aproximadamente 41 milhões de hectares para a safra 2021/22.
O sucesso pode ter relação com uma questão cultural, já que os produtores brasileiros são bons conhecedores das condições climáticas e agronômicas, por exemplo, o comportamento do solo e da planta.
Além disso, a rentabilidade do sojicultor também tem melhorado bastante, atraindo novos investimentos para o setor.
Para que se tenha ideia, o Novo Fiagro de R$ 150 milhões aposta na soja da Boa Safra (SOJA3).
Os recursos naturais do país também contribuem para uma boa produção de soja.
Tudo isso sem contar a construção de perfis de solo adequados para a cultura, o que demandou a aquisição de biotecnologia, a fim de estudar o grão minuciosamente.
Os fatores acima alavancaram o Brasil em questão de áreas plantadas e produção.
O que é exportação de soja?
Basicamente, exportação é quando, no caso, grãos são transportados do seu país de origem para outro – do Brasil para a China, por exemplo.
Hoje, o volume de produção atende às demandas nacionais e internacionais, já que o item é muito usado para consumo humano e animal (ração e farelo) e nas indústrias, para a produção de biodiesel.
De modo geral, a soja tem conquistado espaço na mesa dos brasileiros. Podemos encontrar leite de soja e outros alimentos derivados.
O consumo interno (processamento), de acordo com a Abiove, em 2020, foi de 46,845 milhões de toneladas.
Além de tudo isso, a oleaginosa também é importante para outros países. A China, por exemplo, chegou a comprar 35,2 milhões de toneladas de soja do Brasil em 2022.
Os estados mais demandados foram Mato Grosso, Goiás e São Paulo.
A título de curiosidade
Segundo matéria publicada no ano passado pela Forbes, em razão da alta demanda interna e exportação à China, o governo suspendeu as tarifas de importação para encorajar as importações e suprimir a inflação alimentar doméstica altíssima.
Antes de a medida ser aprovada, em 2021, os únicos países dos quais o Brasil podia importar soja sem penalidade tarifária eram os outros membros do acordo comercial regional do Mercosul.
Como funciona a exportação de soja?
O transporte da soja pode ser feito por meio de três principais tipos de modais: ferroviário, rodoviário e hidroviário.
Mas, claro, a história começa no campo, onde a soja é plantada, cultivada, colhida e processada para, então, transformar-se em farelo, óleo e grãos propriamente ditos.
O transporte é feito por caminhões com destino aos portos. Podem ser usadas também rotas hidroviárias e rios brasileiros como vias de acesso para os mercados internacionais referentes à produção da soja vinda principalmente do Centro-Oeste.
Em Porto Velho, o Rio Madeira é uma dessas principais rotas de acesso, afinal, o custo para seguir por ele é mais baixo, se comparado ao escoamento do produto feito pelo Porto de Santos ou Paranaguá.
Exportações de soja no mundo
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê que serão colhidas 395,37 milhões de toneladas de soja no mundo durante a safra 2022/2023.
O total simboliza um importante avanço de 680 mil toneladas em comparação ao que foi projetado no mês anterior. Isso pode ser justificado pelo aumento significativo do plantio na Ucrânia e na Austrália.
Para a safra deste ano, o órgão sinaliza colheita de 352 milhões de toneladas do grão.
O resultado está relacionado à expectativa de crescimento de 1,4 milhão de toneladas na produção da Argentina e 1 milhão de toneladas no Brasil.
A China, como mencionamos no tópico anterior, deverá continuar ocupando a liderança, absorvendo 108,7 milhões de toneladas ainda este ano, e outras 115,6 milhões de toneladas em 2022/2023.
Desse total, é importante dizer que 92 milhões de toneladas foram importadas na temporada recém-encerrada, e 99 milhões serão compradas na próxima safra.
Exportações de soja no Brasil
O Brasil produziu 126 milhões de toneladas de soja em 2021/2022, de acordo com o USDA.
Para o próximo ano, é esperado que a produção cresça 18% e alcance
149 milhões de toneladas do grão. Em cada uma das duas temporadas, cerca de 52 milhões de toneladas serão reservadas apenas para o consumo interno.
Grande parte do volume será reservado para embarques, o que garante ao Brasil o título de maior exportador mundial de soja; depois, vêm os Estados Unidos (EUA).
Na safra anterior, 82,2 milhões de toneladas saíram dos portos brasileiros para o exterior entre julho de 2021 e junho de 2022. Para o próximo ano, são esperados 88,5 milhões de toneladas.
Entramos na safra anterior com 29,4 milhões de toneladas de soja em estoque e finalizamos a temporada com 21,9 milhões de toneladas.
Ao final da safra 2022/2023, os estoques devem ser recompostos e superar as 31,5 milhões de toneladas.
Balanço mundial do grão de soja
Os estoques mundiais de soja retrocederam ao longo de 2021/2022 e, segundo o USDA, poderão ser recompostos na safra 2022/2023.
Isso pode ter acontecido devido à diferença entre o crescimento de mais de 10% da produção e o aumento de aproximadamente 3% do consumo.
Ao final da safra de 2022/2023, os estoques globais da commodity poderão ser superiores a 100,4 milhões de toneladas.
Além do Brasil, os Estados Unidos e a Argentina deverão contribuir com essa recomposição.
Na estimativa realizada em junho deste ano, o preço estimado da soja pode chegar a US$ 14,7 por bushel ao final da safra, representando um aumento de US$ 0,30 em comparação à previsão do mês anterior.
Quais oportunidades surgem com a exportação de soja
As exportações da soja permitiram que o mercado brasileiro competisse de igual para igual no mercado internacional.
Isso faz com que os agricultores locais invistam ainda mais em tecnologia, mão de obra e insumos de qualidade para manter a produção a pleno vapor, bem como para disputarem no mercado com os melhores e mais desenvolvidos do mundo.
Tal disputa faz com que o mercado esteja sempre aquecido, gerando empregos diretos e indiretos. Só nos primeiros dois meses do ano, por exemplo, foram gerados mais de 40 mil empregos.
Além disso, esse movimento pode continuar colaborando com o PIB Nacional. Com o segmento em constante evolução, o mercado agrícola brasileiro estará sempre em evidência, movimentando a economia e trazendo desenvolvimento para a classe rural.
A exportação de soja pode, sim, trazer inúmeros benefícios para o país, desde que haja medidas sérias de regulamentação para não causar desequilíbrios e desfavorecimento interno.
Como maiores produtores, o Brasil ganha visibilidade e consegue competir com o mercado internacional sem sair em desvantagem.
Para isso, novos programas de incentivo aos agricultores e investimentos começaram a ganhar força.
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