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tecnico no laboratorio de genetica de plantas realizando a transgenese

Transgênese: muito além de DNA modificado

Você sabe o que é transgênese? O tema ainda está em alta, principalmente, com a preocupação em acelerar o fornecimento de alimentos para atender à população. 

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a população deverá atingir a soma de quase 10 bilhões de pessoas em 2050. 

Portanto, a produção de alimentos terá de aumentar aproximadamente 70%. Além disso, anualmente, 40% da safra dos alimentos do mundo é perdida por causa de ataques de insetos ou fungos.

Por esse motivo, o Brasil chega a gastar cerca de R$ 2 bilhões com pesticidas. Diante dos dados, não é difícil entender por que os alimentos transgênicos estão conquistando o mercado, não só o brasileiro, claro. 

É sobre esse assunto que trataremos neste artigo; continue acompanhando até o fim. Boa leitura! 

Transgênese: o que é?

Transgênese, transgénese ou transgenia nada mais é do que o processo de alteração do material genético de uma espécie pela introdução de uma ou diversas sequências de genes de outra espécie. 

Para isso, são aplicadas técnicas de engenharia genética. Portanto, o genoma dos transgênicos pode apresentar fragmentos do genoma de bactérias, vírus ou até mesmo outros organismos em seu DNA. 

Os genes introduzidos não pertencem ao genoma original da espécie modificada e, consequentemente, apresentarão novas características. Entre elas, resistência aos herbicidas ou produção de toxinas contra pragas ou doenças. 

Logo, essa espécie poderá produzir substâncias importantes para nós também, ou seja, maior qualidade nutritiva ou até mesmo produzindo substâncias medicinais. 

Desde a década de 70, a transgenia já apresentou diversos resultados significativos, quando surgiu a nova técnica do DNA recombinante. 

Além disso, a manipulação genética agrupa características de um ou mais organismos de forma que na natureza não seria possível. Por isso, podem ser combinados DNAs de organismos que não se cruzariam sozinhos. 

Transgênese: benefícios para a agricultura

 
Segundo o relatório divulgado pelo Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações de Agrobiotecnologia (ISAAA), entre os benefícios mais relevantes dos alimentos produzidos a partir dessa técnica, estão:

  • aumento da produtividade;
  • menor uso de defensivos agrícolas nas lavouras;
  • proteção ao meio ambiente;
  • conservação da biodiversidade;
  • redução na emissão de CO2;
  • plantio direto de grãos;
  • diminuição de perdas agrícolas;
  • geração de renda para os agricultores e suas famílias. 

De 1996 a 2018, para que se tenha uma ideia, quando falamos em produtividade, houve um aumento de 822 milhões de toneladas de transgênicos

Ainda durante esse período, as GM conseguiram reduzir em 8,6% o uso de defensivos químicos; isso quer dizer que 776 mil toneladas de ingredientes ativos não foram utilizadas. 

Além disso, só em 2018, 23 milhões de toneladas CO2 deixaram de ser emitidas ao meio ambiente, graças ao uso de transgênicos. 

Até mesmo na economia os reflexos positivos podem ser sentidos. Os ganhos econômicos globais proporcionados pelas culturas GM bateram 224,9 bilhões de dólares, beneficiando mais de 17 milhões de agricultores. 

Desses, 95% vêm de países em desenvolvimento. No Brasil, os ganhos foram de 26,6 bilhões de dólares.  

Tudo isso sem contar, claro, grande economia de água e combustível, maior eficiência na produção de alimentos. Até mesmo o consumidor final pode ter acesso a uma alimentação mais em conta. 

Ainda com relação ao meio ambiente, dados mais atuais mostram que os ganhos com produtividade poupou 231 milhões de hectares de terra para cultivo

Em tempos nos quais há urgência para políticas mais sustentáveis, os transgênicos valem o debate. 

História dos alimentos transgênicos do Brasil

Nos anos 90, produtores gaúchos importaram soja geneticamente modificada da Argentina, e foi assim que a história dos transgênicos começou no Brasil. 

Porém, para que começassem a ser comercializados, foi necessária a criação de uma Medida Provisória de 1995, validada anos depois. 

Foi só depois de 10 anos, em 2005, que os alimentos que passaram pela transgênese começaram de fato a ser autorizados, após aprovação da lei nº 11.105/05, chamada de Lei da Biossegurança

Nesse documento, constam todas as regras que as empresas de biotecnologia deveriam seguir, e foi criado um processo de aprovação para os produtos do gênero. 

Basicamente, deveriam passar por análise da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio), que avalia se são ou não adequados para consumo. 

A partir desse órgão, a chegada de novos transgênicos foi permitida e estimulada. 

Desde os anos 2000, a produção de soja transgênica, pioneira do ramo, cresceu exponencialmente no Brasil. 

Hoje em dia, quase toda a produção desse grão é geneticamente modificada, afinal, apresenta maior resistência a pragas, herbicidas e seca. 

Ainda por falar em soja, o Instituto Soja Livre, que fomenta a produção de soja não transgênica no Brasil, estima que a área com a oleaginosa convencional em 2022/23 deve ocupar 3% do total.

Os produtores, portanto, deverão ser influenciados pelos prêmios atrativos e pela alta demanda por soja convencional no mercado europeu. 

4 principais alimentos que passam pelo processo de transgênese

Os alimentos transgênicos, fruto de avançadas técnicas de transgênese (engenharia genética), estão presentes na rotina de quase toda a população. 

Assim, sua produção é intensificada ao longo dos anos. Aqui listamos os 4 principais! Confira.  

Milho

O milho está entre os alimentos mais tradicionais da história. Começou a ser usado desde os povos mais antigos, mas, mesmo com o passar dos anos, não perdeu sua importância. 

Por esse motivo, hoje em dia, existe grande variedade de cultivares transgênicos. No Brasil, existem 18 espécies que são usadas diariamente. Algumas suportam solos pobres, outras pragas e há aquelas que incorporam menos defensivos químicos. 

De qualquer forma, todas têm o seu DNA adaptado ao das plantas para maximizar a lavoura. 

Em julho deste ano, a CTNBio aprovou o uso comercial do evento EH913, que utiliza um gene resistente da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt). 

Ele funciona como pesticida contra os insetos que atacam a cultura, entre eles  lagarta-do-cartucho, broca-da-cana e populações resistentes aos bioinseticidas à base de Bt. 

Arroz

O arroz é considerado fonte energética fundamental para garantir a sobrevivência de culturas milenares, como a chinesa e a japonesa, e, hoje, também passa pelo processo de transgênese. 

Por enquanto, o golden rice, testado na China, ainda está em fase de estudos. A proposta é que essa variante possa ser resistente a insetos e mais nutritiva do que outros cultivares, sobretudo em vitamina A e betacaroteno. 

Soja

O Brasil, como mencionamos anteriormente, é considerado o maior produtor e exportador de soja do mundo. 

Para este ano, o setor privado prevê uma safra de 140 milhões de toneladas, uma expectativa maior do que para o ciclo de 2020/21, que ficou em 137 milhões de toneladas. 

Atualmente, há cinco cultivares transgênicas resistentes a herbicidas e uma, inclusive, a insetos. Como sabemos, a maior parte da produção é voltada para a alimentação de animais. 

A China é um dos países que mais compram grãos do Brasil e, por isso, a demanda por mais sacas aumentou, principalmente em razão da recuperação do surto da peste suína que assolou o país. 

Por aqui, a soja também movimenta a pecuária nacional, que tem o maior número de bovinos e é a maior produtora de carne do mundo, considerando outras culturas. 

Queijo

A transgênese também faz com que fungos e bactérias consigam produzir quimosina. Tal feito permite produção em larga escala de forma rápida. 

Por isso, apesar de o queijo ainda não ser considerado um organismo geneticamente modificado, chega à prateleira por meio da manipulação genética de microrganismos. 

Alimentos transgênicos fazem mal: mito ou verdade

Desde quando os alimentos que surgiram a partir da transgênese começaram a surgir no mercado, houve um grande burburinho sobre sua segurança para a saúde humana e, também, ao meio ambiente. 

Afinal, como poderiam ser tão resistentes aos defensivos e receber os genes de outras espécies? Contudo, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) declara que os transgênicos são seguros. 

Além disso, a regulação sobre eles é extremamente rigorosa e levada a sério a fim de evitar riscos à saúde. Por sinal, o Brasil é um dos países que tem uma legislação atualizada e rigorosa para supervisionar. 

Todos os produtos que contêm 1% de ingredientes transgênicos precisam ter uma indicação na embalagem, no caso, um triângulo amarelo com a letra T na cor preta. 

Por isso, não há motivos para oposições ou grandes preocupações. 

Alimentos transgênicos e defensivos agrícolas

Um dos argumentos mais utilizados por quem é contra o consumo e a produção de transgênicos é de que eles promovem aumento do uso de defensivos agrícolas nas lavouras, tendo em vista que as plantas transgênicas apresentam resistência maior.  

Mas o argumento se torna inválido; o milho transgênico, por exemplo, carrega um gene altamente resistente ao ataque de lagartas. 

Logo, o produtor não terá de se preocupar em aplicar um inseticida por conta disso. Mas, claro, pode ser necessário o uso de um herbicida para combater uma erva daninha

Mas não é só isso! Até em questões financeiras os transgênicos ainda são mais vantajosos para o agricultor, afinal, reduzem as chances de desperdiçar os defensivos, que representa um gasto extra.  

O ideal é que o produtor siga à risca as informações de boas práticas na plantação, independentemente se o alimento é transgênico ou não. 

Como você pode ter notado, a transgênese veio para transformar a forma como consumimos e produzimos os nossos alimentos; os benefícios estão além de culturas mais resistentes, já que envolvem economia e alimentação segura. 

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