Murcha-de-fusarium é uma doença que acomete as plantas. É causada por um fungo que ataca os vasos condutores de água, interrompendo o fluxo de líquido e nutrientes, fazendo com que a planta murche e morra. Ocorre principalmente em tomateiros, causando perdas de até 80% na produtividade.
Com nome científico Fusarium oxysporum f. sp. phaseoli., esse fungo habita o solo e pode sobreviver por anos.
Os fungos dos gêneros Fusarium podem infestar diversas culturas. Atualmente, existem mais de 200 espécies desse fungo, sendo a Fusarium oxysporum f. sp. Phaseoli, ou murcha-de-fusarium, uma das mais comuns.
Suas principais vítimas são plantios de tomate, feijão, alface, batata, cenoura, pimentão e morango, e os principais sintomas são o amarelamento e o murchamento das plantas.
Para evitar a propagação da murcha-de-fusarium, é preciso praticar a rotação de culturas e evitar o cultivo de plantas nos solos infectados.
Mais informações sobre a murcha-de-fusarium – sintomas em cada uma das culturas, formas de controle e vantagens de um controle eficiente – poderão ser lidas ao longo deste artigo.
Boa leitura!
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Sintomas da murcha-de-fusarium
Os produtores devem estar cientes de como identificar a murcha-de-fusarium. Para isso, saiba que os principais sintomas desse fungo são:
- Murcha: a planta infectada com a murcha-de-fusarium começar a murchar de forma gradual, inicialmente as folhas mais baixa e posteriormente as folhas superiores.
- Clorose: devido à falta de clorofila, as folhas adquirem uma cor amarelada, evidenciando a ausência de circulação de água e nutrientes na planta.
- Escurecimento do sistema vascular: a parte interna da planta fica escurecida.
- Crescimento anormal: as plantas apresentam tamanho reduzido;
- Secagem de ramos: a murcha-de-fusarium faz com que os ramos da planta sequem e morram. As extremidades são afetadas primeiro e em seguida as outras partes das plantas.
- Manchas na raiz: as plantas contaminadas pela murcha-de-fusarium apresentam manchas escuras na raiz, indicando as lesões provocadas pelo fungo.
- Lesões na base da planta: lesões escuras na base das plantas podem ocasionar a quebra do vegetal.
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Murcha-de-fusarium na alface
A murcha-de-fusarium é um grande ameaça para a produção de alface em território brasileiro. Em um artigo científico, pesquisadores afirmam que o fungo pode ocasionar a perda de mais de 70% da produtividade.
A alface tem tipos variados – americana, crespa, lisa, romana, roxa e vermelha, frisée e mimosa –, e quase todas elas estão sujeitas ao fungo murcha-de-fusarium.
Os sintomas da murcha-de-fusarium na alface são: amarelamento das folhas, manchas marrons ou pretas nos caules, murcha das folhas e morte das plantas.
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) disponibiliza um folheto a respeito da identificação da murcha-de-fusarium na alface, que pode ser utilizado pelos produtores rurais para reduzir os danos em sua produção.
Murcha-de-fusarium no feijão
O feijão é a leguminosa mais consumida em nosso país. De acordo com dados do governo federal, a produção da safra de feijão de 2022/23 deve chegar a 2,96 milhões de toneladas.
O fungo pode se apresentar em todas as etapas do cultivo. O amarelamento das folhas e a redução do crescimento das plantas tornam as plantas raquíticas e sem vida.
Dessa forma, o fungo acaba causando prejuízos graves, com perdas que podem superar os 50% do cultivo. A murcha-de-fusarium no feijão é mais frequente nas espécies feijão-caupi e feijão-comum.
Inicialmente, a murcha-de-fusarium no feijão apresentava-se apenas na região Nordeste, mas atualmente encontra-se em todo o território nacional.
A Embrapa disponibiliza material a respeito das linhagens de feijoeiro resistentes à murcha-de-fusarium. Vale a leitura!
Murcha-de-fusarium no tomate
No tomateiro, a murcha-de-fusarium pode impossibilitar todo o cultivo, acarretando até 80% de perda da produtividade.
Em um artigo publicado em 2014, pesquisadores afirmaram que, no Brasil, existem três raças de murcha-de-fusarium em tomateiros. As raças 1 e 2 são predominantes nas produções de tomates de mesa e para processamento. Já a raça 3 é mais reduzida.
Os sintomas da murcha-de-fusarium no tomateiro, assim como em outras culturas, são o murchamento e o amarelamento das folhas. Esses sintomas, na maioria das vezes, surgem apenas em um dos lados da planta, ramo ou folha.
Esse padrão sintomático distingue a murcha-de-fusarium no tomateiro de outros fungos.
Murcha-de-fusarium na melancia
A melancia também pode ser afetada pela murcha-de-fusarium. O fungo pode afetar a quantidade e a qualidade dos frutos produzidos.
Na cultura da melancia, o fungo pode atacar em qualquer fase do desenvolvimento e se hospedar em todas as partes da planta. Ele adentra o sistema vascular, ocasionando o bloqueio da passagem da seiva.
A morte da planta pode ser total ou apenas a parte superior dela. Além disso, a murcha-de-fusarium pode alcançar os frutos e contaminar as sementes das melancias.
Murcha-de-fusarium no café
O Brasil é o maior produtor de café. De acordo com dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), estima-se que, em 2023, a produção chegue a 54,94 milhões de sacas.
A existência de doenças e pragas nas lavouras de café é um desafio para os produtores. E a murcha-de-fusarium é um desses desafios, por gerar grandes danos ao café.
Dentre os sintomas, destacam-se: amarelamento e murchamento das folhas, desfolha, redução do vigor e escurecimento dos tecidos vasculares. Todos esses sintomas podem levar à morte da planta.
Murcha-de-fusarium no algodão
A murcha-de-fusarium pode trazer graves danos aos algodoeiros. As plantas afetadas apresentam como sintomas redução da turgescência, amarelamento das folhas e quedas destas.
Em alguns casos, pode até mesmo ocorrer a morte prematura do algodoeiro.
Algodoeiros infectados pela murcha-de-fusarium possuem tamanho menor e, consequentemente, capulhos reduzidos. Com isso, ocorre a queda da produtividade.
Murcha-de-fusarium na mamona
Assim como no algodão, a murcha-de-fusarium também causa danos à mamona. Seus sintomas são os mesmos: redução da turgescência, amarelamento das folhas e sua posterior queda.
A mamoneira afetada pela murcha-de-fusarium apresenta escurecimento nos vasos condutores e também micélio esbranquiçado na parte interna dos entrenós.
Caso o produtor encontre indícios de murcha-de-fusarium em sua produção agrícola, as medidas de controle devem ser executadas, como as que apresentaremos a seguir.
Como controlar a murcha-de-fusarium?
As ações para o controle da murcha-de-fusarium devem ser preventivas. Existem várias práticas para controlar a murcha-de-fusarium, como:
- Rotação de culturas: variar o cultivo de espécies no local a cada dois anos pode impedir que o fungo perpetue seu ciclo de vida.
- Controle das ervas daninhas: plantas daninhas podem ser hospedeiras de fungos como a murcha-de-fusarium. Remova-as regularmente.
- Irrigação adequada: as plantas devem ser regadas adequadamente. Mas evite os excessos de água, pois isso pode contribuir para a proliferação do fungo.
- Fertilização equilibrada: o uso de fertilizantes em excesso pode prejudicar a planta, fazendo com que ela fique vulnerável às doenças. Siga as recomendações do fabricante acerca do uso e da dosagem correta.
- Controle genético: os produtores devem usar apenas sementes e mudas saudáveis.
Além dessas dicas, fica um alerta. É comum que os produtores usem fungicidas para controlar e eliminar fungos. Muitos produtores procuram descobrir o fungicida ideal para a murcha-de-fusarium.
No entanto, no caso da murcha-de-fusarium, isso pode não ter efeito, já que ela habita o solo.
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Por que é importante controlar a murcha-de-fusarium?
Por ser um fungo, a murcha-de-fusarium causa danos graves, irreparáveis e irreversíveis. Por isso, os produtores devem ficar atentos à sua propriedade.
Dentre os danos que a murcha-de-fusarium pode causar em uma lavoura, destacamos os seguintes.
Redução da produtividade
Uma cultura agrícola infectada com murcha-de-fusarium tem sua produção reduzida, gerando prejuízos econômicos para os produtores.
Estima-se que a perda de produtividade, em casos extremos, pode chegar a 80%, sendo um enorme baque nas finanças.
Produtos com qualidade inferior
Lavoura com murcha-de-fusarium produz alimentos com qualidade inferior, pois, com plantas doentes, elas passam a ter seu tamanho reduzido, acarretando a desvalorização do produto no mercado.
Degradação do solo
Solos com doenças fúngicas têm sua capacidade de produção reduzida não apenas na safra em questão, mas também nas próximas.
Perda de plantas
A murcha-de-fusarium pode ocasionar a morte das plantas, gerando prejuízos aos produtores.
Considerando esses e outros danos causados pela doença, vale dizer o controle da murcha-de-fusarium é essencial para garantir a produtividade e qualidade dos alimentos produzidos nas lavouras.
Outros fungos para você ficar atento
Os produtores precisam ficar atentos a todos os tipos de fungos que atacam o solo, como a murcha bacteriana.
Assim como a murcha-de-fusarium, a murcha bacteriana gera o murchamento das plantas e pode destruir as lavouras.
Além dos murchamentos das plantas, os sintomas da murcha bacteriana são: odor fétido e podridão mole nas hastes.
Para acabar com a murcha bacteriana, deve-se fazer rotação das culturas, higienizar os materiais utilizados para o manejo das plantas infestadas, solarização, entre outras medidas.
Aliás, esse tipo de mancha pode ser até mais difícil de ser controlada do que a murcha-de-fusarium.
Outro fungo que pode afetar as plantas e merece sua atenção é o Erwinia carotovora ssp, conhecido popularmente como podridão-mole.
Trata-se de uma doença bacteriana que causa danos mecânicos nos alimentos, ocasionando em seu apodrecimento, desde o processo de colheita até o armazenamento.
A podridão-mole pode afetar diversas culturas como tomate, melão, melancia, cenoura e batata.
Para método de tratamento da podridão-mole, o produtor deve recorrer aos fungicidas ou então aos antibióticos.
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Agora que você sabe os danos que a murcha-de-fusarium pode causar em uma produção agrícola e como combatê-la, é o momento de investir e até produzir insumos de qualidade, se você for distribuidor.
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