O NDVI, abreviação para a expressão inglesa Normalized Difference Vegetation Index, pode ser traduzido como Índice de Vegetação por Diferença Normalizada, ou IVDN.
Esse índice, mais conhecido por sua abreviação vinda da língua inglesa, ganhou destaque considerável nos últimos anos.
Tal relevância se justifica por ter se tornado um importante objeto de pesquisa e aplicações na agricultura mundial.
O NDVI é usado em conjunto com o sensoriamento remoto, processo tecnológico que permite a coleta e a representação de dados de determinada área rural.
Esse processo não precisa ser realizado presencialmente, ou seja, as informações podem ser obtidas de forma remota, o que garante mais comodidade e praticidade para o agricultor e outros supervisores.
Adiantamos, portanto, que o NDVI nada mais é do que um índice de análise da condição da vegetação coletado por meio do sensoriamento remoto.
Basicamente, tem sido bastante usado na agricultura de precisão para gerenciamento de plantações, permitindo diversas aplicações a fim de reduzir perdas e melhorar a produtividade.
Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre o assunto. Boa leitura!
O que é NDVI?
O NDVI, Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (IVDN) em português, não é uma tecnologia que surgiu agora no mercado. Passaram-se mais ou menos 40 anos desde a primeira vez que se ouviu falar sobre ele, lá em 1970.
Engana-se quem pensa que o NDVI é usado somente na agricultura. Há outros estudos ambientais que também podem se aproveitar dele.
É por meio dele que se torna possível realizar os mais diversos tipos de análises em escalas diferentes de uma região ou plantação.
Uma das aplicações mais comuns do NDVI é medir a intensidade da atividade de clorofila nas plantas. Aliás, futuramente poderá ser usado para comparações com períodos anteriores.
Como funciona o NDVI?
Basicamente, a energia captada e absorvida pelas plantas apresenta diversos espectros. O índice é um cálculo realizado em cima das bandas espectrais, captadas por sensores.
Na maior parte dos casos, são instalados em drones e satélites. Depois, são tratados a partir da fórmula a seguir.
Descobre-se o NDVI por meio da razão entre a diferença da reflectância do infravermelho (IVP) e do vermelho (V) pela soma das mesmas variáveis. A equação resultará em um índice que pode variar entre –1 e 1.
Esse valor representa a presença de vegetação. Portanto, quanto maior ele for, maior será a quantidade vegetativa do local.
Valores negativos ou próximos a zero podem indicar áreas de água ou solo nu. Logo, há pouca atividade clorofiliana e, consequentemente, pouca vegetação.
Mas atenção: não leve esse valor à risca; o ideal é que você considere a estação do ano, o tipo de planta e as peculiaridades regionais para saber exatamente o que significam seus valores.
O que é IV, ou índice de vegetação?
A reflectância espectral da vegetação, por meio de diferentes bandas medidas pelo sensor, serve basicamente como indicador da presença de plantas ou árvores e, ainda, pode indicar seu estado.
Desse modo, pode-se dizer que um índice de vegetação nada mais é do que uma combinação matemática de duas ou mais dessas bandas espectrais que aumenta o contraste entre a vegetação (com reflectância elevada) e o solo nu, estruturas artificiais, entre outros.
Além disso, também pode quantificar características exatas das plantas, por exemplo, biomassa, vigor ou densidade.
O NDVI não é o único índice usado nas lavouras. Existem outros que podem ser igualmente utilizados para uma análise minuciosa da vegetação. São eles: EVI, SAVI, ARVI, ARVI, GCL, SIPI.
Qual é o principal objetivo do NDVI nas lavouras?
A partir dos cálculos de NDVI, o agricultor poderá ter um controle muito maior sobre suas plantações e, claro, aumentar significativamente a produtividade no campo.
Entre os principais usos dessa tecnologia, podemos mencionar:
- Monitorar plantações e culturas;
- Identificar secas e ação de pragas;
- Obter localização exata de pragas;
- Estimativas de produtividade;
- Mapeamento agrícola e hídrico.
Por esses motivos, o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada é, sem dúvidas, um indicativo bastante importante para os levantamentos de sensoriamento remoto.
Isso vai garantir bons resultados, além de permitir uma combinação de diversas fontes de informação. Esses dados, quando usados em conjunto, representam a condição de uma cultura.
Como é calculado o NDVI?
De forma bem simplificada, o NDVI pode ser calculado da seguinte forma:
NDVI = (NIR – Vermelho) / (NIR + Vermelho), em que NIR é uma luz quase infravermelha e Vermelho é uma luz vermelha visível.
Sensoriamento remoto
No sensoriamento remoto, o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada representa um indicador simples de biomassa fotossinteticamente ativa, ou seja, um cálculo sobre como está a saúde da vegetação.
Uso nas colheitas
Como você já sabe, o NDVI pode indicar a saúde das culturas ou o vigor das colheitas.
Por isso, esse índice de vegetação revela a área verde e ainda apresenta correlação com a biomassa verde, que mostra o crescimento das plantações.
Além disso, sabe-se que, em razão de seus valores terem alta correlação com o rendimento das culturas, ele pode ser usado como instrumento para medir a produtividade das culturas e, o melhor, antever o rendimento futuro.
Fase das colheitas
Os valores NDVI obtidos com dados de satélite com alta resolução temporal como o MODIS podem, sim, demonstrar as fases fenológicas das culturas, ou seja, afloramento, maturidade, colheita.
Mas, claro, existem algumas limitações. Durante a primeira etapa de crescimento das culturas, quando a área foliar verde é pequena, os resultados de NDVI são bastante sensíveis aos efeitos do fundo de solo.
Além disso, nas demais etapas, o índice poderá saturar assim que as culturas chegarem ao fecho da copa, fornecendo resultados não confiáveis.
O valor do NDVI é diferente para cada cultura?
A resposta é sim. Isso porque cada tipo de cultura apresenta uma estrutura de copa diferente, fases de crescimento e ainda necessitam de condições climáticas específicas para se desenvolver corretamente.
São esses fatores que podem influenciar as propriedades de reflectância da cultura. Com isso, produzirão diferentes valores de NDVI, de acordo com o tipo de cultura.
Gestão de riscos para colheitas
O NDVI ainda pode ser usado para realizar uma gestão de riscos para colheitas. Não à toa, diversas companhias de seguros têm colhido bons frutos do uso da tecnologia de satélite e de imagens NDVI.
Entre as principais formas de aplicação estão:
- Quantificar rapidamente as perdas causadas por condições meteorológicas inadequadas, excesso de pulverização, seca, entre outros aspectos;
- Reduzir tempo e gastos com mão de obra;
- Conhecer o campo a partir de imagens históricas datadas de 30-40 anos atrás;
- Acompanhar as mudanças no campos a partir de qualquer escala (de um distrito para uma região/estado ou um país inteiro), com atualizações em tempo real;
- Preparar-se para pagamentos de indenizações com prazo mais longo;
- Identificar campos que não são elegíveis para pagamento (queimadas ilegais).
NDVI gratuito para a sua fazenda
É importante deixar claro que as soluções pagas NDVI oferecem maior resolução e precisão.
Afinal, as opções de imagens que podem ser integradas à gestão da fazenda facilitam o uso prático dessa tecnologia.
Agora, para você que busca esse recurso gratuito e simplificado para testar em sua fazenda, recomendamos o SATVeg – Sistema de Análise Temporal da Vegetação desenvolvido pela Embrapa Informática Agropecuária.
Apenas a título de curiosidade, estima-se que, no período de 2015 a 2019, empresas privadas, consultorias e bancos, economizaram mais de R$ 3 milhões ao usarem o SATVeg para obter informações que permitiram substituir aproximadamente 10.800 visitas a campo.
Como você pode ter notado ao terminar de ler este artigo, o NDVI é muito mais do que um recurso para identificar a qualidade das culturas.
Pode ser usado para medir produtividade, reduzir custos com mão de obra, evitar desperdício de insumos agrícolas e evitar perdas por ação de pragas.
Mas, mais do que isso, ele ainda é só mais um dos fatores que comprovam como a tecnologia tem transformado positivamente a agricultura no mundo.
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