Toda plantação corre o risco de ser infestada por doenças agrícolas, insetos, pragas e plantas daninhas, a exemplo do capim-amargoso.
Sua presença afeta toda a produção agrícola, pois atrapalha o crescimento das culturas.
O capim-amargoso faz parte dessas plantas daninhas prejudiciais ao plantio. No Brasil, essas invasoras trazem grande preocupação aos produtores rurais.
Por isso, preparamos este artigo para você entender melhor sobre essa planta e evitar prejuízos à sua lavoura.
Para saber mais sobre o assunto, continue a leitura.
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O que é capim-amargoso?
O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma planta daninha presente em muitas plantações. Infecta lavouras, gramados, pastagens e terrenos por ter grande capacidade de dispersão.
É uma espécie de planta herbácea, ereta, com colmos estriados e rizomas. A altura varia de 50 cm a 100 cm, e sua coloração é amarela-esverdeada.
Os rizomas são estruturas parecidas com caules, e isso faz o capim-amargoso obter nutrientes do solo, competindo com as outras culturas e causando prejuízos.
Além disso, cresce em variados tipos de solo, altitude e clima. A explicação para tamanha infestação se dá pela rapidez da produção de sementes.
Fatores como o vento e maquinários agrícolas fazem com que o capim-amargoso se espalhe por grandes extensões de terra, devido à sua leveza.
Essa erva daninha é um problema para todos os produtores rurais do Brasil, pois está presente em praticamente toda a extensão do território.
Principais características
A alta agressividade é a principal característica dessa erva daninha. Afinal, ela consegue se desenvolver de forma rápida e silenciosa; portanto, possui grande capacidade de reprodução que pode chegar a até 100 mil sementes.
Também possui ciclo perene. Isso significa que o tempo de vida pode ser de até 2 anos.
Além disso, seu crescimento é acelerado, trazendo dificuldades em seu combate.
Outras particularidades do capim-amargoso são:
- germinação que ocorre durante todo o ano;
- as sementes germinam tanto no claro quanto no escuro;
- o pico da infestação ocorre nos meses mais quentes e chuvosos;
- é resistente ao herbicida glifosato.
Vale ressaltar que as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste são as mais afetadas no Brasil.
Principais culturas afetadas pelo capim-amargoso
O milho e a soja são as principais culturas que o capim-amargoso pode prejudicar.
Por ter alta capacidade de reprodução e obtenção de nutrientes do solo, a erva daninha absorve nutrientes, além de usar luz, água e espaço das outras plantas.
Segundo estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 44% da produção de soja é prejudicada pelo capim-amargoso.
Assim como o milho, essa planta também é uma gramínea, por isso a cultura é tão afetada.
Outras culturas, como algodão, arroz, abacaxi, alfafa, cana-de-açúcar, café, eucalipto, trigo, feijão e girassol, também são prejudicadas.
Quais são os danos causados pelo capim-amargoso?
Além de competir por água e nutrientes, o capim-amargoso é propício a ser hospedeiro de outras pragas, doenças e nematoides.
A presença desses problemas causa grandes prejuízos aos produtores rurais, pois o uso de herbicidas é maior, assim como os custos.
Além disso, se não for controlado da melhor forma, a produção é reduzida e até irrecuperável.
O percentual dos custos de uma lavoura infestada por essa praga é de 165%, ainda segundo a Embrapa. Em infestações mistas, o número sobe para 222%.
Por isso, é tão importante conhecer métodos de manejo e controle dessa praga, já que, assim, o agricultor evita perdas.
Saiba mais: Glifosato, saiba tudo sobre um dos herbicidas mais usados no mundo
Métodos de controle e manejo
A melhor forma de controlar uma infestação de capim-amargoso é usando métodos preventivos. O controle químico com herbicidas é o mais indicado.
A entressafra é o momento ideal para começar a fazer o manejo da praga, pois as possibilidades de controle são maiores.
Observar o clima também é importante no momento da aplicação de herbicidas. As condições devem ser favoráveis.
No entanto, é preciso observar se o capim está no primeiro estágio de seu desenvolvimento, a fase mais fácil de combater a infestação.
A rotação de culturas é uma ótima opção para combinar com o controle químico. Inclusive, há duas formas de usar os herbicidas: pré-emergência e pós-emergência, conforme você verá abaixo.
Herbicidas pré-emergência
A aplicação acontece no período da semeadura, antes de o capim-amargoso emergir. É um método preventivo. Em grandes infestações deve ser aplicado em várias etapas.
Para o produtor rural, a aplicação dessa técnica tem ótimo custo-benefício, pois evita gastos com aplicações pós-emergência e assegura a saúde da lavoura.
Herbicidas pós-emergência
São aplicados após o surgimento dessa planta daninha, evitando seu crescimento e prejuízos para a plantação.
A aplicação deve ocorrer por 35 dias. Já para a infestação tardia, os herbicidas devem ser aplicados de forma sequencial.
Um problema recorrente que pode acontecer é o capim-amargoso se tornar resistente ao controle químico; desse modo, a utilização dos herbicidas deve ser racional.
Outros métodos de manejo são:
- observar mudanças na flora;
- evitar a reprodução de plantas e doenças na lavoura;
- usar sementes livres de infestantes resistentes;
- realizar a limpeza de tratores, semeadoras e colheitadeiras;
- combinar a rotação de culturas com a rotação de herbicidas.
Também devem ser adotadas práticas de manejo cultural, como espaçamento, adubação e densidade do plantio, que aumentam a capacidade de resistência e competitividade diante da erva daninha.
Como evitar a resistência do capim-amargoso?
Já abordamos, ao longo do conteúdo, que o capim-amargoso é resistente ao herbicida glifosato. E isso prejudica principalmente as lavouras de milho e soja.
O primeiro caso aconteceu em 2008, no Brasil, no estado do Paraná. A partir de então, essa praga daninha só se espalhou pelas plantações.
Como alternativa no lugar do glifosato, são aplicados graminicidas para as fases pré e
pós-emergente.
No entanto, por ser uma praga com grande potencial de crescimento, é necessário adotar algumas práticas para evitar a resistência aos controles químicos.
O passo principal para evitar a multiplicação e resistência é o manejo adequado e preventivo.
Normalmente, o glifosato é combinado aos graminicidas e, em seguida, são aplicados herbicidas de contato.
O ideal é evitar a formação de touceiras, pois, quando já estão em fase final, são mais difíceis de serem combatidas com os produtos.
Além do controle químico, é ideal implantar outras técnicas de manejo como a rotação de culturas combinada ao uso de herbicidas.
O controle mecânico por meio da enxada também é uma ótima forma de combater a proliferação dessas plantas daninhas. O objetivo é retirá-las totalmente do campo.
Tecnologias para combater a planta daninha
O uso de tecnologia no campo traz inúmeras vantagens para o agricultor e para a lavoura, principalmente no combate de plantas daninhas como o capim-amargoso.
Com o sensoriamento remoto, é possível identificar os locais com foco de plantas daninhas por meio de imagens do solo.
A identificação de mudanças no plantio ajuda o produtor rural a tomar as melhores decisões e facilita a criação de planos de combate.
Além disso, o processo se torna mais rápido e eficaz, com mão de obra mais barata.
Aderir à tecnologia auxilia até mesmo no processo de redução do crescimento do
capim-amargoso, pois, ao ser reconhecido cedo, a prevenção é mais eficaz.
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4 dicas para proteger a sua lavoura do capim-amargoso
Para evitar a infestação de capim-amargoso na sua lavoura, separamos 4 dicas que podem te ajudar nisso.
1- Utilize cobertura para o solo
Realizar a cobertura do solo, além de ser uma prática mais sustentável, evita a proliferação do capim-amargoso.
Isso acontece porque a matéria orgânica fortifica o solo com nutrientes, evita a erosão, compactação, etc.
O uso de herbicidas é reduzido ou praticamente inexistente, trazendo mais benefícios ao produtor rural e à terra.
Além disso, cobrir o solo afasta ervas daninhas, até aquelas resistentes a determinados controles químicos.
2- Previna-se com herbicidas pré-emergentes
Os herbicidas pré-emergentes são um dos métodos de controle do capim-amargoso. Fazer o uso desse químico evita problemas no seu plantio.
Lembre-se de que a aplicação deve acontecer no processo de desenvolvimento precoce da vegetação daninha, diretamente nas sementes invasoras.
Ao ser aplicado de forma preventiva, o herbicida inibe o crescimento da planta e controla a possível infestação.
3- Aja com rapidez e evite prejuízos
Independentemente do estágio evolutivo da infestação, é importante agir com estratégia e rapidez.
Afinal, após emergir, a planta daninha só tende a se multiplicar.
Em situações de infestações descontroladas e resistentes, a ação deve ser direcionada com o uso de herbicidas mais fortes.
Opte por graminicidas que não comprometam a sua plantação e sejam eficazes no combate ao capim-amargoso.
4- Consulte um engenheiro-agrônomo
Contrate um profissional especializado, como um engenheiro-agrônomo, para proteger o seu plantio.
Ele sabe quais são as principais técnicas de combate às doenças da lavoura e a melhor maneira de combatê-las.
Ao desvendar o grau dos problemas causados pelas ervas daninhas, o profissional elenca as principais formas de manejo mais eficazes.
Assim, tanto o produtor rural quanto a plantação reduzem prejuízos e melhoram a produtividade das culturas.
Se você é um distribuidor de insumos, agora sabe que o capim-amargoso é prejudicial para os produtores rurais, que estão em busca de produtos como fertilizantes e herbicidas para prevenir e combater essas plantas daninhas.
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