A rotação de culturas é um método de manejo que contribui para a conservação do solo.
Considerada uma das boas práticas empregadas pelas lavouras, a sua adesão resulta em grandes impactos no combate e controle de pragas e doenças.
À primeira vista, esse método consiste em organizar, de forma ordenada, diferentes espécies de vegetais a serem cultivados.
Por analogia, pode se dizer que a rotação de culturas já era praticada desde a Antiguidade.
Os primeiros agricultores perceberam que tal prática favorecia o desenvolvimento das lavouras, o que era uma exigência para evitar que a produção caísse.
Em outras palavras, essa técnica ajudava o solo “cansado” a se tornar uma “terra gorda”. Ou seja, o terreno com baixa produtividade voltava a ser fértil.
Nesse sentido, é possível afirmar que a fertilidade e a qualidade de produção do solo diminuem após safras de uma mesma espécie.
Entretanto, a escolha das espécies tem de corresponder ao propósito comercial, sem danificar o solo.
Dessa forma, a monocultura (cultivo de um único vegetal durante muitas safras) pode provocar a queda da produtividade e favorecer o desenvolvimento de plantas daninhas, doenças e praga, assim como a alternância entre duas culturas durante a safra e entressafra. A má sucessão de culturas também pode provocar a degradação física, química e biológica do solo.
Porém, com a adoção da rotação de culturas, esses efeitos colaterais passam a ser minimizados ou desaparecem completamente.
Isso porque o uso inteligente do solo e da plantação ajuda na conservação e saúde da propriedade, bem como auxilia a gerenciar o aumento de sustentabilidade e diversidade de espécies na produção agrícola.
Conforme dados coletados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os benefícios da rotação das culturas sobre a qualidade do solo vão além da prevenção e do controle de pragas.
Como resultado, percebem-se um aumento da produtividade em todas as cadeias econômicas da produção e a redução de custos na compra de insumos.
Do mesmo modo, aumenta-se a resistência das plantações a mudanças no clima.
Portanto, a rotação de culturas é um investimento de médio a longo prazo que garante a diversificação e o escalonamento da colheita.
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ToggleRotação de culturas: o que é e qual é a sua importância?
De acordo com a Embrapa, a rotação de culturas é uma técnica de plantio usada em conjunto com o Sistema de Plantio Direto (SPD).
No SPD, devem ser feitas as etapas de preparo habituais antes do plantio e o revolvimento (aração) e o aplanamento (gradagem) do solo.
Contudo, a rotação de culturas é uma prática de manejo agrícola que consiste na diversidade de plantas em uma área durante período determinado, com o objetivo de cultivar a terra e manter o equilíbrio entre os nutrientes presentes no solo.
Além disso, busca-se minimizar o uso de defensivos e fertilizantes para proteger a lavoura contra doenças e pragas.
Ocasionalmente, há melhorias na estrutura física e biológica, reduzindo, assim, possíveis ataques ao meio ambiente.
No entanto, as espécies de plantas devem ser selecionadas conforme a necessidade nutricional divergente de cada uma. Também se deve analisar a sua capacidade de resistência.
Uma vez adotada, a rotação começa a reduzir o impacto da monocultura.
Dessa forma, o sistema produtivo é posto em pleno equilíbrio, revitalizando o ecossistema.
Rotação de culturas versus monocultura
Ao contrário da rotação de culturas, a monocultura, por cultivar uma única espécie, pode provocar a exaustão do solo, acarretando o esgotamento de seus nutrientes.
Consequentemente, é favorecido o empobrecimento nutricional do solo.
Um exemplo atual de cultivo de uma única espécie e que representa bem a monocultura é o plantio da cana-de-açúcar, que normalmente é cultivada em grandes propriedades rurais.
Entretanto, trata-se de um modelo de produção muito exigente e com uma produção de bastante destaque na economia de exportação, sendo caracterizada por sua produção em menor tempo e pelo uso facilitado de herbicidas.
Isso causa impactos como a retirada da cobertura vegetal e o desequilíbrio ecológico.
Ademais, é favorecido o aparecimento de pragas em larga escala, que, por não terem um inimigo natural, levam ao aumento descontrolado do uso de defensivos.
Por outro lado, a rotação de culturas ainda é pouca adotada, haja vista que muitas vezes o produtor decide abrir mão dessa estratégia para cultivar plantas com maior retorno econômico.
Ressignifica-se, então, a força do método também como fraqueza.
Geralmente, a cultura de rotação é desenvolvida em microrregiões tão especializadas que, dificilmente, é possível encontrar algum equipamento eletrônico para o manejo, ainda mais a construção de comércio local para outras culturas.
Por sua vez, o retorno financeiro não é sentido de imediato.
A princípio, é percebida a qualidade e conservação do solo.
Em seguida, notam-se o aumento da produtividade da lavoura e a diminuição nos gastos com fertilizantes.
Como implementar a prática de rotação de culturas
Primeiramente, antes de prosseguir com a implantação, é necessário fazer um planejamento para obter toda a eficiência e capacidade produtiva.
Alguns fatores devem ser considerados:
- escolher plantas de grande volume e com raízes profundas para ajudar na fixação do nitrogênio;
- fazer o cultivo de plantas comerciais, a fim de garantir a geração de renda;
- dar preferência a plantas que contribuam para a adubação verde ou que auxiliem no objetivo do sistema;
- adotar espécies que deixem resíduos benéficos ao solo. Plantas com sistemas radiculares, a exemplo de gramíneas e leguminosas, são bons exemplos;
- cultivar isoladamente ou ao mesmo tempo espécies com grande quantidade de biomassa, comerciais e de desenvolvimento rápido, sempre que possível;
- selecionar espécies de plantas adaptadas a condições de solo e clima da sua região.
Em suma, o planejamento deve ser realista ao estabelecer e conduzir a sequência entre as culturas na plantação.
Desse modo, é necessário que o produtor rural assuma e ponha em prática todo o seu conhecimento e experiência no manejo da terra.
Outras ações importantes nesse processo são neutralizar o pH (calagem) e adubar o solo.
Quais espécies escolher para a rotação de culturas
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o êxito no desenvolvimento na aplicação da rotação de culturas depende da produtividade da região e das condições impostas pelo clima.
O método deve ser bem planejado para saber quais são os melhores momentos para implementar ou mudar o plantio.
Isso evita que alguma cultura cresça descontroladamente sobre outra, comprometendo a qualidade da estratégia.
Eventualmente, as culturas escolhidas para participar do rodízio devem ser diversas.
Para isso, conhecer as principais características de cada planta é fundamental.
Assim, o ideal é cultivar plantas de diferentes grupos, por exemplo:
Gramíneas:
Leguminosas:
- grão-de-bico;
- feijão;
- soja;
- amendoim;
- Feijão-guandu;
- crotalária;
- labe-labe;
- tremoço.
Asteraceae:
- girassol.
Nesse sentido, também é vital que o agricultor faça o uso inteligente de toda a tecnologia e dos métodos tradicionais à sua disposição.
Entre eles se destacam:
- escolha plantas adaptadas ao clima e ao solo;
- selecione sementes de qualidade;
- faça uso equilibrado de defensivos contra pragas e doenças;
- realize o plantio na época adequada;
- utilize técnicas para controle de erosão;
- aplique a calagem (controle da acidez do solo);
- cumpra adubações quando necessário.
Atenção: é recomendável, antes de qualquer ação, consultar um profissional da área.
Dessa forma, serão priorizadas as plantas que mais se enquadram e são favoráveis ao sistema de produção local de sua propriedade.
14 vantagens ao adotar a rotação de culturas
Além de provocar o produtor rural a diversificar a sua produção de produtos agrícolas, a rotação de culturas constrói, por si só, um sistema de benefícios sobre a lavoura.
A seguir, listamos 14 desses benefícios e vantagens:
1. melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo;
2. aumenta a variedade do plantio e da renda;
3. auxilia na quebra de ciclos e reduz o aparecimento de plantas daninhas, pragas e doenças;
4. revitaliza a estrutura do terreno;
5. controla e melhora a fertilidade do solo;
6. protege o solo (devido ao aumento da produção de biomassa e palhada de cobertura);
7. permite a aplicação do sistema de plantio direto;
8. fortalece a capacidade de infiltração e retenção de água do solo;
9. controla a erosão;
10. otimiza o uso de máquinas e mão de obra;
11. potencializa a produção de nutrientes naturais e reduz o uso de fertilizantes químicos;
12. estimula a produtividade da vegetação;
13. favorece a eficiência de sistemas agrícolas na economia e produção.
14. aumenta a resistência natural do solo a ações climáticas.
Conclusão
Neste artigo, você aprendeu que a rotação de culturas, se adotada e conduzida de modo adequado, pode render bons frutos à sua produção.
Além disso, ela viabiliza a aplicação do sistema de plantio direto.
A rotação de culturas atua em melhorias no sistema produtivo de alimentos de forma equilibrada.
Por vezes, são estabelecidos sistemas de produção sustentáveis, com o mínimo de danos ao meio ambiente. No entanto, sempre há o objetivo de trazer a lucratividade máxima para o produtor rural.
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