Produtor agrícola, você sabe qual é a real função dos dessecantes?
Os dessecantes são substâncias químicas que absorvem água e podem ser utilizadas na secagem de fluidos, sejam eles gasosos ou líquidos. São muito usados em laboratórios, indústrias e também possuem aplicações no agronegócio.
Para você entender melhor, vamos a um exemplo prático. A utilização de arroz dentro do saleiro da sua casa é um exemplo de dessecante “low tech” (aquele que não precisa de muita tecnologia para ser desenvolvido).
Basicamente, o arroz absorve a umidade do saleiro, impedindo a formação de grumos (aquelas bolinhas que se formam devido a umidade).
Outro exemplo, agora de high tech, é a sílica gel dessecante. Trata-se de um produto com aprovação para uso em medicamentos e alimentos. Não é prejudicial à saúde. Assim como o arroz, citado anteriormente, é destinada a adsorção de umidade.
Na agricultura, os dessecantes são herbicidas de ação rápida e eficiente, que atuam em todos os processos de desenvolvimento das plantas, provocando, assim, sua morte metabólica.
Deu para perceber que não se trata de um herbicida apenas para ervas daninhas, não é mesmo? Trata-se, na verdade, de um herbicida não seletivo. Dessa forma, é preciso ter cuidado e muito conhecimento na sua aplicação.
Esses herbicidas dessecantes possuem, basicamente, ação sistêmica ou de contato. Funcionam, portanto, da seguinte maneira:
- Dessecantes aplicados às folhas (contato): têm ação rápida e não se movem internamente nas plantas.
- Dessecantes aplicados ao solo: sua movimentação é de baixo para cima (raízes em direção às folhas).
- Dessecantes aplicados às folhas (sistêmico): estes, ao contrário dos dessecantes de contato das folhas, movem-se para outros locais da planta.
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Tem dúvidas sobre a aplicação de dessecantes na sua lavoura ou quer saber mais sobre esse assunto?
Acompanhe nosso artigo completo!
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Índice de conteúdo
ToggleDessecantes: como são feitas as aplicações
Como dito anteriormente, a aplicação de dessecantes na lavoura traz consigo alguns riscos. É preciso ter cuidado e muita informação a respeito, e aliar sempre as boas práticas. Eles podem levar à perda de lavouras, solos e safras inteiras.
A dessecação é muito utilizada na cultura da soja. Contudo, isso não impede que ela seja realizada em outras culturas como feijão, algodão, aveia, cevada, etc.
A prática elimina plantas hospedeiras de pragas, permite a coleta de grãos com menos impurezas e também garante os melhores preços (devido à oferta antecipada de grãos).
A seguir, listam-se seus principais objetivos:
- uniformizar a área da lavoura;
- antecipar a colheita em três dias ou uma semana;
- controlar o desenvolvimento de ervas daninhas na lavoura.
- permitir um melhor desenvolvimento inicial da cultura, devido ao campo limpo, livre de competidores;
- auxiliar no aumento da produtividade;
- facilitar o manejo das ervas daninhas durante o ciclo da cultura;
- facilitar o plantio, permitindo melhor corte da palhada e uma distribuição uniforme de sementes.
Vale salientar que esse manejo é indicado para produtores que trabalham com a produção de grãos. Para os produtores de sementes, a prática pode afetar a qualidade de germinação do produto.
Saiba mais: Controle biológico, forma alternativa para controle de ervas daninhas e pragas
A dessecação também vale para o pré-plantio e é utilizada para a eliminação de toda a vegetação existente na área de semeadura de determinada cultura. Essas plantas podem competir com a lavoura por água, luz e nutrientes durante todo o ciclo da cultura.
Assim, precisam ser eliminadas, como forma de garantir uma boa produção.
Principais cuidados na aplicação dos dessecantes
Você precisa conhecer bem a vegetação presente na área de aplicação
Trata-se, na verdade, do elemento crucial para que não ocorram problemas na aplicação dos dessecantes. Portanto, é preciso que o produtor faça um levantamento das ervas daninhas de sua lavoura.
Posteriormente, deve-se pesquisar sobre sua espécie, tempo de reprodução e, a partir daí, escolher o melhor herbicida para realizar seu controle.
Escolha correta do herbicida a ser utilizado
Assim que a espécie de erva daninha foi identificada e estudada, está na hora da escolha do herbicida a ser utilizado. Lembre-se de que a quantidade de aplicação e a dosagem dependem da área e do estágio de crescimento.
Procure sempre um profissional da área (engenheiro-agrônomo) para maiores informações!
Jamais esquecer as boas práticas de aplicação
As boas práticas de aplicação envolvem todo o processo: desde o manuseio do produto até a sua aplicação e armazenamento. O produtor deve sempre utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Entre as boas práticas, destacam-se:
- utilizar sempre água limpa em todo o processo;
- evitar aplicação antes da chuva, para evitar perda do produto;
- evitar altas temperaturas que culminam na evaporação muito rápida do produto;
- escolher dias com menos vento para aplicação (o vento provoca perda da eficiência do produto, podendo deslocá-lo para plantas que não são alvo).
Respeitar o período de carência
O período de carência é aquele prazo entre a aplicação do dessecante e a colheita, que dura mais ou menos de 7 a 10 dias (dessecação pré-colheita). Isso é muito importante para não haver resíduos no grão, contribuindo para a segurança alimentar.
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Quais são as principais vantagens da aplicação dos dessecantes?
Como vimos, os dessecantes podem ser aplicados no pré-plantio e na pré-colheita. Mas afinal, quais as principais vantagens desta prática?
- uniformidade e maturação de grãos;
- facilidade na semeadura da cultura;
- sementes com maior qualidade fisiológica e sanitária;
- palha totalmente seca para a próxima semeadura;
- entrada do milho safrinha em uma época mais adequada;
- uniformização de retenção de hastes verdes e retenção foliar;
- Entre outras.
Dessecação com aplicações sequenciais
A dessecação pode ser feita em lavouras onde a cultura já está implantada. As ervas daninhas estarão com um porte menor; assim, o herbicida usado fará um melhor controle.
Em áreas, por exemplo, onde existem pastagens que antecedem o plantio da cultura, a prática fica dificultada, pois há um maior número de plantas com o porte já elevado. Assim, o processo deve ser feito em aplicações sequenciais, para se ter um melhor resultado.
Indica-se também para o caso de manifestações elevadas, onde as plantas desenvolveram forte resistência. A primeira aplicação elimina as plantas de maior porte. As que seguem vão eliminando o restante.
Quais são os principais dessecantes na agricultura?
Atualmente, no mercado, existem vários dessecantes. Vamos conhecer os principais.
2,4-D amina
Esse tipo de herbicida pode ser absorvido por praticamente todas as partes da planta: raiz, caule e folhas. Ele provoca intensa divisão celular na planta, causando engrossamento, formação de gemas múltiplas e encurtamento das nervuras das folhas.
Não é indicado para culturas como algodão e tomate, por serem muito sensíveis. Ele pode ser utilizado na forma amina ou éster.
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Glifosate
Trata-se de um herbicida de ação emergente total, não seletivo às culturas. Muito utilizado na dessecação de plantas daninhas antes da semeadura. Ele elimina todas as plantas presentes na área a ser cultivada.
Seu uso emergencial pode ser feito em plantas que se deseja dessecar. O produto estimula a produção de etileno, com consequente amarelecimento das folhas, murchamento e morte total cerca de 10 a 14 dias após a aplicação.
Paraquat e Diquat
Ambos têm ação de contato, matando rapidamente os tecidos verdes, através dos processos de oxidação e redução. Provocam, ainda, descoloração das folhas, com ruptura das membranas celular, cerca de uma hora após a aplicação.
Não tem efeito algum no solo.
Saiba mais: Paraquat e a cultura da soja
Diuron
Tem maior absorção pelas raízes das plantas. Nas folhas, a intensidade é menor. É um potente inibidor da fotossíntese. As folhas tornam-se verde-claras e vão murchando, até apresentarem morte total.
Tem ação ainda mais potencializada se misturado com o Paraquat, herbicida citado no tópico anterior.
Afinal, quando vale realmente a pena usar os dessecantes em minha lavoura?
Como sabemos, a antecipação de uma colheita é, sem dúvidas, uma ação estratégica. Portanto, muitos produtores têm usado essa prática para a colheita da soja antecipada, aliada ao milho safrinha.
A dessecação torna-se viável neste sentido: antecipação da colheita e início do plantio de milho logo após.
Geralmente, a aplicação se dá da seguinte maneira:
- Gramíneas: Glifosate.
- Ervas daninhas com folhas largas: 2,4-D amina.
- Ervas daninhas com folhas largas e estreitas: Paraquat + Diuron, Paraquat, Diquat.
- Infecções mistas: Glifosate e 2,4-D amina.
Atualmente, o herbicida mais utilizado é o Glifosate, em doses que variam de 2 a 3 litros por hectare.
Existem os riscos, que foram citados no nosso artigo. Isto devfazer parte do planejamento.
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