Você sabe quais as principais pragas e doenças da soja? As principais são: antracnose (Colletotrichum truncatum), ferrugem-asiática em soja (Phakopsora pachyrizi), mancha-alvo (Corynespora cassicola), oídio (Microsphaera diffusa) e podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae).
As doenças da soja são muito comuns e, por isso, são ponto de atenção para todo produtor dessa commodity, tão valiosa no Brasil e no mundo.
Para combatê-las, é preciso saber reconhecer as principais pragas e doenças e ter as melhores técnicas de combate para aprimorar a produção e não ficar no prejuízo.
Saiba mais sobre as principais doenças da soja e veja como reconhecer indícios de pragas na plantação!
Índice de conteúdo
ToggleDoenças da soja: a importância de conhecê-las
A soja é um dos produtos mais importantes do Brasil e do mundo. É uma commodity, ou seja, é vendida em dólar, com valor igual ao do restante do mundo, pois é considerado um produto padronizado.
Por causa disso, é um dos produtos que mais traz retorno financeiro para os produtores e para o país. Para se ter ideia, é esperado que a safra 2022/2023 bata recordes, com 312,4 milhões de toneladas, um aumento de 15% em relação à safra anterior.
Assim, os produtores de soja precisam investir em bons insumos e em biotecnologia para manter a produtividade em alta sem perder a qualidade do produto, mantendo a concorrência com os produtores estrangeiros.
Um dos principais cuidados é o combate a pragas e doenças da soja, pois são os problemas mais comuns que essa produção sofre e que precisam de atenção.
Até o momento, já foram identificadas cerca de 40 doenças da soja, que podem levar à perda de 10% a 20% da produção.
Se não forem bem manejadas, o produtor pode perder toda a sua safra, pois são doenças que se espalham facilmente na plantação.
As doenças da soja são comuns em praticamente toda a produção e podem aparecer durante todo o ciclo, desde o desenvolvimento da semente até a fase final.
Por isso, manter a safra saudável e com qualidade é um trabalho contínuo para os produtores.
Além das sementes especiais e tratadas, os insumos utilizados para o combate de pragas também são imprescindíveis.
Sendo a soja uma das produções mais importantes do país, é possível encontrar diferentes tipos de produtos e tecnologias voltados às melhorias para a plantação, mantendo o produto competitivo no mercado.
As principais doenças da soja
Como foi visto, a plantação de soja pode ser atingida por mais de 40 tipos de doenças e pragas, dependendo principalmente da região e do clima, considerando temperatura e umidade.
Porém, algumas delas são mais comuns, independentemente da localidade, e, por isso, merecem atenção redobrada dos produtores de soja.
As doenças são causadas principalmente por fungos. O surgimento de cada uma delas também varia dentro do ciclo de desenvolvimento.
Assim, uma mesma safra pode ter ocorrência de diferentes tipos de doenças durante o desenvolvimento da plantação.
As 5 principais doenças da soja são:
- Ferrugem-asiática em soja (Phakopsora pachyrizi)
- Podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae)
- Antracnose (Colletotrichum truncatum)
- Mancha-alvo (Corynespora cassicola)
- Oídio (Microsphaera diffusa)
Veja mais informações sobre cada uma delas e esteja preparado para o manejo.
Ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrizi)
É a doença da soja mais comum de todas e aparece em praticamente toda safra, podendo comprometer a produtividade. Foi registrada pela primeira vez em 2001 e se espalha rapidamente pelas regiões produtoras.
É causada por um fungo que se espalha com o vento. Por isso, atinge grandes regiões da plantação.
Pode ser observada em qualquer fase de desenvolvimento, mas é mais comum no período de fechamento das folhas, pois é quando a planta acumula mais umidade, ocasionando o aparecimento de fungos.
O principal sinal da doença é o aparecimento de pequenas marcas marrons (semelhantes à ferrugem) nas folhas, além de pequenas “feridas” na parte inferior delas.
Com o tempo, as folhas começam a ficar amareladas, secam e caem. Quanto menor for o tempo de permanência das folhas, menor será o tamanho dos grãos, ocasionando diminuição do rendimento e da produtividade.
Podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae)
Outro problema bastante comum na plantação de soja é a podridão radicular de fitóftora, registrada pela primeira vez em 2005 e 2006.
Pode ser observada nas fases de pré-emergência até na fase adulta. Quanto mais jovem a planta, maiores as chances de morrer por causa do fungo.
Surge principalmente em localidades com condições climáticas de temperaturas acima de 25ºC e bastante umidade no solo durante a semeadura.
Solos muito compactados e com semeadura direta também podem ter uma intensidade de podridão maior.
O principal sinal é a demora para a germinação das sementes. Na fase de desenvolvimento, elas ficam flácidas, as folhas ficam amareladas e voltadas para baixo, ainda presas à planta. Também ocorre o apodrecimento do caule principal.
Antracnose (Colletotrichum truncatum)
Doença da soja que afeta a fase inicial, na formação de vagens. Com isso, leva à queda da vagem sem ser desenvolvida e até mesmo à deterioração das sementes.
Se não forem feitos o manejo e o tratamento corretos, pode haver perda completa da produção. No geral, é antracnose é uma das doenças que mais derruba o rendimento da produção, pois impede o desenvolvimento da plantação.
É comum em regiões de alta umidade e alta temperatura. Sementes já infectadas e com deficiências nutricionais podem acarretar a doença.
É importante ter atenção também às sementes de lavouras anteriores que tiveram algum atraso na colheita, pois correm maior risco de estarem infectadas.
A doença pode causar manchas negras nas folhas, hastes e vagens, além de levar as plantas à morte.
Mancha-alvo (Corynespora cassicola)
Doença da soja muito comum em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Piauí, podendo causar perdas de 15% a 25% na safra final. É encontrada em praticamente toda área produtora da commodity.
Um dos principais motivos é o cultivo de soja suscetível ao fungo e com fungicidas menos eficientes para o combate a essa doença. Por isso, é uma das doenças mais desafiadoras para os produtores.
Infecta uma grande região da plantação, e o fungo ainda pode resistir em restos de culturas e em sementes infectadas, que passam a doença para outra safra.
Manchas circulares amarronzadas e com pontuação no centro (como um alvo, por isso o nome da doença) são os sintomas mais observáveis, além da desfolha e de manchas avermelhadas nas vagens e raízes.
Oídio (Microsphaera diffusa)
Mais comum em regiões de maior altitude e temperaturas mais amenas. É causada por um fungo facilmente dispersado pelo vento e, por isso, acaba atingindo grande parte da plantação.
O principal sintoma dessa doença da soja é uma cobertura esbranquiçada por cima das folhas e dos caules. Depois, as folhas mudam para a cor castanho, levando ao ressecamento e à queda prematura delas.
Precisa ser combatida com rapidez, para evitar o espalhamento da doença em toda a lavoura.
Como identificar doenças na soja
A parte mais importante do manejo da safra de soja, para evitar perda da produtividade, é saber reconhecer quando a plantação está doente ou com presença de pragas.
Como vimos, a soja tem cerca de 40 tipos de doenças que podem atingi-la; por isso, o produtor precisa saber reconhecê-las a fim de fazer o tratamento ideal para cada caso.
Muitos profissionais são especializados no tratamento de plantações de soja e conseguem distinguir que pragas e doenças estão acometendo a safra.
Por isso, produtores de soja geralmente contam com profissionais especializados, além de serviços de análise química e biológica para reconhecimento das doenças da soja.
Para fazer essa análise em grandes plantações, também é possível obter ajuda da tecnologia.
Drones de imagem e acessórios de análise remota ajudam na identificação de áreas com problemas em meio a uma grande produção.
A partir desses mecanismos, os produtores conseguem encontrar áreas problemáticas dentro de suas produções para tratar especialmente aquele setor.
Isso é imprescindível para evitar que a doença da soja ou a praga se espalhem e acometam o restante da plantação. Por isso a importância de identificar e tratar da forma mais rápida possível.
Os cuidados necessários para evitar as doenças
Com essa quantidade de doenças da soja que podem atingir a plantação, conseguir evitá-las pode parecer um desafio no primeiro momento.
Porém, graças à pesquisa voltada ao agronegócio e à tecnologia, hoje é possível fazer um planejamento integrado de tratamento, evitando, assim, o aparecimento ou desenvolvimento de doenças da soja que levem à perda de produção.
O produtor de soja pode adotar o Manejo Integrado de Doenças (MID) para fazer esse cuidado. Esse modelo traz um conjunto de estratégias que evitam e controlam as doenças na lavoura. Tudo isso levando em consideração também o custo de produção e o impacto sobre o meio ambiente.
As propostas do MID são:
- rotação e sucessão de culturas entre as safras;
- adubação feita a partir de análises químicas do local;
- utilização de sementes mais resistentes;
- plantio de sementes certificadas;
- uso do controle biológico e controle químico;
- adequar a nutrição das plantas de acordo com análises químicas;
- fazer bom uso de fungicidas e de reforço, evitando o risco de resistência;
- descompactar o solo para ajudar as raízes;
- limpeza constante de maquinário, para evitar contaminação;
- controle de ervas daninhas;
- melhora da drenagem do solo, melhorando as taxas de umidade.
Investimento em insumos de qualidade e manejo da lavoura
Manter a safra de soja produtiva é um desafio em meio a tantas doenças que podem acometer a cultura. Porém, o investimento em insumos de qualidade e no manejo de doenças e pragas é essencial para isso.
Na verdade, é um investimento com retorno certeiro: cuidando das doenças,
evita-se a perda da produtividade e, consequentemente, aumenta-se o faturamento no final da safra.
Assim, investir em melhorias no combate a doenças da soja é essencial! Precisa de ajuda financeira para isso?