A soja sendo atacada por uma das principais pragas de soja

Principais pragas da soja: entenda para não sair no prejuízo

Conhecer as principais pragas da soja ajudará você a identificá-las rapidamente e a entrar com formas de combate mais efetivas. Além disso, será possível aprender como evitá-las antes que seja tarde demais. 

Na primeira semana de outubro, foi anunciado pela Conab o 1º Levantamento da Safra de Grãos 2022/23; a estimativa para a produção da oleaginosa é de 152,4 milhões de toneladas

Com relação à exportação, são esperadas 95,87 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 22,5% em relação ao projetado para 2022

Com tantas previsões positivas, torna-se ainda mais importante saber como se manter livre do ataque de pragas e doenças. 

Com a chegada do fim do ano, é interessante que o agricultor já comece a pensar em táticas para evitar tantos prejuízos. 

Apenas reforçando que, no Brasil, o clima tropical (quente e úmido) e o cultivo de duas ou mais safras no ano fazem com que as pragas estejam sempre ativas nas lavouras

Além disso, mesmo que ainda esteja no estádio reprodutivo de desenvolvimento, não se pode deixar a manutenção de lado. Então, esteja sempre atento. 

Veja a seguir as oito principais pragas da soja e saiba como combatê-las. Boa leitura!

8 principais pragas da soja 

Existem inúmeras pragas da soja, mas aqui citamos apenas oito exemplares. Se não forem combatidas, os danos são imensuráveis. 

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

A lagarta-do-cartucho ocorre nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura da soja e, também, nos mais avançados. Pode se alimentar de espécies de 23 famílias de plantas, por isso costuma ser uma das mais perigosas. 

Apesar de ter preferência pelas gramíneas (milho e arroz), pode se alimentar de outras plantas normalmente. 

Por isso, é comum que esteja em culturas usadas como cobertura, por exemplo, milheto, aveia e trigo – que serão dessecadas para o plantio da soja. 

Forma de controle

A melhor forma de manejo dessa praga da soja é realizar uma boa dessecação da cultura de cobertura para a produção de palha no Sistema Plantio Direto (SPD).

Além disso, não é recomendado o uso de inseticidas durante essa fase, mesmo que o agricultor encontre algumas lagartas. 

Isso porque o plantio é feito cerca de 25 dias após a dessecação, e quando não há alimentos as lagartas ou viram pupas ou morrem.

Agora, se o plantio for feito após a dessecação e houver lagartas, aí sim será possível aplicar inseticidas tranquilamente. Entre os principais estão: tiodicarbe, metomil, clorantraniliprole, flubendiamida, espinosade e produtos fisiológicos.

Principais pragas da sojaLagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

Entre as principais pragas da soja, também podemos citar a lagarta-elasmo
(broca-do-colo), que se alimenta de vários tipos de plantas. É conhecida como uma das pragas iniciais dessa cultura. 

Uma lagarta pode atacar até três plantas de soja ainda em sua fase larval. Os danos costumam ser maiores quando há altas temperaturas e pouca água no solo. Por isso, é mais difícil de ser encontrada no Sistema de Plantio Direto. 

A época de maior ocorrência é entre o período da emergência da soja, até 30 a 40 dias do desenvolvimento (estádio V2-V3).

Na região do Cerrado, por causa dos solos arenosos, há mais registros dessa praga. 

Forma de controle

Normalmente, ocorre quando há chuvas bem distribuídas, durante os primeiros 30 dias de desenvolvimento da soja.


O controle químico é menos indicado em razão da posição em que essa praga fica instalada na planta. 

Assim, o agricultor pode realizar o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos como fipronil, imidacloprido + tiodicarbe e clorantraniliprole.

Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)

A lagarta-da-soja é uma potente desfolhadora da cultura. O seu ataque começa no topo da parte aérea das plantas de soja e pode persistir até a fase de enchimento dos grãos. 

Durante a safra, chega a apresentar até quatro gerações, com ciclo biológico de aproximadamente 30 dias. Além disso, se alimenta de folhas, flores e vagens. 

Quando o ataque é muito intenso, as lagartas assumem coloração preta com listras brancas, por causa da competição por alimentos. 

Forma de controle

O controle com inseticidas reguladores de crescimento é o mais indicado para o controle dessa praga. 

Quando se utiliza soja com tecnologia Bt, o agricultor deve implementar áreas de refúgios em pelo menos 20% da área cultivada com a soja transgênica.

Principais pragas da sojaLagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)

A falsa-medideira, entre as principais pragas da soja, é uma das mais fáceis de ser reconhecida; afinal, ela costuma se deslocar dobrando o corpo (medindo palmos). 

A fase reprodutiva da cultura é quando a lagarta causa mais desfolha. Por isso, dizem que ocorre desde as primeiras folhas até o enchimento dos grãos; se estiver no período de seca, será ainda mais intenso. 

Forma de controle

O agricultor deve iniciar o controle assim que verificar 20 lagartas grandes (igual ou maior que 1,5 cm) por metro de fileira; quando a desfolha atingir 30% antes da floração; 15% quando aparecerem as primeiras flores. 

Podem ser usados inseticidas reguladores de crescimento durante a fase de fechamento das fileiras e a soja transgênica Bt.

Percevejo-castanho (Scaptocoris spp.)

O percevejo-castanho também está entre as principais pragas da soja. Trata-se de um inseto polífago de hábito subterrâneo e costuma atacar um grande número de plantas hospedeiras. 

É fácil de ser identificado em virtude do seu odor forte quando o agricultor mexe no solo. 

No Brasil, as principais espécies de percevejos-castanhos associadas à cultura da soja são Scaptocoris castanea, S. carvalhoi e S. buckupi.

Ele começa sugando a seiva nas raízes da soja e causa sintomas que podem ser confundidos com deficiência nutricional ou doença, já que destroem as raízes da soja e os nódulos de fixação biológica de nitrogênio.

Desse modo, afeta negativamente o estabelecimento do estande, o vigor e o desenvolvimento das plantas.

Os danos têm sido mais frequentes no Mato Grosso, em Goiás e no Mato Grosso do Sul, onde há predominância de solo arenoso. 

Forma de controle

O controle do percevejo-castanho é preventivo. Por isso, é importante realizar o monitoramento por meio de amostragens, antes da instalação da lavoura. 

Além disso, a alteração da época de semeadura e a aplicação de inseticidas no sulco de semeadura também funcionam no manejo.

O controle biológico está em fase de estudos para ser realizado por meio de fungos entomopatogênicos (Metarhizium anisopliae).

Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus)

O tamanduá-da-soja também é conhecido como bicudo ou cascudo. Costuma se alimentar de plantas jovens. 

Forma de controle


Uma das formas mais eficazes de controle é por meio de amostragens nos talhões em que foram notados ataques severos na safra anterior ou durante a entressafra

A rotação de cultura com milheto, Crotalaria juncea e mucuna-preta, por exemplo, é uma técnica muito boa também. 

Além disso, assim que os adultos começarem a emergir, o controle pode ser feito com inseticidas ou tratamento de sementes com fipronil, tiametoxam.

Mosca-branca (Bemisia sp.)

O agricultor que está conhecendo as principais pragas da soja deve se atentar à mosca-branca. Trata-se de um inseto sugador que pode transmitir o vírus em plantas como a soja. 

Ele também libera parte da seiva sugada na planta, onde o fungo fumagina se desenvolverá. 

Os danos são causados na fase vegetativa ou reprodutiva da cultura da soja. No entanto, o ataque é mais comum durante o enchimento de grãos, sendo 

favorecido por períodos de estiagem prolongada e quentes.

Forma de controle

O controle pode ser feito pela escolha da melhor época de semeadura, eliminação de plantas hospedeiras, rotação de culturas e seleção de inseticidas efetivos.

O período de vazio sanitário, usado durante o controle da ferrugem-asiática, também pode ser uma ótima ferramenta de controle para essa praga.

Inseticidas: 

  • Controle de formas jovens da mosca-branca: piriproxifem, espiromesifen e a mistura spirotetramat + imidacloprido.
  • Controle de adultos: endosulfam.


O tratamento de sementes com inseticidas neonicotinoides também pode ajudar a reduzir ou retardar o estabelecimento da praga.

Tripes-da-soja (Caliothrips phaseli)

Os tripes são insetos pequenos (1 mm a 1,5 mm de comprimento). Na fase adulta, têm coloração escura e aparelho bucal raspador que usam para perfurar e desgrudar os tecidos vegetais. 

Isso permite que absorvam os sucos celulares, um de seus alimentos. Já nas etapas juvenis, as larvas ou ninfas são de cor amarela e permanecem predominantemente no dorso das folhas.

Forma de controle

Uma das formas de controle dessa praga são rotações com plantas gramíneas. Já os adultos, arrastados pelo vento, podem colonizar as plantações de qualquer maneira e independentemente de seu antecessor.

Por isso, é necessário fazer tratamento rápido e completo e, depois, continuar observando para evitar novos focos de propagação. 

Neste artigo, você, agricultor, pôde conhecer as oito principais pragas da soja, lembrando que no Brasil existem várias espécies. 

Não importa qual seja, é indispensável que se realize o Manejo Integrado de Pragas (MIP), como controle e forma de evitar gastos extras. 

Cada praga tem sua peculiaridade, mas pode ser que o tratamento de sementes já seja o suficiente para um bom controle. Caso tenha dificuldades, não hesite em buscar ajuda de um especialista. 

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