Você sabe quais são os fertilizantes mais usados no Brasil? Nosso país é um grande consumidor de fertilizantes, principalmente por ser um dos maiores produtores de grãos do mundo, como a soja.
Apesar disso, o Brasil depende da importação de fertilizantes para suprir a demanda, por diversos fatores que abordaremos ao longo deste artigo.
Além disso, também apresentaremos quais são os fertilizantes mais usados no Brasil e outras importantes informações desse produto essencial à nutrição das plantas.
Continue a leitura para saber mais!
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O que são fertilizantes?
Fertilizantes são produtos indispensáveis para a agricultura, pois fornecem nutrientes necessários às plantas.
É por isso que a principal função deles é melhorar a saúde dos plantios.
Os fertilizantes apresentam diferentes aspectos: eles podem ser sólidos, líquidos, granulados ou em pó.
A sua aplicação pode ser feita por meio da pulverização ou da irrigação.
Quanto à sua composição, por serem responsáveis pelo desenvolvimento saudável das plantas, os fertilizantes possuem macronutrientes e micronutrientes.
Esses dois elementos são fundamentais para que as culturas possam crescer sem problemas.
E o que eles são? Bom, os macronutrientes são os elementos químicos de que as plantas necessitam em maior quantidade, como cálcio, enxofre, magnésio, potássio e nitrogênio.
Já os micronutrientes devem ser usados em quantidades menores e atuam com muita importância no metabolismo das plantas. Exemplos são cobalto, boro, manganês, ferro, molibdênio, zinco e níquel.
Tanto os macros quanto os micronutrientes devem ser oferecidos às plantas nas quantidades ideais de cada cultura agrícola, por meio dos fertilizantes.
Como foi a chegada dos fertilizantes ao Brasil?
A chegada dos fertilizantes remete à época da produção de café, no século XIX. Em 1895, os primeiros produtos chegaram a Campinas, no estado de São Paulo.
Porém, o uso não se popularizou, pois os cafeicultores não viam necessidade de usar nutrientes na sua plantação.
Somente em 1967 o uso de fertilizantes começou a ser impulsionado no país. Isso aconteceu após a criação da Anda (Associação Nacional para Difusão de Adubos).
A Anda foi criada por 14 empresas, e o objetivo principal era incentivar o uso de adubos pelos produtores rurais e impulsionar a agricultura brasileira.
Outro incentivo veio do governo federal, inspirado pelas práticas do mentor da Revolução Verde — o norte-americano Norman Bourlag.
Essas ações foram fundamentais para que os fertilizantes pudessem ganhar espaço na agricultura brasileira e transformar a lucratividade do agro.
Atualmente, o nosso país consome 43 milhões de toneladas de fertilizantes, segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Entretanto, ainda dependemos do mercado externo para termos esses produtos nas plantações agrícolas.
Quais os tipos de fertilizantes mais usados na agricultura?
Na agricultura, há vários tipos de fertilizantes existentes, os quais atendem diversas especificidades dos plantios. Os mais usados são os minerais, orgânicos, biofertilizantes e organominerais.
Fertilizantes minerais
Estão entre os fertilizantes mais usados no Brasil e são os tipos mais comuns encontrados no mercado.
São considerados sintéticos ou inorgânicos, já que são preparados de forma industrial. Sua aplicação é feita diretamente na planta ou no solo.
Geralmente são extraídos do solo ou de minas e constituídos por fósforo, potássio e nitrogênio, além de outros macro e micronutrientes.
O diferencial dos fertilizantes minerais é a rápida absorção do produto pelas plantas. Eles são divididos em:
- Fertilizantes nitrogenados: feitos de nitrogênio, sua matéria-prima principal é a amônia (NH3).
- Fertilizantes fosfatados: constituídos por fosfato, são obtidos a partir de fosfato oxidado, superfosfato, termofosfatos e fosfatos de amônio.
- Fertilizantes potássicos: suas matérias-primas são o sulfato de potássio e o cloreto de potássio.
Fertilizantes orgânicos
São formados a partir da matéria orgânica presente nos resíduos vegetais e animais. Além disso, têm ação mais lenta em comparação com os fertilizantes minerais.
Podem ser aplicados diretamente na terra e trazem ótimos benefícios para as plantas, pois permitem a presença de bactérias essenciais para o solo e para o desenvolvimento das culturas.
Esse fato ajuda a terra a se recuperar mais facilmente. Além disso, ainda auxilia os fertilizantes químicos a terem efeitos mais promissores e rápidos.
Alguns exemplos de fertilizantes orgânicos são:
- Esterco de curral;
- Adubo verde;
- Vinhaça;
- Resíduos oleaginosos;
- Compostagem.
Biofertilizantes
Os biofertilizantes estão entre os tipos de fertilizantes mais usados no Brasil e são muito importantes para a agricultura.
São feitos a partir da fermentação anaeróbica de compostos vegetais e de esterco.
Na agricultura, são usados como defensivos naturais e adubo orgânico foliar. E são aplicados diretamente na planta, pois a sua composição é líquida.
O grande diferencial dos biofertilizantes é a facilidade de absorção desses nutrientes pelos vegetais, proporcionando um desenvolvimento saudável para toda a plantação.
Organominerais
Os fertilizantes do tipo organominerais são formados pela junção de elementos orgânicos com os minerais.
Essa combinação visa transformar o solo em um ambiente mais saudável para as culturas, proporcionando um crescimento saudável para o plantio.
Dentre os diferenciais desse fertilizante temos o controle do pH do solo. A correção é feita com precisão e qualidade, mantendo o nível ideal de porosidade.
Qual é a importância dos fertilizantes para o Brasil?
Os fertilizantes são essenciais para manter a qualidade e a competitividade do agronegócio brasileiro, principalmente porque o nosso país está entre os maiores produtores de grãos do mundo.
Uma produção sem fertilizantes é totalmente afetada, porque as culturas não conseguem se desenvolver com precisão sem a presença de nutrientes fundamentais.
Além disso, o uso de fertilizantes promove o desenvolvimento sustentável, já que reduz os gastos com água, desmatamento e poluição.
Mas como? Imagine uma lavoura sem fertilizantes. O uso da terra em hectares é muito maior sem o uso de fertilizantes, pois as culturas precisam de mais espaço e água.
Isso significa mais desmatamento e menor produtividade.
Para um país líder mundial na produção de soja, o uso de fertilizantes é mais que necessário; é indispensável.
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Principais fertilizantes mais usados no Brasil
Os fertilizantes minerais, orgânicos, biofertilizantes e organominerais são usados pelo agronegócio brasileiro.
Porém, existem produtos específicos para cada cultura e necessidades do solo.
Para plantações localizadas no cerrado brasileiro, por exemplo, as condições de clima, temperatura e solo exigem fertilizantes exclusivos para suprir essas situações.
Um estudo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) identificou que plantações de soja, milho e cana-de-açúcar utilizam mais de 90% dos fertilizantes importados pelo Brasil.
Essas são as principais commodities exportadas pelo nosso país e, por isso, precisam de uma atenção especial, além de necessitarem de muitos nutrientes.
Os produtos que possuem em sua composição potássio, fósforo e nitrogênio, conhecidos como fertilizantes NPK, são os mais utilizados no Brasil.
Quanto à importação de fertilizantes no Brasil, em 2021, os valores chegaram a US$ 15.136 bilhões.
Por que o Brasil não produz fertilizantes?
Após a crise entre Rússia e Ucrânia, houve um alerta para o agronegócio brasileiro, pois o nosso país depende exclusivamente da importação de fertilizantes.
O percentual de insumos agrícolas importados chega a 80%, sendo 20% vindo da Rússia.
Com o conflito internacional com a Ucrânia, surgiram questões sobre os motivos de o Brasil ser tão dependente de outros países quanto ao uso de fertilizantes.
Mas nem sempre foi assim.
A indústria de fertilizantes no Brasil era aquecida; todavia, por motivos estratégicos e de baixo custo, as principais empresas produtoras desses insumos acabaram vendendo a sua tecnologia para o exterior.
Entre elas, podemos citar a Petrobras (Petróleo S.A), que já chegou a ser a maior produtora de nitrogenados do mundo.
Porém, em 2018, a empresa resolveu investir no setor de petróleo e gás, deixando de lado a produção de fertilizantes.
Com essa saída, a produção nacional ficou totalmente defasada.
Em conjunto, outras produtoras de insumos agrícolas foram vendidas para empresas estrangeiras. Uma delas, inclusive, foi comprada por um grupo Russo.
Outra empresa que abriu mão da sua produção de fertilizantes foi a Vale. A corporação vendeu a sua tecnologia para um grupo norte-americano.
Apesar das limitações do nosso território e da crise política na Europa, o governo criou o Plano Nacional dos Fertilizantes (PNF), que pode ser promissor.
Atualmente, há um pequeno espaço de produção para os fertilizantes fosfatados, que possuem uma indústria que exporta para outros países.
Mas não há ganhos significativos, pois o custo da produção ainda é alto. Assim, ainda é mais barato importar do Oriente Médio e de outros países do que produzir e comprar nacionalmente.
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