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Trator pulverizando pesticidas em lavouras temporaria

Lavouras temporárias e permanentes: entenda a classificação

As lavouras temporárias são áreas plantadas com culturas de curta duração, em geral inferiores a um ano. Essas culturas exigem um novo plantio após a realização da colheita. 

A categoria abrange as plantas forrageiras destinadas ao corte, culturas hortícolas, cereais, leguminosas, etc. São exemplos: feijão, soja, arroz, milho, tomate e batata. 

Em oposição às lavouras temporárias, há as culturas classificadas como lavouras permanentes. Continue a leitura para descobrir a diferença entre elas!

Entendendo os conceitos: qual é a diferença entre lavouras temporárias e permanentes?

A escolha do tipo de cultura que será explorada na propriedade rural é uma decisão que deve levar em conta aspectos técnicos, sociais e econômicos. 

A opção entre lavouras temporárias ou permanentes gera repercussões na contabilidade da fazenda, além de determinar o período em que a terra estará mobilizada com os cultivos. 

O que são as lavouras temporárias? 

As lavouras temporárias possuem curta ou média duração e ciclo vegetativo geralmente inferior a um ano. 

Sua principal característica é a necessidade de replantio após a realização da colheita

Essas plantas são arrancadas do solo no momento da colheita e, por isso, necessitam ser replantadas para obtenção de uma nova produção. 

Segundo o IBGE, a categoria também inclui certas espécies vegetais cujos ciclos de colheita são superiores a um ano, como cana-de-açúcar, mandioca, abacaxi e mamona.

O que são as lavouras permanentes?

As lavouras permanentes possuem ciclo vegetativo longo, com prazo superior a um ano. 

As plantas permanecem fixadas ao solo e rendem colheitas sucessivas sem necessidade de replantio. 

Em geral, atribui-se às lavouras permanentes a duração mínima de quatro anos. 

Quais são as principais lavouras temporárias e permanentes?

A pesquisa realizada pelo IBGE Produção Agrícola Municipal investigou os principais produtos de lavouras temporárias e permanentes, tendo sua mais recente edição em 2020.

O estudo traz dados como valor bruto da produção, quantidade produzida, rendimento médio obtido e área plantada por município. O IBGE realiza essa pesquisa desde 1974.

Tomamos esse levantamento como parâmetro para indicar a categorização dos cultivos brasileiros em temporários ou permanentes.

Exemplos de lavouras temporárias

Você sabe quais lavouras brasileiras são exemplos de culturas temporárias? 

Apresentamos aqui os produtos classificados pelo IBGE como lavouras temporárias. Exemplos: soja, milho, algodão herbáceo, cana-de-açúcar, trigo, arroz, feijão e amendoim.

A lista segue com alho, batata-doce, batata-inglesa, cebola, ervilha, fava, fumo, girassol, juta, linho, malva, mamona, mandioca, rami, tomate e triticale. 

Temos ainda as frutas abacaxi, melancia e melão, bem como os cereais centeio, cevada, aveia e sorgo granífero.

Exemplos de lavouras permanentes

As culturas são classificadas pelo PAM-IBGE como lavouras permanentes são café, algodão arbóreo, palmito, castanha-de-caju e noz.

Temos também as frutas: abacate, açaí, banana, caqui, coco-da-baía, figo, goiaba, guaraná, laranja, limão, maçã, mamão, manga, maracujá, marmelo, pêssego, tangerina e uva.

Por fim, temos azeitona, borracha, cacau, chá-da-índia, dendê, erva-mate, pimenta-do-reino, sisal, tungue e urucum.

Lavouras temporárias e permanentes: produtos agrícolas mais relevantes

Descubra a seguir quais dos principais produtos agrícolas brasileiros são oriundos de lavouras temporárias e quais são classificados como culturas permanentes.

Os dados foram levantados em abril de 2022, levando-se em conta a produção dos quatro trimestres anteriores. 

Principais produtos agrícolas provenientes de lavouras temporárias

Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sete lavouras temporárias estão entre as dez culturas de maior Valor Bruto da Produção (VBP)

Os três primeiros lugares são ocupados por: soja com VBP de R$ 351,99 bilhões, milho com VBP de R$ 163,84 bilhões e cana-de-açúcar com VBP de R$ 118,90 bilhões. 

Em quinto lugar, temos o algodão (VBP de R$ 42,07 bilhões) e, em sétimo, o tomate (VBP de R$ 17,82 bilhões). 

O arroz fica em oitavo lugar (VBP de R$ 16,65 bilhões), e o feijão, em nono (VBP de 

R$ 15,68 bilhões). 

Principais produtos agrícolas provenientes de lavouras permanentes

Já entre os produtos advindos de lavouras permanentes, três deles constam entre as dez culturas de maior VBP, conforme calculado em abril de 2022. 

O café consta em quarto lugar com VBP de R$ 66,78 bilhões. A laranja ocupa o sexto lugar com VBP de R$ 19,17 bilhões. Em décimo, temos a banana com VBP R$ 15,60 bilhões.  

Lavouras temporárias ou permanentes: vantagens e desvantagens 

Vimos que, na lista dos dez produtos de maior Valor Bruto de Produção, sete pertenciam a lavouras temporárias, com liderança das culturas de soja, milho e cana-de-açúcar. 

A soja é um produto que atrai especial atenção dos produtores rurais em razão de seu retorno econômico.

Produtos importantes na cesta básica do brasileiro, como arroz e feijão, são classificados como lavouras temporárias.

Além disso, lavouras temporárias exigem uma menor alocação de capital e mão-de-obra para sua implantação e proporcionam um retorno mais rápido dos investimentos.  

Isso porque lavouras permanentes podem levar anos para render sua primeira colheita, devendo ser encaradas como um projeto de longo prazo.

No caso da silvicultura, o cultivo exige conhecimento especializado e técnicas de gestão específicas, bem como manutenção ao longo de todo o ano. 

Assim, à primeira vista, a opção pela adoção de lavouras temporárias seria tida como a mais vantajosa. 

No entanto, as lavouras permanentes também têm vantagens que merecem ser consideradas. 

Uma vez implantada, a lavoura permanente requer um menor emprego de insumos ao longo do tempo, rendendo uma produção estável por certo período. 

Algumas espécies podem produzir por 30 ou 40 anos sem que seja necessário realizar o replantio. 

As lavouras permanentes seguem produzindo mesmo com chuvas inconstantes, ao contrário das lavouras temporárias, cujo rendimento cai drasticamente a depender do regime de chuvas.

Uma grande vantagem das lavouras permanentes diz respeito à conservação do solo, uma vez que o preparo é feito primordialmente no momento da implantação da cultura.

Já as lavouras temporárias exigem a realização de um novo preparo e revolvimento do solo a cada replantio, comprometendo a estabilidade do terreno.

As lavouras permanentes recobrem o solo por um período superior, além de contarem com raízes profundas, o que contribui para manutenção da qualidade da estrutura física do solo. 

Além disso, outras vantagens das lavouras permanentes são:

  • Menor emissão de gases de efeito estufa.
  • Maior eficiência na utilização de nitrogênio, requerendo um menor aporte de fertilizantes.
  • Capacidade de reciclar nutrientes provenientes da queda de suas folhas, além de armazená-los durante o período de inverno.

Lavouras temporárias × lavouras permanentes: qual é a melhor opção para produção de bioenergia?

O setor agroenergético tem levantado um debate sobre o tipo de cultura mais conveniente para a produção de energia renovável.

A utilização de lavouras permanentes tem sido vista como uma alternativa que implica em um menor prejuízo para a cadeia de produção de alimentos

Além disso, estudos têm demonstrado uma maior eficiência desses vegetais quanto à produção de energia. 

É o caso do salgueiro, miscanthus e capim-bravo, que possuem um balanço energético superior ao de plantas como milho, colza, trigo e triticale.

Sistemas integrados: a possibilidade de unir lavouras temporárias e permanentes

Uma possibilidade de reunir as vantagens de lavouras temporárias e permanentes pode ser encontrada na adoção de sistemas integrados. 

O sistema silviagrícola alia os componentes lavoura-floresta, e o agrossilvipastoril os componentes lavoura-pecuária-floresta, promovendo um uso otimizado da terra. 

Dessa forma, vegetais de ciclo curto podem ser cultivados em conjunto com a silvicultura de forma que exista um benefício mútuo entre as atividades. 

Segundo a Embrapa, o produtor rural tem a vantagem de obter uma diversificação da produção, reduzindo os riscos da atividade econômica e aumentando sua produtividade.

Os sistemas integrados podem ser adotados em propriedades de diferentes tamanhos e perfis, além de serem viáveis em todos os biomas do Brasil. 

Veja também: ILPF – Integração lavoura, pecuária e floresta

Lavouras temporárias e permanentes na contabilidade rural

A classificação das culturas como temporárias ou permanentes é relevante para fins de contabilidade rural. Confira informações sobre esse processo a seguir. 

A contabilidade de lavouras temporárias

Os produtos provenientes de lavouras temporárias serão contabilizados como Ativo Circulante na conta “Cultura Temporária”. 

Os custos são reunidos na subconta “Cultura Temporária em Formação” e podem corresponder a fertilizantes, sementes, mão-de-obra, depreciação de máquinas, etc. 

A subconta “Cultura Temporária em Formação” é classificada de acordo com o produto agrícola explorado (soja, milho, feijão, etc.), recebendo o respectivo título. 

Essa distinção é importante, tendo em vista que muitos agricultores costumam diversificar sua produção.  

Ao final da colheita, o conteúdo da conta “Cultura Temporária” é transferido para a conta de “Produtos Agrícolas”. 

A contabilidade de lavouras permanentes

Os produtos agrícolas oriundos de lavouras permanentes são contabilizados como Ativo Não Circulante – Imobilizado, na subconta “Cultura Permanente em Formação”.

Após a formação da cultura, o saldo da conta “Cultura Permanente em Formação” será transferido para a conta “Cultura Permanente Formada”. 

A partir da realização da primeira colheita, os custos serão lançados na conta do Ativo Circulante – Estoques, sendo intitulada “Colheita em Andamento”. 

Com a conclusão da colheita, o conteúdo da conta “Colheita em Andamento” será transferido para a conta “Produtos Agrícolas”.  

Nessa conta, serão computados os custos acumulados na fase de pós-colheita, a exemplo daqueles empregados com o beneficiamento, armazenamento e aquisição de embalagens. 

À medida que os produtos agrícolas são vendidos, os valores dos custos computados na conta “Produtos Agrícolas” serão transferidos para a conta “Custos dos Produtos Vendidos”. 

Recomenda-se que o produtor rural procure o auxílio de um contador especializado. Dessa forma, ele poderá ter um controle mais preciso do aspecto financeiro de sua atividade.

A realização do controle contábil proporciona dados que auxiliam na tomada de decisões sobre os rumos da empresa rural. 

Conclusão

Neste artigo, vimos o que são lavouras permanentes e temporárias, conhecemos seus principais exemplos e analisamos as vantagens e desvantagens de cada uma delas.

A classificação entre lavouras temporárias e permanentes é utilizada na realização de pesquisas agrícolas, além de impactar a realização da contabilidade rural. 

A decisão sobre qual cultura adotar deve considerar variáveis climáticas, conhecimento técnico exigido e viabilidade econômica.

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