Atualmente, existem 118 elementos químicos reconhecidos. Desses, 26 são artificiais, isto é, produzidos em laboratório, e 92 são naturais, ou seja, são encontrados na natureza. Nesse contexto, está o níquel — elemento representado pelo símbolo Ni.
O níquel faz parte da Tabela Periódica. Ele se encontra no grupo 10, no quarto período, e seu número atômico é 28. Isso significa que ele tem 28 prótons e 28 elétrons.
Agora, por que estamos falando sobre todas essas informações? Porque o níquel é um elemento usado em diversas áreas, podendo até ser benéfico no contexto da agricultura.
Assim, se você quer saber mais sobre esse elemento e como ele pode contribuir para suas plantações, acompanhe a leitura a seguir com atenção!
O que é o níquel e quais as suas principais características?
O níquel é em um elemento químico de coloração branco-prateada, classificado como um metal de transição.
Trata-se de um elemento que, em temperatura ambiente, se encontra em estado sólido, em um formato de rocha.
Ele é levemente duro (porém, maleável), conduz eletricidade e calor, possui caráter ferromagnético e é resistente à corrosão e à oxidação — o que é interessante para evitar ferrugens e certos tipos de desgastes.
Em razão dessas propriedades, esse elemento é bastante utilizado em aplicações industriais, automotivas, petroquímicas, navais, eletrônicas e até mesmo aeroespaciais.
Contudo, vale destacar que esses não são os únicos usos desse metal (mais adiante, você entenderá essa questão aplicada no campo do agronegócio).
Em resumo, estas são as principais propriedades do níquel (Ni):
● densidade: 8,9 g.cm–3;
● eletronegatividade: 1,91;
● número atômico: 28;
● massa atômica: 58,69 u;
● ponto de ebulição: 2730°C;
● ponto de fusão: 1455°C.
Onde o níquel é encontrado?
Agora que você já conhece o níquel e as suas principais características, vale a pena saber onde ele se encontra.
O níquel costuma ser encontrado em diversos minerais (meteoritos, em especial).
Ele pode ser extraído de minerais lateríticos (também conhecidos como oxidados) e de minerais sulfetados — estes, a principal fonte do elemento atualmente.
O níquel laterítico é destinado, em maior parte, à produção de liga ferro-níquel (relacionado à produção de aço). Já o sulfetado é designado para a fabricação do elemento puro.
Vale destacar ainda que, devido à localização mais profunda e ao rendimento mais baixo, o mineral sulfetado tem um custo mais elevado para produção.
No Brasil, especificamente, o níquel é extraído e produzido em grande proporção em três estados: Bahia, Goiás e Pará.
Quais são os usos do níquel?
Devido às suas características, o níquel é usado em diferentes finalidades. Veja a seguir quais são as principais!
Fabricação do aço inoxidável
O níquel consegue melhorar as propriedades dos metais e das ligas a que se associa. Por causa disso, ele é primordial em aplicações industriais, especialmente porque é amplamente utilizado para fabricar aço inoxidável.
Esse tipo de aço é usado na engenharia, na construção civil, em automóveis, em instalações hospitalares, em cozinhas industriais, em laboratórios, em equipamentos náuticos e em diversos aparelhos e utensílios domésticos, como:
● cafeteiras;
● facas;
● frigideiras;
● garfos;
● panelas;
● torradeiras;
● etc.
Então, como você pode observar, o níquel faz parte do nosso dia a dia. Ele está presente, direta e indiretamente, em diversas atividades da nossa rotina.
Cunhagem de moedas
Outra aplicação do níquel consiste na cunhagem de moedas. Aliás, essa é a utilidade mais conhecida pelas pessoas quando se fala nesse elemento.
Inclusive, vale destacar que, nos Estados Unidos, a moeda de cinco centavos é chamada de nickel (palavra em inglês para “níquel”) — embora ela tenha apenas 25% do elemento em sua composição.
No Brasil, embora as moedas já tenham sido cunhadas a partir desse material, hoje elas são produzidas em materiais como aço inoxidável e aço revestido de bronze.
Produção de baterias recarregáveis
Além do uso na fabricação de aço inoxidável e da cunhagem de moedas, o níquel é bastante popular na produção de baterias recarregáveis.
Essas baterias, assim como os aparelhos e utensílios domésticos citados acima, também fazem parte do nosso dia a dia.
Afinal, elas são utilizadas, por exemplo, em smartphones, notebooks, tablets e também em veículos elétricos e híbridos.
É graças ao papel do níquel que o seu celular permanece ligado durante longos períodos sem precisar ficar conectado na tomada.
Fabricação de ímãs
Por fim, outro uso bastante comum do níquel refere-se à fabricação de ímãs. Conforme mencionado no começo do post, esse elemento químico tem caráter ferromagnético.
Logo, ele se transforma em ímã em contato com campos magnéticos. Vale destacar que existem diversas situações do nosso cotidiano em que esse item se faz presente.
Por exemplo, em elevadores, micro-ondas, televisores, geladeiras, alto-falantes, brincos, bolsas, joias e bijuterias. Todos eles possuem, em sua composição, algum tipo de ímã.
Qual a relação do níquel com a agricultura?
Até aqui, você compreendeu o que é o níquel, onde é encontrado e para que ele serve. Agora, falaremos especificamente sobre o seu uso na agricultura.
O níquel, além das características e propriedades já apresentadas, é classificado com um micronutriente catiônico. Logo, ele é um elemento de grande relevância para o metabolismo do nitrogênio.
A principal fonte de níquel é o material de origem dos solos. Ele pode estar no calcário, adubos fosfatados e resíduos orgânicos, como o lodo de esgoto.
Desse modo, dependendo da sua concentração, esse elemento pode atuar como um nutriente para as plantas.
Ele pode, por exemplo, aumentar a atividade da urease foliar e, assim, impedir a acumulação de teores tóxicos da ureia. Além disso, ele tem um papel importante na resistência das plantas a pragas e doenças.
Por outro lado, é válido ressaltar que, em altas concentrações, o níquel pode causar toxidez. Dessa forma, ele pode:
● afetar o crescimento das raízes e da parte aérea da planta;
● deformar diversas partes da planta;
● gerar clorose em virtude da menor absorção de ferro;
● reduzir o transporte de água e sais minerais na planta;
● causar deficiência de micronutrientes, como cobre, manganês e zinco.
Portanto, é fundamental ter cuidado para não usar esse elemento em excesso em suas plantações.
Agora, além de não usar de maneira excessiva, é importante evitar que haja uma carência desse elemento. Isso porque a deficiência de níquel também pode ser um problema, principalmente porque assim pode-se ocasionar:
● uma redução considerável na germinação de sementes;
● acúmulo de ureia, de modo a provocar necrose dos folíolos.
As plantas que mais costumam sofrer com a falta de níquel são: arroz, feijão, soja, tomate e outros tipos de leguminosas.
A quantidade adequada do níquel nas plantas varia entre 0,01 mg/kg e 10 mg/kg de tecido.
Como diagnosticar o nível de níquel em uma plantação?
Como você viu no tópico acima, tanto a escassez quanto o excesso de níquel podem ser um problema para plantações.
Por isso, é fundamental utilizá-lo na medida certa para não causar um desequilíbrio nutricional, além de uma condição de estresse nas culturas.
Para diagnosticar o nível desse elemento na sua plantação, comece fazendo uma análise de micronutrientes do tecido foliar. Desse modo, você poderá verificar o equilíbrio nutricional da planta.
Se ela estiver, por exemplo, com clorose, é de suma importância fazer uma análise foliar, de modo a averiguar se o problema está sendo causado pelo excesso ou pela deficiência de níquel.
O que o níquel pode causar no corpo humano?
Conforme você acompanhou até aqui, o níquel tem diversas aplicabilidades, podendo ser utilizado desde indústrias até o agronegócio.
Contudo, é válido saber que, em determinadas situações, esse elemento pode ser prejudicial para a saúde humana, por exemplo, quando há uma exposição constante a ele — como é o caso de profissionais que trabalham em siderúrgicas.
Diante dessa circunstância, o níquel pode causar dermatites, reações alérgicas, disfunções pulmonares e até mesmo câncer.
Portanto, é essencial tomar bastante cuidado para que esse elemento não ocasione maiores problemas e adversidades à sua saúde.
No caso de trabalhar em uma empresa em que o níquel é bastante presente, por exemplo, é importante usar roupas adequadas e proteções especiais.
Já em relação a situações do dia a dia, você pode usar menos itens que possuem esse elemento e optar por outros tipos de materiais.
Por exemplo, em relação a utensílios domésticos, você pode optar por produtos de borracha ou de plástico. No caso de bijuterias e joias, pode usar acessórios que não possuem esse elemento.
Hoje em dia, existem diversas lojas nesse segmento que indicam se determinado acessório contém ou não níquel. Então, vale se atentar.
Considerações finais
Ao longo deste artigo, você viu o que é o níquel, quais as suas principais características e onde se encontra esse elemento. Além disso, conferiu as aplicações do Ni, inclusive no setor do agronegócio.
Por fim, viu que esse elemento, embora bastante utilizado, pode oferecer alguns riscos e gerar efeitos nocivos para a saúde humana. Portanto, é de suma importância ter alguns cuidados e atenção com relação a ele.
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