Antes de explicar quais são as vantagens e desvantagens da produção de soja no Brasil, é válido adiantar que, para este ano, as previsões estão bastante otimistas. Então, você que é produtor rural atente-se às oportunidades!
De acordo o noticiado pelo IBGE, a safra de soja, depois de um período de baixa, atingirá o recorde esperado para a produção agrícola brasileira em 2023.
É esperado que a colheita de grãos nacional seja de 293,6 milhões de toneladas, ou seja, 30,9 milhões de toneladas a mais que o desempenho previsto para 2022, somando um aumento de 11,8%.
Os dados foram retirados do segundo Prognóstico para a Produção Agrícola (2023), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O cenário é até animador, já que em 2022 a safra da soja ficou abaixo do esperado por causa da falta de chuvas, principalmente na região Sul. Agora, as condições climáticas se mostram mais favoráveis ao bom desenvolvimento das lavouras.
Isso significa que pode ser que tenhamos uma recuperação considerável da produção. Para a supersafra de soja, são esperadas 146,4 milhões de toneladas, alta de 22,5% em relação a 2022.
Por último, no que diz respeito à colheita, a produção agrícola prevê colheitas maiores de soja, com alta de 22,5% ante 2022 (26.866.714 de toneladas a mais).
Apesar de tantos aspectos positivos da monocultura, por outro lado, também existem os negativos. Continue lendo este artigo até o fim para entender melhor sobre o assunto. Boa leitura!
Vantagens e desvantagens da produção de soja
Não é novidade que, ainda hoje, a soja é considerada uma das principais fontes de renda do país e, claro, dos produtores rurais também. Não à toa ocupa o lugar de um dos produtos mais exportados há 22 anos.
Isso quer dizer que é praticamente desde quando o Brasil passou a registrar e divulgar os dados de vendas ao exterior. De acordo com dados da Conab, a exportação de soja alcançou US$ 6,03 bilhões em julho de 2022 (21%).
Além disso, é fato que nesses últimos anos a cultura conquistou mais preferência justamente em razão de sua boa rentabilidade, quase sempre garantida às lavouras.
Com diversos avanços tecnológicos, técnicas de manejo inovadoras, estudos e investimentos, o clima, pragas, plantas daninhas e agroquímicos não são mais impeditivos para gerar resultados satisfatórios.
Entre os principais pontos atrativos estão os preços, áreas degradadas, o surgimento de sementes resistentes e, também, a alta demanda pelo produto.
Por falar nisso, muitos produtores de soja aguardam o momento certo para venderem e lucrarem mais; afinal, pagaram preços mais altos em insumos agrícolas, principalmente adubos.
Contudo, como mencionamos, sempre existirão vantagens e desvantagens da monocultura – no caso, da soja. É sobre isso que vamos explicar adiante.
O que é monocultura, afinal?
Basicamente, a monocultura é uma prática que visa favorecer a produção para exportação. Por isso, a escolha do produto que será cultivado está ligada ao mercado internacional.
Para que dê certo, é preciso uma grande extensão de terra que, claro, deve ser preparada antes. Isso quer dizer que toda cobertura vegetal da área destinada ao cultivo/criação deverá ser retirada.
Essa é uma das atividades que entra como desvantagem da produção de soja no Brasil, já que causa inúmeros danos ao meio ambiente. Na prática, funciona da seguinte maneira:
- Retirada da cobertura vegetal
- Preparo do solo para o plantio
- Cultivo de uma única cultura na mesma área quantas vezes forem necessárias
- Uso intenso de defensivos agrícolas
Apesar de ser lucrativa, até por estarmos vivenciando um momento de expansão do cultivo, da colheita e da exportação da soja, ainda há a questão de entender como reduzir os danos.
Quais os problemas do cultivo da soja?
Existem as vantagens e desvantagens da produção de soja no Brasil, mas, neste tópico, apresentaremos os problemas causados pelo seu cultivo.
A produção da soja é configurada em monocultura, que, conforme dito anteriormente, provoca danos (até irreversíveis) ao meio ambiente.
Cultivar uma única espécie gera exaustão do solo, causando defasagem de nutrientes e, consequentemente, empobrecimento nutricional.
Mas não é só isso; a prática também incita o uso frequente de defensivos agrícolas e fertilizantes, usados para controle e combate de pragas e plantas daninhas.
Quando utilizados de forma incorreta, contaminam o solo, lençóis freáticos e outros recursos hídricos.
Aqui, pode-se dizer que um problema acarreta outro; a contaminação da água também compromete a vida dos animais marinhos, causando gigantesco desequilíbrio ecológico.
Indo além, para que a produção de soja seja possível, é necessário desmatar grandes extensões de terra.
Pensando em longo prazo, o desmatamento causa alterações climáticas, reduz a biodiversidade e provoca a extinção de diversas espécies de plantas e animais.
Quais as vantagens da produção de soja no Brasil?
Apesar das desvantagens, há vantagens da produção de soja no Brasil. Quando falamos em cultivo, podemos destacar:
- Alta produtividade em menos tempo
- Redução de custos para produção
- Facilidade no uso de herbicidas
- Produção 100% voltada à exportação, o que promove ganhos para a economia brasileira
Quando se trata de economia, a soja exerce um importante papel na agricultura brasileira por dois motivos: primeiro, o retorno econômico; segundo a versatilidade do grão.
A soja pode ser usada pela indústria, como fonte de proteína para criação animal, produção de óleo vegetal ou para a produção de biocombustíveis.
Esses fatos fazem da soja uma cultura bastante importante, com poder de até mesmo aumentar o PIB do país, em conjunto com as demais cadeias do agronegócio.
Segundo dados disponibilizados pela Embrapa, safra 2020/21, o consumo interno (processamento) de soja em grão (Abiove): 47,781 milhões de toneladas em 2021.
Qual a importância da produção de soja?
O tema vantagens e desvantagens da produção de soja no Brasil rendeu diversos desdobramentos econômicos, ambientais e socioambientais. Há problemas que dificilmente serão revertidos, mas, em paralelo, há muitas oportunidades de ganhos.
A soja protagonizou uma revolução alimentar que merece reconhecimento. Não existe outra proteína de origem vegetal com custo-benefício tão atrativo. A partir dela, pode-se produzir carnes, leites e outros derivados.
Além disso, ainda colabora para garantir o alimento na mesa de milhões de brasileiros. Aliás, tudo o que é usado no dia a dia tem origem na soja, por exemplo, o óleo de cozinha.
Agora, a título de curiosidade, outro segmento de produtos alimentícios que aproveita a soja é o de bebidas prontas (leite e sucos de frutas).
Sua procura será sempre alta, também, se levarmos em conta que diversas indústrias optam pela soja como matéria-prima durante o processo de fabricação de seus produtos.
O item é usado, ainda, por indústrias de cosméticos, farmacêuticas, veterinárias, de vernizes tintas e de plásticos.
Esse grão pode ainda ser usado muito pela indústria de adesivos e nutrientes, adubos, formulador de espumas, fabricação de fibra, revestimento e papel emulsão de água para tintas.
Um dos temas que está em evidência e discussão é o uso da soja para o desenvolvimento de biodiesel. Trata-se de um combustível renovável importantíssimo que contribui para a redução da emissão de gases poluentes.
Basicamente, o biodiesel tem em sua fórmula o diesel de petróleo e óleo extraído de várias oleaginosas. O óleo de soja representa mais de 80% da demanda total de fabricação de biodiesel no Brasil.
Como pode ter notado, sempre existirão vantagens e desvantagens quanto à produção de soja no Brasil. Está longe de ser uma cultura extinta ou de menor valor, mesmo sob condições adversas.
Para reduzir ao máximo os danos ambientais, o agricultor pode dar preferência à rotação de culturas, por exemplo, que consiste em alternar, de forma ordenada, diferentes culturas (deve ser feita com embasamento técnico) em determinado espaço de tempo, na mesma área e na mesma estação do ano.
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