Conhece os principais tipos de adubação? Não? Então esse artigo é especialmente para você.
O Brasil possui uma grande variedade de solos em sua extensão. Latossolos, argissolos e neossolos compõem 70% do território nacional.
Uma boa parte deles tem baixa fertilidade natural; em alguns casos, há alta saturação por alumínio, segundo a Embrapa, levando à dependência de diferentes tipos de adubação.
A adubação é crucial para alcançar altas produtividades, claro que não sozinha; ela precisa estar associada a outras práticas, mas por si só ela ajuda a garantir uma qualidade maior no produto final.
Dadas as peculiaridades de cada solo, existem diversos tipos de adubo, bem como formas de aplicação. Saber quais são eles deve fazer parte do planejamento de uma lavoura.
Pensando nisso, fizemos este artigo para explicar mais sobre adubação, bem como quais são os tipos mais utilizados, vantagens e outros pontos importantes. Confira!
O que é a adubação?
A adubação é um processo que visa construir ou mesmo repor a fertilidade do solo. A ideia é que os nutrientes necessários para as plantas sejam devolvidos de forma que garantam a produtividade.
Quanto melhor for a adequação do nível de nutrientes do solo, maior será o crescimento saudável da planta.
Para saber a quantidade de fertilizantes e adubos necessários, é preciso analisar o solo, a fim de evitar excessos ou faltas.
Na análise do solo, são fornecidos dados que influenciam a disponibilidade dos nutrientes para as plantas como o pH e a presença de alumínio.
Importância da adubação para a agricultura
A agricultura é responsável por produzir alimentos e outros produtos que são usados no cotidiano das pessoas.
Para poder atender à demanda atual, com altos níveis de produtividade, é necessário aplicar adubos e fertilizantes.
A aplicação de adubos no solo ajuda a melhorar suas propriedades físicas, químicas e biológicas, culminando em boas respostas das plantas.
Além de deixar as plantas com mais vigor e beleza, os adubos contribuem para a resistência a pragas e doenças.
Quando há deficiência ou superdosagem de um nutriente, isso interfere na absorção de outros nutrientes, o que prejudica o desenvolvimento das plantas, reduzindo a produtividade.
Quais são os três tipos de adubação fundamentais?
Os três principais tipos de adubação do solo são orgânica, mineral ou organomineral. Conheça a seguir as diferenças entre eles!
Adubação orgânica
O adubo orgânico é fruto da compostagem de matéria-prima vegetal e animal que passa pelo processo de decomposição.
Entre os tipos de adubação orgânica temos resíduos vegetais e animais como folhas secas, restos de alimentos, esterco animal, vinhaça, entre outros.
Esse tipo de adubo incrementa o teor da matéria orgânica, aumentando o CTC do solo e a capacidade de retenção de água, deixando o solo mais saudável.
Um aspecto interessante sobre a adubação orgânica é que ela é responsável por reduzir a oscilação térmica do solo, justamente porque a matéria orgânica é má condutora de temperatura.
Vale destacar que o adubo orgânico também reduz o impacto ambiental justamente por aproveitar resíduos; inclusive, isso é tão importante quanto os diferentes tipos de adubação verde.
Em contrapartida, é necessário destacar que o adubo orgânico pode limitar o aporte de nutrientes quando comparado com as outras opções; logo, é preciso considerar tal fato na hora de decidir sobre a sua utilização.
Por apresentar variação na sua composição, isso pode não suprir as exigências nutricionais das plantas, sendo necessário complementar com adubos minerais.
Tipos de adubação – Adubação mineral
A adubação mineral é outro entre os tipos de adubação. A sua composição é formada por elementos como cloretos, carbonatos e fosfatos.
O principal objetivo da adubação mineral é auxiliar solos com baixa fertilidade e prepará-los para receberem o cultivo de culturas.
Vale lembrar que esse tipo de adubação é bastante concentrado e costuma vir em forma de grânulos, fazendo, assim, com que eles não entrem em contato direto com a raiz da planta, devido à sua absolvição gradativa.
A utilização de fertilizantes orgânicos contribui para a melhora na eficácia da adubação, devido à disponibilidade contínua de nutrientes para as plantas. Se comparado ao adubo convencional, a lenta liberação faz com que haja um maior valor agregado.
Uma das grandes vantagens dessa opção de adubação é que a sua composição química é bem definida, facilitando, assim, a compreensão sobre a quantidade ideal de aplicação para resolver as deficiências do solo.
Por exemplo, temos diferentes tipos de adubos NPK, e cada um serve para uma finalidade específica:
- NPK 8-8-8: usado em plantas ornamentais;
- NPK 10-10-10: usado em plantas que não produzem frutos;
- NPK 04-14-08: usado para estimular a produção de flores e frutos;
- NPK 20-10-10: usado na fertilização de gramados;
- NPK 15-15-20: usado hortas, em especial para cultivos em estufas.
Adubação organomineral
A adubação organomineral é composta de ativos orgânicos e minerais, ou seja, é um adubo orgânico enriquecido com fontes minerais.
Tal combinação foca a melhoria do solo e das suas propriedades físicas, bem como fornece matéria-prima, promovendo o crescimento saudável e rápido da planta.
Além de auxiliar no melhor desenvolvimento do solo, esse tipo de adubação contribui para a proliferação de microrganismos, colaborando para que as plantas absorvam melhor os nutrientes aplicados.
Como são usados e aplicados os adubos?
Depois de termos falado sobre quais são os principais tipos de adubos utilizados na agricultura, chegou a hora de entender como eles são usados e aplicados!
Aplicação por semeadura
A estratégia de aplicação por semeadura, como o próprio nome diz, ocorre durante o plantio. Os adubos granulados são aplicados diretamente no solo um pouco abaixo das sementes, nos mesmos sulcos em que elas são depositadas.
Vale lembrar que eles podem ou não ser depositados com a ajuda de um arado.
Tal técnica é indicada especialmente para aqueles solos que necessitam de fósforo, um nutriente crucial para o crescimento de plantas e que deve ser depositado perto das raízes delas.
Tipos de adubação – Foliar
Para a adubação foliar, os fertilizantes precisam ser dissolvidos em água e ser pulverizados sobre as folhas das plantas.
Os nutrientes são absorvidos pela parte aérea, e não pelas raízes; essa técnica é uma prática complementar na nutrição vegetal.
Vale destacar que os adubos aplicados nas folhas são assimilados de maneira mais rápida em relação àqueles que são aplicados no solo.
No entanto, a desvantagem é que o seu aproveitamento de nutrientes acontece em um espaço curto de tempo, o que vai demandar a sua reaplicação.
Fertirrigação
A fertirrigação é uma prática agrícola na qual é utilizado um sistema de irrigação para que os adubos possam ser aplicados.
Para isso, os fertilizantes são diluídos em água e distribuídos em dosagens adequadas na plantação.
A metodologia é considerada eficiente e mais barata na nutrição das plantas, economizando, assim, o uso de adubos na lavoura.
Microirrigação, aspersão, microaspersão e gotejamento são algumas das técnicas aplicadas.
O fato de acontecer junto da irrigação faz com que esse processo de absorção de nutrientes seja melhor. O mais indicado nesse caso é optar pelos adubos líquidos.
Quais as vantagens dos diferentes tipos de adubação?
Tão importante quanto conhecer o tipo de adubação é saber as vantagens que cada um deles traz para a agricultura. Confira a seguir!
Orgânica
No caso da adubação orgânica, as vantagens começam pela agregação do solo. Isso significa que a matéria orgânica atua como um condicionador das partículas, formando agregados considerados bem estáveis.
Isso leva também a uma diminuição do potencial erosivo da água nos solos, Além disso, a matéria reduz a consistência plástica e a pegajosidade encontrada em solos argilosos, por exemplo.
Vale ainda destacar que a matéria orgânica é fonte de nutrientes, liberando, durante a decomposição, elementos como nitrogênio, enxofre e fósforo.
Tipos de adubação – Mineral
A adubação inorgânica, como também é conhecida a adubação mineral, tem como principal vantagem a rápida disponibilidade de nutrientes para a planta.
O fato de ser produzida artificialmente, apresentando uma composição química bem definida, facilita o trabalho do produtor na hora de definir a quantidade de nutrientes que serão utilizados.
Sem contar que as plantas costumam ter uma resposta melhor quando entram em contato com os elementos minerais.
Organominerais
O adubo organomineral traz o equilíbrio ideal para o solo, sem contar que representa uma economia para o produtor.
Isso porque, de uma safra para outra, é possível saber se o solo exige menor adubação, sem reduzir a produtividade.
Esse tipo de adubo também representa uma vantagem ambiental. A produção é realizada com resíduos orgânicos como restos de cultura e subprodutos da indústria, que seriam eliminados.
A partir disso, eles são transformados e potencializam a produtividade das plantações.
Vale destacar que esse tipo de adubo aumenta a resistência ao estresse ambiental e potencializa a ação microbiana, importante para a saúde das plantas.
Conclusão
Conhecer os diferentes tipos de adubação é importante para uma prática agrícola mais acertada, focada em repor os nutrientes e ajustar a fertilidade do solo.
No entanto, somente a adubação não é a garantia de alta produtividade. É preciso considerar outros fatores como solo, clima, incidência de pragas, etc.
Por isso, cada cenário deve ser avaliado individualmente, considerando aspectos agronômicos, ambientais e econômicos.
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