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Carrapicho planta em meio a lavoura

Carrapicho-planta: conheça mais sobre essa planta daninha

Quando falamos sobre agricultura e seus principais desafios, uma das primeiras coisas que vêm à mente são as plantas daninhas, como o carrapicho-planta. 

Tais plantas são um dos principais fatores que causam prejuízos no campo, dependendo de diferentes técnicas de manejo para a sua eliminação. 

Os números não deixam mentir: são mais de R$ 9 bilhões gastos anualmente no combate às daninhas, e, ano após ano, a resistência aos herbicidas faz esse valor aumentar. 

O carrapicho, que citamos logo no início, é capaz, por exemplo, de infestar dezenas de culturas perenes. 

Em alguns casos, como o do algodão, ele reduz a qualidade da fibra causando danos à qualidade da cultura. 

Mas como evitar que essa planta daninha se alastre? Como reconhecê-la? Qual é o manejo mais adequado?

Neste artigo, você vai conferir um panorama completo sobre o carrapicho-planta, suas características, formas de manejo e muito mais!

Carrapicho-planta: conheça melhor essa planta daninha 

O carrapicho-planta, ou capim-carrapicho, é uma planta daninha comumente conhecida por “agarrar” em roupas e pelos de animais. 

Ele tem origem na América tropical, sendo bastante comum em todo o território brasileiro, especialmente na região Sudeste. 

A espécie faz parte da família Poaceae e é encontrada principalmente em pastagens e regiões abandonadas, mas tem característica invasora quando se desenvolve em meio à cultura. 

A planta tem ciclo anual e se reproduz por meio de suas sementes, alastrando-se por enraizamento dos colmos, ou seja, dos nós que entram em contato com o solo. 

A semente da espécie tem um formato subgloboso que mede de 4 a 7 mm. 

Quando se desenvolve, o carrapicho apresenta espiguetas que podem ter de 5 a 50 invólucros espinhosos, com uma tonalidade que varia do verde-amarelado ao púrpura. 

Tal planta é capaz de se desenvolver em qualquer tipo de solo, ou seja, não importa se a área é fértil para a agricultura ou se o solo é pobre e arenoso; sua presença é facilmente identificada. 

Isso acontece porque as plântulas possuem uma base de colmo avermelhado; quando elas são retiradas do solo com cuidado, é possível observar a semente presa às suas raízes. 

Em seu estágio de desenvolvimento inicial, o capim-carrapicho é usado como forrageira, devido às suas características nutricionais favoráveis e à palatabilidade, que ajuda na alimentação do gado. 

A partir do momento em que a frutificação se inicia, a planta se torna imprópria para consumo dos animais. 

Principais características de plantas daninhas

O carrapicho-planta é uma daninha, sendo classificado assim devido a algumas especificidades. 

De acordo com a Embrapa, algumas características permitem que essas plantas sejam facilmente identificadas em uma lavoura, entre as quais estão: 

  • capacidade de germinação em qualquer tipo de ambiente; 
  • longevidade de propágulos e dormência; 
  • crescimento inicial que acontece rapidamente e de maneira vigorosa; 
  • produção de um grande número de sementes; 
  • serem anuais, bianuais ou perenes, variando conforme a espécie. 

Quais são as condições ideais para seu desenvolvimento?

A temperatura ideal para o desenvolvimento do carrapicho-planta é 25º C, e uma única planta é capaz de produzir até 1.100 sementes, dependendo das condições do ambiente.

Outra característica importante e que define o desenvolvimento do carrapicho-planta é a sua indiferença à luz no processo de germinação. 

Diferentemente de muitas espécies, ela pode ter a germinação potencializada mesmo no escuro. Isso acontece graças ao tamanho das sementes, que atingem até 10 cm no solo, dependendo das condições.

A dispersão também favorece o seu desenvolvimento, graças ao fato de que seus pequenos frutos dispõem de pequenos espinhos, ou pelos, que grudam facilmente na roupa das pessoas ou nos animais. 

Com isso, a planta consegue se dispersar por longas distâncias; desse modo, explica-se a sua presença em vários locais do país. 

Quais são as principais culturas afetadas? 

O carrapicho-planta afeta um amplo espectro de culturas, como soja, milho, algodão, feijão, cana-de-açúcar, café, arroz e citros.

No algodão, por exemplo, quando o carrapicho adere à sua fibra, causa um problema irreversível, o que leva a uma desvalorização da cultura. 

Além desses problemas, o carrapicho-planta pode também ser um indicador de erosão no solo, bem como de compactação e outros problemas, o que acaba causando prejuízos à produtividade da lavoura. 

Por isso, se ele está presente no local, é importante ficar atento aos sinais.

Danos causados pelo carrapicho-planta

A competição por água e luz é um dos principais danos causados pelo carrapicho-planta às culturas, gerando problemas às espécies. 

Sem contar que o carrapicho também é capaz de provocar ferimentos nos trabalhadores do campo, atrapalhando a colheita mecanizada de lavouras. 

Outro problema é que a presença dessa planta também é um fator que dificulta a alimentação dos animais nas pastagens; quando é usada como forrageira, ela serve, conforme mencionamos; com o seu desenvolvimento, entretanto, ela deixa de ser palatável. 

Além desses pontos destacados, a queda da produtividade também é notada quando essa planta daninha está presente na área. 

As culturas se tornam mais suscetíveis a pragas e doenças que têm o capim-carrapicho como hospedeira. Com isso, é possível ver um aumento em impurezas e a redução da qualidade da colheita. 

Como realizar o manejo adequado do carrapicho-planta?

O fato de emergir de grandes profundidades faz com que o carrapicho-planta seja de difícil manejo. 

Isso acontece principalmente porque o manejo mecânico do solo em uma área ocupada pela planta daninha pode gerar vários fluxos de emergências, dificultando o uso de herbicidas pós-emergentes.

O tamanho das sementes é outro fator que dificulta esse manejo; o fato de ser grande faz com que a dispersão esteja muito mais ligada ao trânsito de máquinas sem a devida higienização.

Consequentemente, cria-se a necessidade de um manejo integrado para que uma população resistente nasça. 

E no que diz respeito à integração de técnicas, isso inclui, por exemplo, a prevenção que foca práticas que vão do uso de sementes e mudas livres de propágulos da planta daninha até o isolamento das áreas contaminadas para a limpeza. 

No controle cultural, visa-se ao uso de práticas que favorecem o crescimento das culturas em detrimento ao das plantas daninhas; em alguns casos, fazer a adubação equilibrada já é suficiente para reverter o problema. 

Realizar o plantio na época adequada e apostar na rotação de culturas são também práticas eficientes para prevenir o desenvolvimento do carrapicho-planta. 

Além disso, usar o controle mecânico, que consiste no uso de ferramentas antes ou depois da semeadura, por meio da aração ou gradagem, é de grande eficácia na retirada de plantas daninhas, mas para isso os equipamentos devem estar limpos. 

Já no controle físico, as plantas daninhas podem ser controladas por meio de agentes como o fogo, solarização e alelopatia, que é o efeito de uma planta sobre a outra por meio de agentes biológicos que causam algum tipo de prejuízo. 

O controle biológico consiste no uso de organismos vivos que impedem o desenvolvimento do carrapicho. 

Por fim, temos o controle químico, que usa produtos como herbicidas e outros químicos que ajudam a combater esse problema no campo. 

Agora que você já conhece mais sobre o manejo integrado, vamos falar mais sobre como é feito o combate do carrapicho-planta em algumas culturas importantes!

Milho e soja 

A entressafra do milho e da soja é considerado o período ideal para realizar o manejo do carrapicho-planta, devido às opções de defensivos e herbicidas a serem usados. 

A indicação é que a aplicação seja realizada em plantas com até 2 perfilhos, com chances maiores de sucesso. 

O herbicida deve ser aplicado em plantas sem estresse hídrico, que é quando a água disponível no solo está reduzida, prejudicando, assim, a absorção. 

Entre as principais opções de herbicidas a serem usados, temos glifosato, Cletodim, Haloxyfop, Paraquat, glufosinato de amônio, Trifluralina e Imazetapir. 

No caso da pós-emergência, para as plantas pequenas ou rebrota de plantas perenizadas na soja, temos como opção eficiente o uso de graminicidas. 

Incluir herbicidas pré-emergentes em diferentes fases do manejo é crucial, especialmente quando existem áreas com grandes infestações de capim-carrapicho. 

Tal ação ajuda a reduzir a necessidade de aplicações em pós-emergência e ainda previne a seleção de plantas resistentes, o que acaba sendo uma alternativa boa para o produtor, tendo em vista o ótimo custo-benefício. 

Falando especificamente sobre o milho, o cuidado deve ser redobrado, pois a cultura também é de gramíneas, o que torna mais complexo o manejo do carrapicho-planta. 

Conclusão

Conhecer os detalhes sobre uma planta daninha como o carrapicho-planta é essencial para evitar a sua disseminação e, consequentemente, os prejuízos econômicos por ela causados. 

Se você é um distribuidor de insumos agrícolas, sabe da importância de orientar bem os produtores que chegam até o seu estabelecimento e oferecer bons produtos para o combate das plantas daninhas.

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