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Integração lavoura-pecuária: como funciona e seus benefícios

O sistema de integração lavoura-pecuária tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil nos últimos anos. 

Tal fato se deve não só à necessidade de maior sustentabilidade e produtividade das propriedades, mas também à conscientização sobre largas áreas de pecuária subutilizadas. 

Nesse modelo de utilização da propriedade rural, o foco está no uso e no manejo racional do solo.

De maneira geral, isso representa uma evolução para o agronegócio, afinal, permite aumentar a lotação animal e produzir grãos em um mesmo espaço. 

Não por acaso, vários estudos têm sido conduzidos por instituições como a Embrapa, visando à melhoria dessa integração e à obtenção de todas as vantagens que ela traz. 

Neste artigo, você vai conhecer mais detalhadamente como funciona a integração lavoura-pecuária, as suas vantagens e os desafios e a maneira mais eficiente de implementar o sistema!

O que é sistema de integração lavoura-pecuária?

A integração lavoura-pecuária (ILP) é uma técnica que permite o cultivo de pastagem para gado e a produção de grãos ao mesmo tempo em uma mesma área.

Esse sistema produtivo incentiva diversidade, rotação, consorciação e sucessão de atividades tanto agrícolas quanto pecuárias dentro de uma propriedade rural. 

Tudo funciona de maneira planejada, a fim de que as duas atividades sejam beneficiadas. 

Um dos principais diferenciais da ILP é que ela possibilita a exploração econômica do solo durante o ano todo ou em boa parte dele, favorecendo o aumento da disponibilidade de produtos vindos dele a um custo mais baixo devido à sinergia entre lavoura e pastagem. 

Só para se ter uma ideia, alguns dias ou semanas depois da colheita dos grãos, o capim está pronto para a pastagem, garantindo um pasto de ótima qualidade para o gado no período que compreende a entressafra.

Quais são os sistemas de integração lavoura-pecuária?

A integração lavoura-pecuária (ILP) ou agropastoril foca a integração entre agricultura e pecuária em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área e em um mesmo ano agrícola ou por vários anos, em sequência ou intercalados.

Vale lembrar que esse não é o único sistema que une agricultura e pecuária; temos também:

  • integração pecuária-floresta (IPF): tal sistema também é conhecido por silvipastoril e integra os componentes pecuário e florestal, em consórcio;
  • integração lavoura-floresta (ILF) ou silviagrícola: integra os componentes florestal e agrícola por meio do consórcio de espécies arbóreas com cultivos agrícolas anuais ou mesmo perenes; 
  • integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF): nesse sistema, também conhecido como agrossilvipastoril, são integrados componentes agrícola e pecuário em consórcio ou sucessão, além do componente florestal. 

Por que realizar a integração lavoura-pecuária?

O sistema ILP é uma opção acessível, contribuindo para a recuperação de áreas degradadas por meio da adoção de boas práticas agropecuárias e do aumento na eficácia no uso de máquinas, equipamentos e até mesmo mão de obra. 

Mas não se trata apenas da recuperação do solo; é também devolver a ele a fertilidade, promover a redução nos custos de produção nas atividades agrícola e pecuária, melhorar suas condições físicas e biológicas e também aumentar a estabilidade de renda do produtor. 

A seguir, vamos detalhar melhor alguns desses pontos para que você entenda o quão benéfico é esse sistema!

Recuperação de áreas degradadas

Talvez este seja um dos maiores ganhos do ILP, que é a recuperação de áreas degradadas. As plantações são uma forma de recuperar ou mesmo reformar uma pastagem. 

Na área da pastagem depois da recuperação do solo, são cultivadas culturas por um, dois ou mais anos e, depois, volta-se com a pastagem, que vai aproveitar os nutrientes residuais na produção de forragem. 

Vale destacar que a pastagem é considerada degradada quando ela produz menos de 40% da sua capacidade produtiva em condições ideais de fertilidade do solo, manejo e precipitação pluviométrica. 

Por sua vez, o solo degradado é aquele que apresenta alta acidez, baixa fertilidade e superfície em processo de erosão.

Redução de custos

Como a produtividade é maior tanto na agricultura quanto na pecuária, o produtor rural tem uma redução nos custos

Isso se deve a vários fatores como a menor demanda por defensivos agrícolas e o melhor aproveitamento da mão de obra. 

Aumento da estabilidade de renda do produtor  

A diversificação de culturas no momento de rotação e o aumento de produtividade trazem maior estabilidade de renda ao produtor. 

Isso porque há uma diminuição nos riscos de cultivo de uma única cultura, por exemplo, se aposta em apenas um tipo de lavoura, maior a chance de que em uma seca haja a perda na produção. 

Sem contar que essa rotatividade entre agricultura e pecuária faz toda diferença na hora de quebrar ciclos de doenças e pragas que costumam atacar a lavoura. 

Desafios da integração lavoura-pecuária

Não só de benefícios vive o proprietário rural que decide optar pelo sistema. 

A integração lavoura-pecuária tem vantagens e desvantagens, o que traz alguns desafios, entre os quais estão: 

  • necessidade de maior qualificação e dedicação não só do proprietário, mas também gestores, técnicos e toda mão de obra que atua na propriedade; 
  • maior investimento na atividade;
  • retorno apenas em médio e longo prazo; 
  • necessidade de infraestrutura regional e mercado local que suporte os insumos obtidos através das atividades;
  • políticas de incentivo à integração ainda em desenvolvimento.

Como implantar o sistema lavoura-pecuária?

Antes de decidir pela integração lavoura-pecuária, é preciso levar em consideração alguns aspectos cruciais, que estarão especificados a seguir!

Requisitos

Ao optar pela integração lavoura-pecuária, a primeira coisa em que o produtor deve pensar e se atentar é com relação às ferramentas existentes na propriedade e na região para que o trabalho possa ser desenvolvido. 

Isso é importante porque para um pecuarista ter equipamento necessário para uma colheita, como colheitadeiras, não é algo comum. 

Por isso, é necessário que ele verifique se existem vizinhos ou mesmo prestadores de serviços que possam oferecer essa facilidade, bem como a mão de obra. 

Por sua vez, o agricultor que decide pela integração precisa de um investimento na pecuária, o que não costuma sair barato. 

Logo, o primeiro passo é planejar como vão funcionar os pastos, se há infraestrutura necessária e preparar a propriedade para poder receber esse tipo de atividade, sempre lembrando de checar se a região tem estrutura para tal, até mesmo para dar vazão à atividade.

Momento de consorciar a safra

Uma dúvida bastante comum na integração lavoura-pecuária é: em qual safra consorciar? Bem, é preciso fazer um planejamento para consorciar a forragem na primeira ou segunda safra.

Caso o produtor opte por um consórcio com a cultura de primeira safra, um pasto com maior quantidade de matéria seca será obtido e a sua formação será mais rápida. 

Afinal, o crescimento será favorecido com luz em abundância e calor, além de baixo ou nenhum estresse hídrico. 

Em contrapartida, o consórcio do capim com uma cultura de segunda safra vai proporcionar uma produção mais baixa de forragem. 

Mas, ao mesmo tempo, o produtor vai ter produzido duas safras na área, o que pode levar a um aumento de lucro ou até mesmo maior oferta de alimento final para o gado. 

Vale destacar que antes de começar a implementação da ILP, o que sobrou da propriedade deve ser capaz de suprir a demanda de pasto do rebanho durante o tempo de crescimento da safra de virada. 

Semeadura da forrageira

A semeadura da forrageira pode ocorrer em paralelo à semeadura dos grãos ou um período depois.

Quando for feito o plantio simultâneo, o mais indicado é usar culturas que tenham por característica a velocidade de crescimento. 

Isso faz com que elas adquiram altura rapidamente, o que, por sua vez, leva ao provimento de sobra, limitando o crescimento da forrageira. 

Esse limite é importante e precisa ser acompanhado até mesmo para que seja evitada a competição entre as culturas. 

Tipo de semeadura da forrageira

Existem duas maneiras de semear a forrageira: a primeira delas é a lanço e a segunda, em linha. 

O mais comum é a semeadura a lanço com inclusão de distribuição acontecendo antes do trator

Uma dica dos produtores que realizam essa tarefa é aumentar a quantidade de sementes, a fim de garantir a mesma eficiência da semeadura a lanço. 

A semeadura em linha pode ser feita colocando o capim e o adubo de plantio juntos. 

Nesse caso em específico, é importante lembrar de usar a adubagem fosfatada de maneira exclusiva, visando ao controle de competição entre culturas, além de evitar prejuízos à semente. 

Conclusão

A integração lavoura-pecuária é um sistema que permite rotacionar agricultura e pastagem, beneficiando, assim, o solo e também recuperando áreas degradadas. 

Como visto ao longo do artigo, são vários os benefícios, mas, ao mesmo tempo, é preciso planejamento para a implementação do sistema. 

Isso porque é exigido um bom planejamento para que um melhor aproveitamento da área possa ser obtido; em longo prazo, isso pode significar mais ganhos. 

Agora que você já conhece como funciona a integração lavoura-pecuária, pode desenvolver esse trabalho de incentivo junto aos produtores para adotarem a técnica. Afinal, todos saem ganhando: de distribuidoras ao consumidor final.

Para isso, conte com o apoio da TerraMagna! Nós oferecemos soluções de crédito rural para você investir em insumos agrícolas para o seu negócio. 

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