O PIB do agronegócio, de acordo com previsões da CNA e do Cepea, deverá ser 5% maior do que em 2021.
A safra de grãos será recorde caso a estimativa seja confirmada, alcançando a marca de 289 milhões de toneladas, 14% a mais do que no ano anterior.
Já na pecuária, os números são ainda melhores. O gado de corte terá crescimento do faturamento anual em 22%, a avicultura de corte chegará a 47% e os suínos devem crescer perto de 20%.
Esses dados revelam a importância do agronegócio para o PIB, apesar de haver variações que são reflexo da evolução da renda do setor. Por isso, são levados em conta volume e preços reais.
Dito isso, o principal assunto que será abordado aqui é o PIB do agronegócio. Venha entender; boa leitura!
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ToggleO que é PIB?
Antes de entrarmos especificamente no PIB do agronegócio, é importante que você esteja familiarizado com o tema.
PIB, em poucas palavras, é a soma de todos os bens e serviços finais (para evitar dupla contagem) produzidos por um país, estado ou cidade durante aproximadamente um ano.
Cada país, portanto, calculará o seu PIB de acordo com suas respectivas moedas.
Para que se tenha ideia, de acordo com dados divulgados pelo IBGE, o PIB do Brasil no ano passado foi de R$ 8,7 trilhões. No primeiro trimestre de 2022, o valor foi de R$ 2,2 trilhões.
Apenas para exemplificar, se um país produz R$ 100 de trigo, R$ 200 de farinha de trigo e R$ 300 de pão, o seu PIB será de R$ 300. Os valores da farinha e do trigo já estão contabilizados no valor total do pão.
Assim, já deu para entender que os bens e serviços finais que fazem parte do PIB são medidos com base nos valores repassados aos consumidores. Por isso, os impostos também são considerados.
Além disso, ainda é importante esclarecer que o PIB não representa a riqueza acumulada de um país. Portanto, se um país não produzir nada em um ano, não existirá PIB.
De modo geral, a indústria de alimentos é considerada a maior do país e, por esse motivo, representa 10,6% do PIB brasileiro e gera 1,72 milhão de empregos formais e diretos, de acordo com dados fornecidos pela Abia.
Como o agronegócio colabora com o PIB brasileiro?
Historicamente, foi só nas décadas de 60 e 70 que o agronegócio de fato começou a conquistar espaço no mercado brasileiro, sempre paralelo ao processo de industrialização e urbanização do país.
Foi nesse momento que passou a ser visto como potencial estratégia, atraindo investimentos e pesquisas.
Com o passar dos anos, a modernização e profissionalização do setor permitiram um aumento positivo na economia nacional.
Só no ano passado alcançou um crescimento de 9,37%, segundo dados do CNA e do Cepea. Apesar das adversidades, a previsão é de que continue em expansão.
Como os ramos agrícola e pecuário contribuem com o PIB?
Tanto o ramo agrícola quanto o pecuário colaboram com o crescimento do PIB, afinal, são considerados duas das maiores fontes de riqueza para o país. Os dados apresentados a seguir são referentes ao ano de 2021.
Ramo agrícola
No que diz respeito ao setor agrícola, o crescimento do PIB foi impulsionado pelo alto patamar real dos preços, havendo grandes quebras de produção para culturas importantes, por causa do clima desfavorável.
Além disso, a renda acumulada também não foi como o esperado em razão do expressivo incremento dos custos de produção, que são facilmente justificados com o avanço do PIB dos insumos agrícolas.
A título de ilustração, de acordo com relatório emitido pelo CNA e Cepea em 2021, a indústria de fertilizantes teve um crescimento de 66,11% do faturamento anual, gerando alta de 42,92% dos preços.
Já para a indústria de máquinas agrícolas, a previsão é de que o aumento fosse de 67,01% do faturamento no ano, resultado da combinação do crescimento anual de 46,60%, e do avanço de 13,92% dos preços reais.
Além desses dois fatores, o aumento da produção nacional de fertilizantes e defensivos também impulsionou os resultados.
Ramo pecuário
O setor pecuário, em 2021, não apresentou bons resultados, e uma das principais justificativas foi o aumento dos custos com insumos também dentro da porteira, na agroindústria ou nos agrosserviços.
Já no que se refere ao segmento primário, o PIB cresceu, mas os resultados não foram tão expressivos por causa do elevado custo dos animais vivos e do leite.
Apenas para contextualização, de acordo com a empresa de inteligência de mercado Horus, em abril deste ano, o leite estava presente em 14,2% dos carrinhos.
No mesmo período do ano passado, a incidência era de 1,7 ponto porcentual maior, de 15,9%.
O preço médio do litro passou de R$ 4,29 para R$ 7,25, o que reflete um aumento de quase 69% em um ano. Já o quilo da carne saltou de R$ 29,66 para R$ 31,47 (+6,1%) também em um ano.
Além disso, o aumento do faturamento nas atividades pecuárias também não contribuiu com o PIB, em virtude da alta dos insumos.
Por último, a menor produção de boi gordo impactou de forma negativa o PIB pecuário.
Exportações elevam o PIB: entenda o motivo
As exportações integram a demanda agregada e, como resultado, um aumento expressivo das exportações vai contribuir com uma elevação do PIB.
Todos os dados tratados nos tópicos a seguir são referentes ao levantamento da Secretaria de Comércio de Relações Internacionais do Mapa.
O Brasil, de acordo com pesquisas, apresentou bons resultados. Mostraremos alguns aqui.
Em maio deste ano, as exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 15,11 bilhões, com uma alta de 14,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo o Mapa. A valorização cambial das commodities foi um fato essencial.
Já com relação ao volume de produtos exportados houve uma queda de 12,6% em maio, se comparado a maio de 2021.
Essa queda está relacionada à redução das exportações de soja em grão; ao todo, foram 4,3 milhões de toneladas em maio de 2022 se comparado a maio de 2021.
De qualquer forma, mesmo diante das oscilações, o setor ainda impacta positivamente o comércio mundial. A agropecuária nas exportações totais brasileiras alcançou 51% em maio deste ano.
Ainda nos primeiros cinco meses do ano, as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 63,62 bilhões, um crescimento de 29% em relação a 2021.
O valor chegou a ser considerado histórico para o período. O recorde anterior para o período (de janeiro a maio) foi em 2021, quando foram registrados US$ 49,33 bilhões.
Setores do agronegócio performaram melhor
Entre os principais setores que merecem destaque, inclusive por terem colaborado com a alta do PIB, podemos citar aqui:
- complexo soja (53,9% de participação);
- carnes (14,8%);
- produtos florestais (10,4%);
- complexo sucroalcooleiro (4,4%);
- café (4,2% de participação).
Mas de todos, não há dúvidas de que o complexo de soja foi o principal produto exportado, atingindo o recorde de US$ 8,15 bilhões em maio deste ano.
O valor foi 6,2% maior do que o exportado em maio de 2021. O aumento dos preços médios de exportação dos produtos do setor, que subiram, em média, 39%, contribuiu para o resultado.
Agora, com relação ao setor de carnes, as exportações alcançaram o valor de
US$ 2,23 bilhões (+34,3%). O motivo é o aumento das vendas externas de carne bovina e de carne de frango.
As vendas externas de carne bovina subiram 49,7% e alcançaram US$ 1,08 bilhão.
Por último, está o complexo sucroalcooleiro que, entre os cinco principais setores, apresentou redução nas vendas externas.
O valor exportado caiu de US$ 848,23 milhões em maio de 2021 para US$ 659,28 milhões em maio de 2022 (–22,3%). O que justifica a baixa é a redução do volume exportado de açúcar (–36,4%).
Como você pode ter notado ao terminar de ler este artigo, o agronegócio é praticamente um dos setores que mais movimenta o PIB mundial, e não apenas o brasileiro.
Isso porque está relacionado ao que é produzido e consumido; logo, se um país não consegue produzir, devido aos fatores climáticos, por exemplo, o PIB será nulo.
Além disso, o poder aquisitivo da população também é um dos fatores que impactam na produção, importação ou exportação.
Você já conhecia essas informações?
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