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Bidens alba da família Asteraceae conhecida como picão-preto

Picão-preto: conheça a praga que pode acabar com a sua safra

Você já imaginou o prejuízo que seria perder até 30% da sua safra de grãos? O picão-preto pode fazer isso com sua plantação.

Trata-se de uma planta daninha que está presente em todo o território nacional.

Por isso, ter um controle dessa planta é essencial para os produtores rurais, já que o
picão-preto pode causar sérias infestação nas lavouras.

Evite perder 30% de produtividade e venha saber o que é o picão-preto e como evitá-lo! Vamos lá.

O que é picão-preto?

O picão-preto, também conhecido pelo seu nome científico Bidens pilosa, é uma planta daninha que está presente em toda a América tropical e também na África.

Ele pode se desenvolver e crescer de um jeito rápido, podendo ser encontrado em nosso território durante o ano inteiro. 

Uma das características dessa espécie é que sua reprodução acontece exclusivamente por sementes, com alta produção.

A temperatura ideal para germinação é de 15°C, e temperaturas acima de 35°C costumam ser letais. 

O picão-preto é indiferente à luz quando se trata da germinação; no entanto, a luz consegue otimizá-la.

Com isso, ele se torna uma daninha mais forte e resistente, fato que confere a ela o caráter de fotoblástica positiva, em alguns casos. 

Uma curiosidade é que suas sementes podem se hospedar em grandes profundidades — chegando até 10 centímetros — e têm uma boa longevidade, germinando até 5 anos depois.   

Ou seja, devido a essa característica, o acúmulo de palhada na área e o cultivo do solo não são eficientes para controle de picão-preto. 

Assim, uma das preocupações que o picão-preto causa nos agricultores é que essa daninha infesta as lavouras de forma perene e com grande intensidade.

Além disso, há também o fato de ser uma planta hospedeira de vírus, nematoides e fungos.

Pontos importantes sobre a biologia do picão-preto

O picão-preto é uma planta daninha de ciclo anual, com reprodução por sementes, que pode ser encontrada em quase todo o território brasileiro, como mencionamos.

É possível realizar a diferenciação entre as duas principais espécies presentes no Brasil pela quantidade de arestas nos aquênios (são elas: B. pilosa 2-3 aristas e B. subalternans 4 aristas).

Uma das características da espécie B. pilosa é que ela possui flores periféricas com lígulas bem maiores.

Essas espécies possuem uma ampla disseminação associada a uma grande produção de sementes (3 mil a 6 mil sementes) e a um mecanismo de dormência. 

Isso possibilita as sementes emergirem nos períodos mais favoráveis a elas. As sementes do picão-preto são consideradas grandes e se disseminam principalmente por animais, máquinas e implementos agrícolas.

A temperatura ideal para germinação é de 15℃, lembrando que as temperaturas acima de 35℃ podem ser letais.

Como falamos, embora ela seja indiferente à presença de luz para germinar, a luz pode melhorar seu percentual de germinação. 

As sementes podem emergir de grandes profundidades (próximas a 10 cm), além de poderem viverem muito tempo, o que possibilita a capacidade de germinação mesmo após 5 anos.  

Apesar da baixa competitividade com relação aos cultivos, o alto nível de infestação é comum em algumas áreas e pode refletir perdas no rendimento da lavoura. 

Por isso, é muito importante realizar o correto controle do picão na entressafra, pois ele pode ser “ponte verde” para pragas e doenças que afetam as culturas que vêm em seguida.

O picão-preto é uma das principais hospedeiras de nematoides do gênero Meloidogyne.

Picão-preto: histórico da resistência no Brasil 

O picão-preto já foi uma planta que trouxe muita dor de cabeça para os agricultores mais experientes, sendo o primeiro caso de resistência de plantas daninhas registrado no Brasil.

O histórico da espécie da planta é:

  • 1993: espécie B. pilosa resistente à ALS (Imazethapyr, imazaquin, pyrithiobac, chlorimuron e nicosulfuron);
  • 1996: espécie B. subalternans resistente à ALS (Imazethapyr, chlorimuron e nicosulfuron);
  • 2006: espécie B. subalternans resistente à ALS (Iodosulfuron e foramsulfuron) e à Fotossistema II (Atrazina);
  • 2016: espécie B. pilosa resistente à ALS (Imazethapyr) e à Fotossistema II (Atrazina).

Antes da utilização da soja RR, os mecanismos de ação ALS eram muito importantes para o controle de folhas largas na cultura da soja e do milho, principalmente em pós-emergência

Com a adoção da soja RR, o picão-preto deixou de ser um grande problema nas lavouras de grãos, pois o glifosato forneceu um excelente controle mesmo em plantas mais desenvolvidas. 

Mas um ponto de atenção que preocupou os produtores brasileiros foi o registro de
picão-preto resistente a glifosato no Paraguai. 

Por ser fronteira com o Brasil, há alto tráfego de máquinas e implementos agrícolas na região; a partir disso, iniciou-se uma série de pesquisas de novas formas de combater o picão-preto.

Curiosidade sobre as propriedades medicinais da planta

Ele pode não ser amigo da sua plantação, mas da sua saúde é!

O picão-preto possui propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antidiabéticas, antimicrobianas, antialérgicas, anti-hipertensivas e é um relaxante muscular, visto que é composto de flavonoides, compostos fenólicos, fitosteróis e glicosídeos. 

Dessa forma, pode ser usada em diversas situações, como:

  • Auxiliar no tratamento da malária: ele é capaz de inibir o desenvolvimento e espalhamento no sangue do Plasmodium sp., que é o parasita responsável pela malária.
  • Auxiliar no tratamento do herpes: foi demonstrado que essa planta possui atividade antimicrobiana.
  • Combater infecção urinária: pois tem atividade antimicrobiana contra as bactérias.
  • Auxiliar na prevenção do câncer: pois possui propriedade antioxidante e é capaz de inibir a proliferação das células tumorais; no entanto, são necessários mais estudos para comprovar esse efeito.
  • Prevenir a diabetes: pois é capaz de regular os níveis de insulina no sangue.
  • Prevenir a hipertensão: pois é rico em flavonoides e antioxidantes, promovendo regulação da pressão arterial e relaxamento muscular.
  • Aliviar os sintomas de alergia: pois é capaz de inibir a liberação de histamina, que é uma substância liberada nas crises alérgicas e que está relacionada com os sintomas.
  • Combater inflamação: sendo útil para auxiliar o tratamento de reumatismo e dor de garganta, pois o picão-preto é capaz de regular as citocinas inflamatórias liberadas.
  • Auxiliar no tratamento de alterações gastrointestinais: pois o extrato de
    picão-preto é capaz de diminuir o volume do suco gástrico e a secreção de ácido e pepsina, além de ter ação antiulcerativa.

Apesar de suas propriedades e indicações, são ainda necessários mais estudos que comprovem os efeitos do picão-preto, isso porque boa parte dos resultados obtidos são devido a experimentos feitos em ratos. 

Além disso, é importante que o uso do picão-preto seja feito sob orientação médica, não devendo substituir o tratamento indicado pela ingestão da planta.

Como fazer o manejo do picão-preto?

Para fazer o manejo do picão-preto, é indicado o período de entressafra como o melhor momento, afinal, há mais tipos de herbicidas que podem ser usados. 

Lembrando que o ideal é aplicá-lo em plantas de duas a quatro folhas, o que garante mais eficiência. 

Uso com herbicidas pós-emergentes 

Os principais herbicidas que podem ser usados são:

2,4 D 

Esse é uma opção para manejo sequencial, devendo ser associado a outros herbicidas sistêmicos. 

Para aplicá-lo, é preciso dar um intervalo de 1 dia entre a aplicação e a semeadura, tomando cuidado com a deriva em áreas vizinhas. 

Glifosato  

Esse é um dos que tem controle eficiente de plantas pequenas (2 a 4 folhas), pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial. 

Glufosinato de amônio 

Opção para plantas pequenas (2 folhas) ou em manejo sequencial, controlando a rebrota de plantas maiores. 

Triclopir  

Use-o nas primeiras aplicações de manejo sequencial, associando-o a outros herbicidas sistêmicos. 

Herbicidas pré-emergentes 

Os principais herbicidas pré-emergentes que podem ser usados são:

Flumioxazin 

Tem ação residual para controle de banco de sementes quando usado na primeira aplicação do manejo no outono. 

Sulfentrazone 

Também conta com ação residual para controle de banco de sementes se aplicado na primeira aplicação do manejo outonal, em associação a herbicidas sistêmicos. 

Como evitar a seleção de resistência da planta?

Para garantir que não haja seleção de resistência para novos herbicidas ou disseminação de populações resistentes para outras áreas, é muito importante que você siga estas dicas:  

  • conheça o histórico de resistência da sua área e região; 
  • faça rotação de mecanismo de ação de herbicidas;
  • inclua herbicidas pré-emergentes no manejo; 
  • siga os princípios básicos da tecnologia de aplicação; 
  • faça aplicações em pós-emergência sobre plantas pequenas; 
  • faça corretamente aplicações sequenciais; 
  • priorize o manejo na entressafra; 
  • realize rotação de culturas e adubação verde
  • faça a limpeza correta de máquinas ou implementos antes de utilizá-los em novas áreas.

Mantenha o picão-preto longe das plantações!

Como você viu ao longo deste artigo, o picão-preto é extremamente prejudicial para as plantações. 

Inicialmente, ele pode se manifestar de forma sutil; assim, pode demorar para ser reconhecido pelos produtores e agricultores. Nossa dica é: fique atento e faça vistorias frequentes!

Mesmo com todo o cuidado do mundo, essa praga pode surgir; desse modo, também busque por herbicidas e fertilizantes para te ajudar caso eles surjam.

O investimento nos cuidados e produtos certos pode te ajudar a ter fazendas cada vez mais ricas e produtivas. 

Se você quer auxílio nessa jornada para manter o picão-preto longe e para aumentar a produtividade em campo, a TerraMagna pode te ajudar com isso! 

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