Trator trabalhando no plantio com um solo ja preparado a frente representando o controle mecanico

Controle mecânico: o segredo para ter plantas fortes

Produtividade e agilidade é o que todo mundo busca no trabalho em campo; no entanto, alguns fatores podem dificultar isso, entre eles as plantas daninhas! E para evitá-las, o controle mecânico entra em cena.

O controle mecânico é um conjunto de procedimentos que tem o objetivo de controlar e exterminar as daninhas em um cultivo. 

É preciso conhecer essas práticas para manter essas inimigas das plantações longe e, claro, para ter mais produtividade em campo. 

Preparado para saber mais sobre o controle mecânico? Então continue lendo!

O que é controle mecânico?

Como mencionamos, o controle mecânico é um conjunto de práticas de controle de daninhas

E como é feito o controle mecânico de plantas espontâneas?

Segundo a Embrapa, “[…] o controle mecânico de plantas daninhas são o arranquio, a capina manual, a roçada e o cultivo mecanizado”.

Controle mecânico – Arranquio manual

O arranquio manual é o mais antigo de todos os métodos, não demandando nenhuma ferramenta. É muito eficiente para áreas menores, como gramados, jardins, canteiros de produção orgânica ou até áreas públicas urbanas. 

Capina

A capina manual, como o próprio nome diz, implica o uso de equipamentos manuais, como enxadas, enxadões, sachos, etc. Essa prática deve ser feita o mais cedo possível para facilitar o controle.

Ela deve ser feita superficialmente, de 3 cm a 5 cm do solo, evitando trazer para as sementes as plantas daninhas das camadas mais profundas.

Assim, não deve prejudicar as raízes das plantas.

Esse método tem um rendimento operacional maior do que o arranquio manual, embora o custo seja superior por causa das ferramentas.

Ambas as formas de controle mecânico ganharam muita visibilidade em áreas urbanas, pois, segundo a Lei 6.288/02, aprovada pela Câmara dos Deputados em 2009, é proibido o uso de qualquer tipo de agrotóxico em áreas públicas urbanas. 

Apesar de ser muito útil nestes casos, esse tipo de controle mecânico pode se tornar trabalhoso e pouco produtivo em áreas maiores.

Para isso, temos a roçada manual ou mecânica. Trata-se de uma excelente opção para culturas com espaçamentos maiores, como pomares e cafezais, principalmente em terrenos com declives.

Por fim, o último tipo de controle mecânico é o cultivo mecanizado, que pode ser feito com implementos tracionados, como animais e tratores

A opção do cultivo por animais é mais barata e se adapta melhor a espaços menores e ambientes com declives. 

Esse método vem sendo muito usado em áreas com cafezais mais adensados do sul de Minas Gerais. Além disso, também é frequente na cultura do feijão. 

Uma das limitações dessa prática é a dificuldade de controlar as daninhas que crescem na linha de semeadura. 

Por isso, ele só é indicado em sistemas de semeadura em linha ou covas bem alinhadas.

Além do controle mecânico de plantas daninhas, há também o controle mecânico de insetos e o controle mecânico de pragas. Independentemente de qual seja aplicado, uma dúvida comum é: 

Por que fazer o controle mecânico?

O principal objetivo do controle mecânico é a redução das plantas daninhas. Com isso, você pode obter diversos benefícios para suas plantações, entre eles:

Evitar perdas nas culturas

Segundo uma pesquisa da Embrapa, plantas daninhas geram perdas de em média 15% da produção mundial de grãos todos os anos. 

Ou seja, sem um manejo adequado, essas perdas podem chegar a 40% na produção de uma plantação. Isso causa prejuízos econômicos enormes.

Evitar sobrevivência de pragas e doenças

Além de prejudicarem as plantas, algumas daninhas também tem o poder de hospedar pragas e doenças das culturas.

Isso ocasiona a sobrevivência de diversas daninhas nas áreas de cultivo no período de entressafra. 

Otimizar a colheita com Controle mecânico

Tanto a colheita manual quanto a mecânica podem ser prejudicadas pelas daninhas. 

Na manual, os trabalhadores podem machucar as mãos por causa do contato direto com espécies como a dormideira, que tem espinhos. 

Já na colheita mecânica, as daninhas podem prejudicar o funcionamento das máquinas e colhedoras.

Aumentar a produtividade

Evitando perdas na produção, consequentemente há um aumento no rendimento e na produtividade da cultura. Assim, também é possível garantir maior sustentabilidade e preservação do meio ambiente.

Quais outros tipos de controle das plantas daninhas?

Além do controle mecânico, existem mais outros 3 que são considerados os principais métodos: 

Controle preventivo

Esse tipo de controle tem como principal objetivo evitar infestações — para reduzir as daninhas. Vale destacar que eliminá-las não é um dos objetivos. 

As práticas mais comuns desse tipo de controle são usar sementes certificadas, impedir a circulação de animais em áreas infestadas e limpar os equipamentos usados nessas áreas.

Controle cultural

O controle cultural é aquele em que é aplicada qualquer característica natural para estimular o crescimento dos cultivos e, ao mesmo tempo, diminuir as daninhas. 

E como funciona o controle cultural?

Esse método de controle busca alcançar dois fatores: plantas saudáveis de uma área predominam sobre as daninhas e a espécie que melhor se adaptar prevalecerá.

Para aplicar esse controle, é preciso saber quais são as características da cultura que está com problemas, as plantas daninhas e também quais poderão ser as respostas dessas plantas ao manejo.

Para isso, você pode:

  • escolher uma espécie que se adapte à sua região, levando em consideração as plantas daninhas já existentes ali;
  • fazer adubação do jeito adequado;
  • analisar a profundidade da terra antes e durante a semeadura;
  • usar o espaçamento entrelinhas, a fim de evitar espaços para o crescimento de plantas daninhas;
  • plantar na melhor época da semeadura.

Controle químico

Esse último tipo de controle é muito comum em culturas que possuem infestações, ocorrendo bastante em grandes lavouras. 

A principal ferramenta de controle dessa modalidade são os herbicidas. Por ser uma ferramenta química, ela costuma ser mais eficiente na atuação. Além disso, apresenta outros benefícios como:

  • para a competição de plantas daninhas desde o início da aplicação;
  • pode ser usado em época de chuva;
  • não causa danos à raiz das plantas;
  • não afeta tanto o solo;
  • controla as plantas daninhas na linha da plantação;
  • é rápido de aplicar.

Lembrando que é preciso estar atento ao herbicida a ser usado na sua lavoura, pois há espécies que são sensíveis a certas substâncias.

Uma prática não tão nociva e que ajuda a evitar o desenvolvimento de plantas invasoras é a rotação de culturas. Ela cria diferentes ambientes competitivos e permite o uso de diferentes herbicidas.

Plantas daninhas resistentes ao controle químico

É muito comum ouvirmos: se tem planta daninha, é só aplicar herbicida! Mas a verdade é que nem sempre isso funciona, não é simples assim. 

Muitas daninhas são resistentes a herbicidas, principalmente ao glifosato, como azevém, capim-pé-de-galinha e caruru.

Inclusive, uma das espécies com maior resistência no Brasil hoje é a buva — trata-se de uma invasora muito comum nas culturas e conhecida por ser resistente ao glifosato. O capim-amargoso é a segunda planta no país com maior área de resistência.

Quais são as principais plantas daninhas do Brasil que precisam do controle?

Antes de saber como controlar as pragas, é importante dar um passo para trás e conhecer quais são as principais invasoras de plantações!

O Brasil está entre os maiores produtores agrícolas mundiais; isso o coloca em uma posição de destaque, mas também o deixa vulnerável às daninhas. 

Por exemplo, a cultura da soja, em 2019, foi responsável por 32,3% da produção mundial. Embora seja uma cultura forte, ela sofre com o ataque dessas pragas.

Segundo Holm (1978), existe um total de 200 espécies diferentes de plantas daninhas no mundo, e algumas dessas plantas atuam de maneira mais agressiva em determinadas culturas e menos em outras.

A seguir estão algumas das espécies que você precisa ficar de olho:

  • Buva (Conyza spp.);
  • Capim-amargoso (Digitaria insularis);
  • Vassourinha-de-botão (Borreria verticillata);
  • Erva-quente (Spermacoce latifolia);
  • Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica);
  • Caruru (Amaranthus palmeri);
  • Azevém (Lolium multiflorum);
  • Trapoeraba (Commelina benghalensis);
  • Corda-de-viola (Ipomoea acuminata);
  • Poaia-branca (Richardia brasiliensis).

Se cada daninha é de um jeito, como você pode se preparar para controlá-las?

Essa é uma dúvida que pode estar passando pela sua cabeça! 

Afinal, a identificação das plantas daninhas presentes na lavoura é extremamente importante para que seja possível definir o manejo correto, certo?

Principalmente porque, como mencionamos, um mesmo método de manejo pode não ter a mesma eficácia para todas as espécies de plantas daninhas.

Para que a identificação seja adequada, é importante sempre consultar manuais confiáveis com orientações sobre a cultura que você precisa tratar!

Para te ajudar nisso, trouxemos dois materiais da Embrapa que podem te ajudar: 

  1. Manual de Identificação e Manejo de Plantas Daninhas
    em Cultivos de Cana de açúcar
  2. Manual de identificação de plantas daninhas da cultura da soja

Use (e consulte) esses conteúdos sem moderação. 

Prepare-se para um controle mecânico de sucesso!

Neste artigo, você aprendeu o quanto o controle mecânico desempenha um papel primordial no desenvolvimento das plantas; afinal, é ele que ajuda a manter as daninhas longe!

Portanto, o uso consciente e o emprego de técnicas agrícolas (como essa) adequadas são a chave para a produtividade nas plantações.

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