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Mao segurando uma arvore pequena em formato de coracao escrito CO no meio representando o sequestro do carbono

Sequestro de carbono: os benefícios para o agronegócio

O termo “sequestro de carbono” significa a retirada de CO₂(gás carbônico) da atmosfera para ser transformado em O₂(oxigênio) de forma espontânea e natural por solos, oceanos e florestas.

Estudos recentes mostraram o grande potencial do Brasil em se tornar o líder mundial em sequestro de carbono.

O país tem chances de contribuir, de forma decisiva, para a redução do aquecimento global devido a seus 50 milhões de hectares de terras reflorestadas, colaborando fortemente com o sequestro de carbono. 

E o agronegócio pode contribuir de forma significativa para esse processo. Um relatório recente da Aprosoja/MT (Associação Brasileira dos Produtores de Soja) mostrou resultados satisfatórios do sequestro de carbono em fazendas do Mato Grosso. 

A seguir, você poderá saber como o sequestro de carbono pode ser benéfico ao agronegócio brasileiro e muito mais.

Leia também: Agricultura regenerativa: conceitos e melhores práticas

O que é o sequestro de carbono?

Floresta na visão aérea, com a escrita no meio da imagem "CO2", sigla para gás carbônico, que é retirado da atmosfera a partir do sequestro de carbono.
Fonte: Freepik

O sequestro de carbono, em resumo, refere-se ao processo natural de retirada de gás carbônico da atmosfera para ser transformado em oxigênio

Esse processo é realizado espontaneamente pelas plantas através da fotossíntese e pela absorção desse elemento químico pelo solo e por oceanos. 

O termo “sequestro de carbono” ficou consagrado durante a Conferência de Kyoto, em 1997.

O objetivo dessa conferência era tratar sobre a redução da emissão dos gases de efeito estufa que poluem o meio ambiente e se acumulam na atmosfera. 

A emissão de gases estufa no planeta Terra é causada, principalmente, pelo aumento da intensidade das atividades humanas. Desmatamento e queima de combustíveis fósseis estão entre as principais causas do aumento da emissão de dióxido de carbono no meio ambiente. 

Dessa forma, o aquecimento global se torna ainda mais evidente, sendo prejudicial para os seres humanos e a agricultura.

Alternativas como o sequestro de carbono ajudam a diminuir a presença de CO₂no ambiente, evitando que o planeta fique em uma situação de efeito estufa permanente.

Há duas formas naturais de retirar o carbono da atmosfera: por meio das florestas e pelos oceanos. Saiba mais detalhes a seguir.  

Sequestro de carbono pelas florestas

Essa é a forma mais comum de captura de carbono. Ela é realizada de forma natural pelas árvores, principalmente durante a fase de crescimento.

Nesse período, elas necessitam de uma quantidade maior de carbono para se desenvolverem. 

Assim, por meio da fotossíntese, as árvores fixam o CO₂da atmosfera, transformando-o em carboidratos.

Por fim, eles são incorporados à parede celular da árvore, auxiliando no crescimento da planta. 

Além disso, esse tipo de sequestro de carbono diminui de forma considerável a quantidade de CO₂na atmosfera.

Estima-se que, em um processo de sequestro de carbono por hectare de uma floresta em pleno desenvolvimento, são capturadas de 150 a 200 toneladas de carbono do meio ambiente.

Sequestro de carbono pelos oceanos 

Já nos oceanos, o carbono é capturado de duas formas: física e biológica.

No caso da física, é feita por meio da circulação termoalina, um tipo de formação de águas profundas no oceano.

Já na captação biológica, o fitoplâncton retira o carbono da água e o transforma em carbonato de cálcio por meio da fotossíntese. 

O sequestro de carbono é fundamental para manter a vida marinha, pois atua nos processos de calcificação dos organismos marinhos.  

Por que o sequestro de carbono é tão importante?

A finalidade do sequestro de carbono é reduzir a quantidade de carbono da atmosfera, combatendo o efeito estufa e o aquecimento global e colaborando com o meio ambiente.

As principais causas do aumento da emissão de gases do efeito estufa na atmosfera são o desmatamento, a queima de combustíveis fósseis e a utilização de calcário para a produção de cimento.

Os principais gases são o dióxido de carbono (CO), o óxido nitroso e o metano, que contribuem para o aquecimento global.

Uma das principais consequências do aquecimento global são as alterações climáticas.

Segundo informações da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o aquecimento global e as mudanças climáticas trazem consequências à pecuária e à agricultura.

Ambas dependem de condições climáticas para desenvolver suas atividades.

Chuvas torrenciais, aumento das secas, alteração da temperatura do solo e do ar podem acarretar prejuízos e impactos negativos para os setores.

Agricultora ajoelhada, olhando em direção à câmera, com as mãos juntas pedindo por algo. No chão, um solo seco e degradado pela falta de chuva e nutrientes. Isso representa algo que o sequestro de carbono pode ajudar.
Fonte: Freepik

Segundo um estudo realizado por Embrapa e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o aquecimento global pode alterar a geografia da produção agrícola brasileira, de modo que as áreas que atualmente são grandes produtoras de grãos poderiam deixar de ser.

Por isso o sequestro de carbono é tão importante. Essa atividade pode combater o efeito estufa, reduzindo os impactos do aquecimento global e, consequentemente, evitando prejuízos futuros para o agronegócio.

Em uma pesquisa publicada na revista Nature Communications, pesquisadores brasileiros apontaram que o desmatamento na Amazônia pode gerar prejuízos de cerca de US$ 5,7 bilhões anualmente.

Esse processo de remoção da vegetação pode comprometer o volume total de chuvas anuais e impactar a produtividade do agronegócio.

Nesse sentido, a adoção de práticas que possibilitem o sequestro de carbono contribui para o não acúmulo de gás carbônico na atmosfera, reduzindo as consequências do aquecimento global.

Ou seja, o sequestro de carbono gera vantagens ao produtor e às futuras gerações.

Você pode se interessar: Mercado de carbono: uma oportunidade para o agronegócio

Como é feito o sequestro de carbono?

Quem realiza o sequestro de carbono são organismos vivos como plantas, bactérias e algas. Eles absorvem o dióxido de carbono da atmosfera por meio da fotossíntese.

Técnicas como plantio direto, rotação de culturas e maior produção de alimentos por hectares proporcionam maior sequestro de carbono.

Dessa forma, podemos perceber que a agricultura contribui fortemente para o sequestro de carbono.

Um exemplo é a agrofloresta, que, por intermédio da produção de culturas e da plantação de árvores em uma mesma área de cultivo, colabora com a diminuição de carbono na atmosfera 

Abaixo, abordaremos algumas das principais atividades e práticas agrícolas que possibilitam o sequestro de carbono.

Sistema de plantio direto

Essa técnica envolve o manejo do solo, utilizando a matéria orgânica oriunda de uma plantação. Isso resulta em uma quantidade maior de carbono no solo.

O sistema de plantio direto é uma forma de produção sustentável e que ajuda na fertilidade do solo.

Rotação de culturas

Essa prática consiste na alternância de variadas espécies vegetais numa área de plantio em determinado período.

A rotação de culturas repõe a matéria orgânica do solo, contribuindo para o sequestro de carbono.

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

A criação de gado e de plantas em um ambiente comum é uma alternativa para a promoção do sequestro de carbono.

A presença de bovinos entre as pastagens permite a recuperação das gramíneas do pastejo.

Já o estrume gerado pelos animais regenera o carbono do solo.

As sombras proporcionadas pelas árvores ocasionam mais bem-estar aos animais, que, consequentemente, emitem menos gás metano.

Recuperação de pastagens degradadas

O manejo inadequado e/ou a perda da fertilidade do solo geram a perda do estoque de carbono do solo.

A recuperação das pastagens degradadas gera o aumento do sequestro de carbono no solo, contribuindo para a superação das perdas ocasionadas pela agropecuária.

Tratamento de resíduos

O Brasil é um grande produtor de resíduos. A seguir, alguns impactos do tratamento adequado deles:

  • Menor volume de resíduos, permitindo o aumento da vida útil dos aterros sanitários;
  • Evita a contaminação da água e do solo;
  • Proporciona a adubação natural do solo, o que resultaria no aperfeiçoamento da capacidade produtiva e da utilização de matéria-prima sintética.

Quais são os benefícios do sequestro de carbono para o agronegócio?

Plantação de trigo com o fundo sendo um pôr do sol. A agricultura é beneficiada com o sequestro de carbono, e esse plantação está representando isso.
Fonte: Freepik

Muito se fala sobre a relação entre efeito estufa e agricultura. A produção agrícola é influenciada por fatores ambientais e, simultaneamente, também é influenciadora.

A agricultura e a pecuária podem aumentar a produção de gases do efeito estufa, bem como podem diminuir a produção desses gases.

Por isso, a adoção de práticas que possibilitem o sequestro de carbono contribui para o não acúmulo de gás carbônico na atmosfera.

Além disso, reduzem-se as consequências do aquecimento global, evitando-se prejuízo aos produtores.

No que se refere à produção agrícola brasileira, o plantio direto representa cerca de
13 milhões de toneladas de CO2 anualmente.

Em 2010, teve início o Plano ABC, cujo propósito é o desenvolvimento de agricultura de baixo carbono.

A fase atual do Plano ABC é o Plano ABC+, que dispõe de várias linhas de crédito para beneficiar os produtores.

A sustentabilidade tem ganhado relevância nos últimos anos. O conceito de ESG (“environmental, social and governance” – em português, ambiental, social e governança) se refere à geração de lucros aliados a boas práticas sustentáveis.

Atualmente, uma empresa que adota práticas alinhadas a ESG tem um diferencial no mercado, além de contribuir para o crescimento e a manutenção do negócio.

Nos Estados Unidos, 267 produtores adotaram a prática de sequestro de carbono e foram remunerados pela Indigo.

De acordo com uma pesquisa do Imaflora, em Minas Gerais, 34 fazendas de café emitem uma quantidade de carbono por hectares anualmente 7 vezes menor que a média global em comparação às outras fazendas

No entanto, os cafeicultores mineiros ainda não são remunerados, mas aproveitam as boas práticas como marketing para atrair clientes dispostos a adquirir café produzido de forma mais sustentável.

Existe uma grande tendência de que os créditos de carbono se tornem um mercado lucrativo nos próximos anos. 

Só em 2020, o mercado internacional de crédito de carbono movimentou por volta de US$ 53 bilhões.

A prática é benéfica ao meio ambiente, minimizando os impactos ecológicos e ainda contribuindo para a manutenção e o crescimento do agronegócio.

Saiba mais: CBIO: saiba tudo sobre o crédito de descarbonização

Conclusão

Agora que você já sabe o que é o sequestro de carbono e quais são os benefícios para o agronegócio, não deixe de considerar adotar essa prática na sua lavoura.

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