maos segurando graos de feijao-guandu

Feijão-guandu: conheça seus beneficios e tudo sobre a cultura

O feijão-guandu, que pode ser conhecido como andu também, já é cultivado há anos em regiões semiáridas, inclusive, aqui no Brasil.

Apesar de o país ser um dos maiores produtores de feijão comum (Phaseolus vulgaris) do mundo – Paraná, Minas Gerais e Bahia são os grandes produtores e correspondem a quase 50% da produção nacional –, segundo a Embrapa, não ficamos para trás com relação a outras leguminosas. 

O feijão-guandu é uma delas. Embora não seja popular, é extremamente importante para os produtores que lidam com ele. 

Motivos para isso não faltam! Por ser bastante nutritivo, o grão pode ser usado na alimentação humana e animal (bovinos e aves), além de trazer inúmeros benefícios para o solo. 

Continue lendo este artigo até o fim para entender mais detalhes sobre a espécie, suas principais características, melhores estratégias de manejo e como prevenir as pragas na cultura. Boa leitura! 

O que é feijão-guandu? 

O feijão-guandu (Cajanus cajan), ou andu, é uma leguminosa arbustiva que pertence à família das fabáceas. 

Pode facilmente ser encontrado nos estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia e Piauí, inclusive, em quintais de diversos bairros das cidades. Isso se deve ao fato de o grão ser bem fácil ser de fácil cultivo.

De modo geral, os agricultores não têm grandes problemas para implantar e realizar o manejo correto; além disso, é de fácil adaptabilidade. 

Contudo, de acordo com artigo publicado pelo Ministério da Agricultura, no Brasil, a produção e utilização do guandu “não tem passado da condição de cultura exótica”. 

De qualquer forma, aos poucos, sua demanda tem se intensificado, tanto para o uso na adubação verde quanto na alimentação animal e humana. 

Sua aceitação está relacionada ao fato de que a grande facilidade de fixar N2 do ar proporciona plantas com baixa relação carbono/nitrogênio, quando em estado vegetativo, e elevado valor proteico em todas suas fases. 

Breve história do feijão-guandu

A origem do feijão-guandu divide opiniões. Há quem diga que ele surgiu na África, Ásia ou em algumas ilhas do Mar do Sul. Mas a verdade é que, hoje, já está espalhado por diversas regiões tropicais do mundo. 

Na Índia, sua importância é ainda maior; não por acaso, em 1980, foi cultivado em cerca de 2,6 milhões de hectares, com rendimento de 1,9 milhão de toneladas

Por isso, na época, chegou a ser considerada uma das culturas mais importantes para a produção de grãos alimentícios do país. 

No Brasil, de acordo com os historiadores, os grãos foram introduzidos pelos escravos vindos da África. 

Hoje em dia, já podem ser encontrados em diversos estados do país, de forma desordenada e sem grandes objetivos econômicos de fato. 

Mas ainda assim é subutilizado em atividades como adubação verde, forrageira, produção de grãos para alimentação humana e animal. 

Quais são as principais características da planta do
feijão-guandu? 

Mão colhendo feijao-guandu.

As principais características do feijão-guandu são: 

  • arbusto semidecíduo, com altura entre 1 m e 4 m;
  • sistema radicular do tipo pivotante, com raiz principal que pode atingir até 3 m de profundidade;
  • raízes secundárias finas que podem chegar a até 30 cm;
  • caule lenhoso; 
  • folhas trifolioladas (folíolos lanceolados ou elípticos) que medem entre 4 cm e 10 cm de comprimento. 

As flores vão surgindo conforme o seu desenvolvimento e são de cor amarela ou amarelo-alaranjado. Há também variações de estandartes salpicados de cor púrpura e/ou avermelhadas.

Além disso, as vagens do feijão-guandu são indeiscentes. Isso quer dizer que não se abrem espontaneamente.  

Suas cores podem ser verde-marrom ou púrpura. Nas vagens, são encontradas de duas a nove sementes que, quando secas, são bem duras.

Qual é a importância dessa cultura? 

O feijão-guandu pode ser usado para diversos fins, muito além apenas da alimentação humana e animal. 

Atualmente, tem sido amplamente utilizado como adubo verde e até mesmo em rotações de cultura, já que oferece boa cobertura do solo com material vegetal. Só essa característica já é extremamente importante para o meio ambiente também. 

Por cobrir amplamente o solo, acaba reduzindo os impactos causados pelas chuvas. Certamente, isso reduzirá a erosão, a lixiviação de nutrientes e amenizará a presença de plantas invasoras. 

O guandu também pode oferecer matéria orgânica para o solo, tornando-o mais nutritivo e excelente para o cultivo de grãos. Aqui, já deu para entender por que é importante para a agricultura brasileira, por exemplo. 

Mas, claro, os benefícios se estendem ao fato de ele apresentar alta produção de fitomassa, que tem boa concentração de nutrientes na folha. 

Além disso, por ser uma leguminosa, sua capacidade de fixar nitrogênio atmosférico é excelente. Logo, isso faz com que seja a combinação perfeita para torná-lo uma ótima planta de cobertura. 

Condições climáticas favoráveis

Com relação às condições climáticas, o feijão-guandu é bem tolerante à seca. Para produzi-lo, cerca de 500 mm anuais de chuva é o suficiente. 

O seu ciclo produtivo pode variar entre 90 e 180 dias, e, o mais importante, algumas variedades são altamente sensíveis ao fotoperíodo. Vale o alerta aos agricultores! 

Mesmo que o solo apresente baixa fertilidade, o grão ainda consegue extrair fósforo, potássio e fixar nutrientes. Essa característica faz com que sua produtividade seja considerada boa.  

Por fim, vale a pena considerar realizar a rotação de culturas utilizando o
feijão-guandu, já que ajuda a melhorar consideravelmente o sistema produtivo do próximo plantio. 

Como é o sistema de produção? 

Novembro e dezembro são os melhores meses para produzir o feijão-guandu, ou seja, é quando o volume de chuvas é mais alto. 

O ideal é que a semeadura seja realizada com espaçamento entre 40 cm e 1 m, aproximadamente 10 plantas por metro linear. Além disso, sempre se deve respeitar a profundidade de 2 cm a 5 cm, sendo o último o mais recomendado. 

Os plantios podem, sim, ser mais densos, mas cuidado! Os animais podem não conseguir circular pelo espaço em casos de plantio para pastagem. Nesse caso, o espaçamento recomendado é de 2 a 3 metros entre linhas.

Além disso, o desenvolvimento inicial do feijão-guandu costuma ser mais lento. Por esse motivo, a capina deve ser realizada de 4 a 8 semanas após o plantio. 

Normalmente, os grãos levam em média 100 dias para atingirem a maturidade e estarem prontos para a colheita. Quando estiver próxima, certifique-se de que as vagens estejam secas. 

Como realizar o controle de pragas e doenças? 

O feijão-guandu não costuma ser facilmente acometido por pragas e doenças, como as demais espécies encontradas na agricultura. 

Mas não é por isso que os agricultores não devem tomar cuidado. O controle de pragas e plantas invasoras é recomendado antes mesmo da semeadura. Isso vai evitar que ocorra competição por água, luz e nutrientes. 

Provável que poucos saibam, mas a formiga saúva, por exemplo, é uma praga bastante comum dessa cultura. Quando ela ataca, pode chegar a causar danos irreversíveis às folhas, às flores e aos ramos. 

O objetivo é que seja cultivado o fungo simbionte, indispensável para sua alimentação.  

A lagarta é outra praga que está sempre atacando as lavouras do feijão-guandu. Da mesma forma que as formigas, elas também atacam as flores e folhas e, neste caso, as vagens. 

Independentemente de ser formiga saúva ou lagarta, é preciso que o agricultor aplique o manejo adequado.  

No caso das saúvas, é aconselhável usar iscas ou formicidas, que auxiliam a
afastá-la da cultura. 

Por isso, reforçamos que o monitoramento constante da área e realizar o manejo integrado de pragas são ações eficientes que garantem melhor manutenção da produtividade e, claro, qualidade do grão. 

Como armazenar corretamente os grãos? 

Por último, é válido também explicar como armazenar adequadamente os grãos do feijão-guandu.  

Após a debulha e a limpeza corretas, o agricultor deverá tratar as sementes contra o ataque de caruncho exatamente da mesma forma como trata o caruncho-do-feijão. 

Para isso, ele poderá usar cal, cinzas, terra fina ou óleo. Opte por silos de zinco, tambores, latas e garrafas, de preferência fechados com cera de abelha. 

Como pode ser notado, o feijão-guandu sem dúvidas pode ser considerado uma excelente opção para alimentação humana (principalmente animal), na rotação de culturas e, inclusive, na adubação verde.  

Essa leguminosa pode facilmente incrementar a produtividade dos sistemas de produção e, melhor ainda, colaborar com a sanidade dos solos agrícolas.

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